Bucareste foi a grande surpresa da viagem a Romenia, pura e simplesmente porque a) eu não sabia nada da cidade; b) tinha uma pessima imagem da cidade, e c) consequentemente nem sequer fiz questão se pesquisar nada.
Na minha cabeça, antes de ir, era que Bucareste seria um mal necessario, pra conseguir entrar e sair no pais e chegar até a Transilvania.
Anda bem que errar é humano, né?! Já na noite que chegamos no pais, tarde da noite, no caminho até o apartamento que ficamos ficamos meio boquiaberto nos entreolhando com aquela reação de “Bucareste é ASSIM e ninguem sabe disso?!”
Os predios suntuosos iluminados, as praças floridas, arquitetura neo-classica… e então descobri que Bucareste em sua fase pre-comunismo que quase destruiu o pais, era na verdade conhecida como a “Paris do Leste”. Mas eu já comentei aqui que não gosto dessas comparações, né? Sempre acho que a cidade que tenta ser a “não sei oque” de “não sei onde” acaba não tendo direito a uma identidade propria e vira o nada de lugar nenhum…
Mas realmente eu imaginava Bucareste uma cidade cinza, feia, com aqueles predios do bloco comunista de puro concreto (uma coisa assim meio Budapeste–meets–Tallin em versão pobrinha), sem atrativos turisticos e com ruas cheias de pedintes, cigamos e cachorros abandonados.
Tudo bem, tudo bem que a cidade ainda tem muita roupa suja pra lavar, monumentos pra limpar e calçadas a consertar (e alguem tem que dar um jeito naquele bando de cachorro faminto pelas ruas!), mas o centro historico é muito bonitinho, assim como todo o resto da Romenia!
E por outro lado, justamente por ainda n~åo ter recebido esse “banho de loja” da comunidade Europeia que faz com que a cidade seja ainda mais charmosa e cheia de caracter.
Então vimos partes de Bucareste nas indas e vindas dos passeios pela Transilvania e então resolvemos de apesar de não termos planejado passar tempo nenhum na cidade, mudamos os planos, encurtamos o passeio a Snagov pra poder ter pelo menos uma ultima tarde por lá.
Talvez oque tenha mantido Bucareste tão fora do circuito turistico até agora (além das outras cosias que já comentamos por aqui) é o fato que apesar de ser uma cidade super bonita e “Europeia”, Bucareste não tem um landmark, um simbolo, ou um predio ou monumento que represente a imagem da cidade e atraia turistas.
Aliais, eles tem sim um predio que é simbolo da cidade, mas ele não é exatamente o orgulho da nação…
O Palacio do Parlamento de Bucareste, ou o “Palacio do Povo” é um monstrengo de proporções descomunais, que nada mais é o segundo maior edificio do mundo (em m2 e volume de ocupação) e só perde pro Pentagono nos EUA.
O Palacio é fruto do ego do ex-ditador comunista Nicolae Ceauşescu que queria mesmo construir um palacio que fosse a altura de seu poder (ego) e autoridade (ego).
Para construir o Palacio, Nicolae mandou destruir, demolir e desocupar cerca de 6% da cidade na decada 80, e era tão ineficiente e estupido, que no ano de sua inauguração (1984) meio expediente de funcionamento (cerca de 4 horas) consumia mais energia eletrica doque toda a cidade de Bucareste por um dia inteiro (24 horas)!!! Para sua construção e alargamento da avenida Bulevardul Unirii (que ele queria que fosse reconhecida como mais longa e mais larga que a Champs Elysee em Paris) ele mandou desalojar cerca de 30.000 fmailias, destruiu 19 igrejas Ortodoxas, 6 sinagogas e incontaveis praças e monumentos historicos.
Hoje em dia parte do predio esta aberto a visitação e hospeda um museu no primeiro andar.
Mas o legal mesmo de fazer em Bucareste é andar pelo centro historico, descubrir suas igrejinhas escondidas e os predios historicos.
Em uma tarde conseguimos fazer bastante coisa, mas não deu tempo de fazer tudo – eles até tem um “Arco do Triunfo” na entrada da cidade (que passamos de carro algumas vezes e é bem bonito, apesar de ser copia de Paris…)
Romania na Pratica:
– Chegando lá:
A Romania ainda não entrou no circuitão turistico, então a oferta de voos para o pais são bem limitados. Alem disso, por estar bem no Sudeste do continente, a viagem é longa (3,5 horas saindo de Londres) com 2 horas de fuso, que faz com que se perca muito tempo na viagem.
Saindo de Londres, as unicas low cost que voam pra Romania são a Polonesa WizzAir e a Remena BlueAirWeb, e os horarios não são dos melhores. Então aproveitamos o fim de semana prolongado pra voar sexta a tarde e voltar segunda de manha.
E a recomendaçnao que recebemos (e comprovamos!) de todo mundo: nunca, em hipotese alguma pegue taxi de rua na Romenia e não se assuste com a quantidade de picaretas esperando turistas na porta do aeroporto. Nós reservamos translado com os irmãos Adrian & Valentin do mesmo apartamento que alugamos (e que foram nossos motoristas-guias na Transilvania) e que nos cobraram 14 Euros. (entre em contato com eles pelo e-mail barynni@yahoo.com)
– Hospedagem:
Foi dificil achar hospedagem em Bucareste, pois é uma cidade sem meio termo. Ou voce fica no hotel de rede internacional 5* e paga uma fortuna, ou fica num muquifo afastado da cidade.
Nosso apartamento era super central, mas caia na categoria “muquifo” – realmente o “estabelecimento de familia” da viinhança foi uma pessima primeira impressão. Mas a qualidade do apartamento (por dentro) e o serviço dos irmãos compensou o susto (sem falar no preço, logico).
Minha reserva foi feita pelo Booking.com.
– Onde comer:
Nós comemos super bem na Romenia, que tem uma culinaria bem tipica do leste Europeu: muita batata, muita carne, repolho e cerveja!
A dica dada pelos irmãos foi o restaurante Cara’cu Bere que é um dos restaurantes mais antigos e tradicionais da cidade, que servem comida tipica Romena (e cerveja de fabricação propria) num predio lindo, bem no meio do centro historico!