Acho que já não é mais novidade pra ninguém que me acompanha por aqui e nas redes sociais, que o novo integrante da nossa família já chegou, com seu grande debut no dia 14 de Setembro de 2016.
Nem dá pra acreditar que ele já está completando 3 semanas de vida! Realmente é difícil de lembrar como era a vida antes dele, e já é assustador pensar no quanto o tempo esta passando rápido!
Eu não escondi de ninguém que as últimas semanas da gravidez foram bem difíceis: estava fazendo muito calor, eu estava super cansada, cheias de dores e afins e não via a hora de tudo acabar. Mas as últimas semanas da gravidez se arrastaaaaaram! Parecia que não ia acabar nunca, e eu ia ficar grávida pra sempre!
A comparação de “tempo-espaço” entre as últimas semanas da gravidez e as primeiras semanas do Oliver são dignas de pesquisa astrofísica!
Mas vamos ao que interessa, o relato do parto e como tudo aconteceu!
Mas primeiro, vamos voltar uns dias: a última semana de gravidez, a semana 39 foi quando minha mãe chegou aqui em Londres, e eu dei uma bela relaxada; estava super tensa em pensar como íamos administrar a Isabella na hora do parto. Tínhamos vários planos A, B, C e o alfabeto inteiro com amigos, babá, vizinhos e muita gente que poderia ajudar na hora H, mas ainda assim eu estava com medo de alguma coisa dar errado, ter um parto rápido e fulminante (Rá!) e não dar tempo de organizar tudo… enfim. Tensa.
Mas como vocês viram no vlog da semana 39, depois que ela chegou eu dormi praticamente o dia todo, todos os dias, até que na segunda feira, dia 12 nós passamos horas e mais horas (umas 4 ou 5) andando sem parar por Londres. Começamos cedo pra levar a Isabella pra escola (andando), depois fomos pra Oxford Street, com direito a Primark, Selfridges, John Lewis, algumas outras lojas aleatórias e terminamos nossa maratona com um chá da tarde.
Eu voltei pra casa morta com farofa e mal consegui subir as escadas pra chegar no meu quarto e dormir a tarde toda.
Então na terça feira, eu decidi não sair de casa e apenas descansar… No máximo editei alguns vídeo pro canal do YouTube entre uma soneca e outra, mas sentia que meu corpo precisava de um trégua.
Então no fim do dia 13, depois do jantar e colocar a Isabella pra dormir, eu comecei a sentir umas cólicas. Nada muito forte nem consistente, mas que ia e voltava a cada 20 ou 30 minutos, mas não estava contando o tempo certinho ainda não.
Tomei banho, relaxei e fomos assistir alguns episódios de Homeland no Netflix – eu ainda não tinha falado nem pra minha mãe nem pro Aaron que estava com cólica; estava com medo de ser alarme falso e não queria que eles ficassem ansiosos nem nervosos.
Ao longo do episódio que estávamos assistindo as cólicas foram ficando mais contantes, e com algumas contrações Braxton-Hicks (contrações de treinamento) ao mesmo tempo, e foi então que avisei ao Aaron que estava sentido alguma coisa.
Então resolvemos assistir outro episódio, só pra ver se a cólica ia passar ou se alguma outra coisa ia acontecer.
Deu 11, meia noite, 1 e 2 da manhã e continuamos assistindo Homeland e contando o tempo entre as contrações, que estavam super irregulares, variando entre 30 minutos e 5 minutos entre cada uma. Mas umas 2 da manha resolvemos ir dormir mesmo assim, descansar um pouco e ver o que ia acontecer.
Pra falar a verdade eu não estava acreditando que realmente estava em trabalho de parto. Estava sentindo cólicas e contrações, mas nada que não fosse comparável com uma cólica menstrual normal, e dessa vez minha bolsa não estourou, e nem foi nada super rápido e repentino, como tanta gente (inclusive meu obstetra) me falava que costumava ser o segundo parto.
Resultado? Não consegui dormir. Estava com a cabeça a mil, e cada vez que demorava um pouco mais entre uma contração e outra, eu já ficava desolada achando que era alarme falso e que não seria dessa vez que entraria em trabalho de parto.
Umas 4 da manha eu acordei o Aaron e ligamos pro hospital e conversei com uma das midwives (enfermeira parteira), que me tranquilizou e disse que eu poderia ir até o hospital ser examinada, mas que seria melhor ficar em casa mais um pouco e descansar.
Mas é claro que não conseguia descansar nada, pois estava muito ansiosa! Então comecei a me arrumar, tomei banho, sequei o cabelo, finalizei minha mala, tomei café da manha e tentei me manter ocupada.
Quando deu umas 6 e pouco da manha, resolvi que era hora de ir pro hospital. Me dei conta que daí a pouco tempo a Isabella ia acordar pra ir pra creche, e não queria estar em casa – não queria atrapalhar a rotina dela (por não estar me sentindo 100%), e não queria correr o risco de que alguma coisa mais “forte” começasse a acontecer enquanto eu estivesse em casa com ela.
E assim como fizemos no parto com a Isabella, resolvemos ir andando pro hospital – a manha estava linda e ensolarada, o ventinho fresco, e eu sabia que uma boa caminhada ajudaria a acelerar as contrações. Acho que nunca andei tão devagar na minha vida! As contrações realmente se aproximaram bastante com a caminhada (a cada 3 ou 4 minutos), e pressão ia ficando cada vez mais baixa na minha barriga, o que também dificultava minha caminhada!
Assim que chegamos no hospital, fizemos checkin on quarto e comecei a ser monitorada para ver se realmente estava tendo contrações de verdade e qual a frequência exata. As contrações ainda estava muito irregulares, mas depois de ser examinada, a midwife confirmou que já estava com 4 pra 4 centimetros de dilatação e com o cervix completamente afinado e amolecido – então já estava definitivamente em trabalho de parto e já acabando a “fase 1” (são 3 “fases” no total”).
Daí pra frente foi um jogo de espera… não tínhamos muito o que fazer além de esperar o trabalho de parto avançar e progredir. E já tinham se passado 12 horas desde que tive os primeiros sinais, então já era minha esperança de um segundo parto mais rápido! (com a Isabella foram quase 22 horas).
Quando deu quase meio dia meu obstetra veio me examinar de novo e ainda estava nos 3 centímetros, então foi hora de avaliar as opções: continuar esperando, ir dar uma voltinha, ou tomar anestesia. Eu estava tentada a esperar e ir dar uma volta, mas estava exausta, acordada a quase 36 horas e com contrações intensas o suficiente que não me deixavam dormir…
Então resolvi tomar anestesia para conseguir descansar. Fomos transferidos para a sala de parto e começaram os exames pré epidural. o processo ainda leva cerca de 1 hora, mas logo que tudo foi feito, o alívio é praticamente imediato!
Dormi um pouco e quando vieram me examinar de novo, já estava com 6 centímetros e contrações consistentes a cada 3 ou 4 minutos. No caminho certo! Meu médico estourou a bolsa para que a cabeça do bebe fique em contato direto com o cérvix fazendo mais pressão.
O resto da tarde foi mais do mesmo: dormir, acordar e esperar. O trabalho de parto estava progredindo como deveria estar, e estava dilatando 1 centimetro por hora. A estimativa era que estaria pronta pra começar a empurrar lá pelas 8 da noite.
A peridural que eu tomei, assim como no parto da Isabella, é o que aqui chamam de “walking epidural”, ou seja, é uma dose “analgésica”, onde se elimina a dor da contração, mas não a sensação do corpo. Então eu podia andar, ir ao banheiro, e sentia a “contraçã0” do útero durante as contrações, e principalmente, sentia a pressão da cabeça do Oliver descendo! Muito incrível e fascinante!!
Mas a pressão foi aumentando, aumentando e a sensação era que ele ia cair pelas minhas pernas!
Então meu médico voltou para me examinar (eram 5:45) e eu já estava com o cérvix totalmente dilatado (10 centímetros) e a cabeça do Oliver já estava na “estação 1”, ou seja, já praticamente coroando e nascendo!!
Então começaram a preparar a sala, e me deram um pequena dose de hormônio para aproximar as contrações (que estavam a cada 4 minutos, e precisavam estar a cada 2 minutos para a fase de empurre, para que o bebe não fique preso no canal vaginal).
O momento que fica tudo pronto, e o médico avisa que você pode começar a empurrar é tão surreal!!! O Oliver ainda nem tem 3 semanas e só de lembrar já dá vontade de passar por isso tudo de novo!!
Comecei a empurrar as 18:00 horas, e logo no primeiro “push” já senti a cabeça (quase) saindo! Mas eu estava TAO cansada! Nao estava conseguindo me concentrar e concentrar a força nos músculos certos! Mas umas 2 ou 3 contrações depois a cabeça saiu, o médico me orientou a parar de empurrar (nesse momento eles verificam a posição dos ombros e se o cordão umbilical esta no pescoço do bebê – afinal isso não é impedimento para parto!).
Quando estava tudo ok, dei mais um empurrão e pronto!! Ele nasceu e veio direto pros meus braços!! “Apenas” 22 horas depois que comecei a sentir as primeiras contrações.
Não existe momento igual!!! Ficamos ali nos examinando, nos olhando… enquanto esperávamos o cordão umbilical acabar de pulsar, então o Aaron cortou o cordão umbilical, e eu já comecei a amamentar enquanto o médico e enfermeiras terminavam de me limpar e arrumar (dessa vez não quis fazer episiotomia, mas tive uma pequena laceração interna e tive que levar alguns pontos – opinião pessoal: a recuperação da laceração é bem mais tranquila do que da episiotomia!).
Nem sei quanto tempo passou até que a enfermeira viesse pegar o Oliver do meu colo para medir, pesar e fazer os testes iniciais. Foi tudo bem rápido e ele já voltou pro meu colo, por dentro do roupão, e ali ficamos, fazendo “pele com pele” e amamentando durante o período de recuperação.
Ainda ficamos por lá mais umas 2 horas em observação, e umas 8 e pouco voltamos para o nosso quarto.
O Aaron foi rapidinho em casa para ficar com a Isabella, enquanto minha mãe veio me ver e conhecer o netinho!
Jantei, e continuei com o Oliver na pele. Que delicia!! Estava exausta, mas ao mesmo tempo, a adrenalina era tanta, que eu não queria que aquele momento passasse nunca!!
Umas 11 da noite o Aaron voltou, e finalmente resolvemos (tentar) dormir.
O Oliver deu uma choramingada umas 3 e pouco da manha, e mamou de novo… fiquei de olho no “relógio” (que na verdade era nada mais nada menos que o Big Ben bem ali na minha janela!), para ter uma ideia de quanto tempo ele mamou, e quando deu umas 4, chamei a enfermeira para me ajudar a trocar a roupa dele (que até então ainda estava peladinho dentro da minha roupa), e ele dormiu no meu lado.
Não lembro que horas acordamos, mas era cerca de 6 ou 7 da manhã. Comemos o café da manhã e tomei o melhor banho da vida!! Hahahha Estava precisando daquele banho! (como ele ficou essas horas todas fazendo pele com pele dentro da minha roupa, sem nem fralda, eu fui “batizada” algumas vezes, só com umas toalhas pra colher os acidentes! hahahaha).
Recebemos alta logo cedo de manhã, mas tivemos que esperar o resultado de uns exames de sangue, o que acabou demorando horas, e eu já estava louca pra ir pra casa!
Mas claro, o momento mais esperado da manhã foi a chegada da Isabella!!
Como eu sonhei com esse momento!! Meus filhos se conhecendo pela primeira vez!! O sorrisão dela quando me viu e viu seu irmãozinho foram inesquecíveis!!
Então a Isabella subiu na cama comigo e ficamos os 3 ali, de chamego, ela admirada com o irmão (ficou impressionada que ele não tem dentes, e como o cabelo dele é pequenininho! Fofa!), e algumas horas depois, a Isabella não queria ir embora de jeito nenhum!
Já tínhamos recebido alta a algumas horas, mas não podia ir embora sem o resultado do exame de sangue do Oliver (meu sangue é fator negativo, então precisávamos saber o tipo sanguíneo dele, caso eu precisasse ser vacinada com a anti D), então o Aaron voltou pra casa com minha mãe e a Isabella para almoçarem juntos, enquanto eu fiquei esperando no hospital.
E assim que ele voltou e tudo já estava resolvido com os exames do Oliver, voltamos pra casa!
Foi surreal estar em casa como uma família de 4!
Quando chegamos em casa também aproveitamos pra dar o presente da Bella, que dissemos pra ela que foi o Oliver que trouxe, para agradece-la por ser tão boa irmã! Ela amou o presente e isso foi a atração do resto da tarde!
E pronto, dá pra frente, nas últimas 3 semanas temos nos adaptado ao “novo normal” da família, e já nem dá mais pra lembrar como era a vida antes dele!
O Oliver nasceu dia 14 de Setembro de 2016, pesando 3 quilos e meio e medindo 59 centímetros!
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