15 Aug 2016
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PeruRail – Nossa experiência em viajar de trem no Peru

Américas, Cusco, Dicas de Viagens, Machu PIcchu, Peru

Como contei no post sobre o roteiro da nossa viagem, um dos nossos principais empecilhos de planejamento foi a disponibilidade e horários dos trens que chegam em Aguas Calientes, que é a cidade base de Machu Picchu. Mas ao mesmo tempo, viajar de trem no Peru era uma de nossas prioridades da viagem!

viajar de trem no Peru

E é praticamente impossível evitar pegar trens para viajar pela região do Valle Sagrado e terra dos Inkas por lá, e as alternativas seriam horas e dias de viagens de ônibus ou carro.

viajar de trem no Peru

Então nosso roteiro foi meio que desenhado ao redor dos trens que conseguimos reservar.

E como valeu a pena!!

São 4 tipos de trem, com saídas de Lima, Cusco ou Ollayatatambo, operados pela PeruRail, ou então os trens operados pela empresa privada Inca Rail (menos opções de horários, e partindo apenas de Ollayatatambo.

Os mais comuns, e com mais disponibilidade de horários e classes são sem dúvida os trens da PeruRail, que oferecem assentos nas classes Expedition (Ecônomica), Vistadome (classe executive/Primeira classe) e os trens Hiram Bingham que são a opção super premium.

Na viagem de ida, entre Ollayatatambo e Aguas Calientes, nós viajamos no vagão Vistadome, que é o equivalente a primeira classe, e foi uma experiência sem igual!!

Pra começar que o trem é lindíssimo, com janelonas e tetos de vidro que oferecem uma vista panorâmica magnifica da subida dos Andes.

As poltronas são super confortáveis e espaçosas, com direito a um lanchinho a bordo, servido mais ou menos na metade do caminho.

Assim como outras viagens de trem que fizemos por ai, eles não impõem um limite de bagagem, mas o espaço para malas é restrito, e você é responsável por elas até a hora de embarcar (ou seja, nunca leva mais do que consegue carregar sozinho).

Na classe Vistadome as malas sao organizadas numa área especial pelo próprio pessoal do trem, mas nas outras classes, é cada um por si…

A viagem durou mais ou menos 3 horas (saindo de Ollayatatambo), e foi uma das mais legais que já fizemos, colocando muito trem Europeu no chinelo! Eu achei que a viagem já valeu só pela experiência de subir o Vale Sagrado de trem!

Na volta de Aguas Calientes a Ollaytatambo, nós viajamos no vagão Expedition (equivalente à classe Econômica, mas muito boa), que foi praticamente igual à experiencia no Vistadome.

Na verdade, por causa do horário e datas, acabamos pagando mais caro pela passagem numa classe inferior, mas no fundo não achei que fez tanta diferença não.

Os vagões são bem parecidos: muitas janelonas e tetos panorâmicos, mas as poltronas eram um pouco menores e mais apertadas, e sem serviço de bordo (eles passam um carrinho vendendo bebidas e umas besteirinhas pra comer, mas são pagos à parte e com pouca variedade/qualidade).

O difícil mesmo de viajar de trem no Peru é conseguir comprar as passagens, pois o site deles não é dos mais fáceis de usar, e o sistema bancário para o pagamento on line, aparentemente não se dá muito bem com cartões Brasileiros…

A princípio eu achei que a dificuldade de comprar as passagens fosse justamente por causa da lotação dos trens na época que fomos, mas acabei achando muitos fóruns (em Inglês e Português) falando sobre isso, e sobre a dificuldade de comprar e confirmar o pagamento on line no site do PeruRail.

A solução mais simples? PayPal! Registre seu cartão internacional no site do Paypal, e confirme sua compra assim!

Não tem nenhuma diferença de preço, nem taxas extras, nem nenhuma pegadinha (aliais, o PayPal é ótimo pra tudo! Uso muito no meu dia a dia).

A confirmação sai na hora, e você recebe o cartão de embarque no seu e-mail, que precisa ser impresso com antecedência e apresentado na hora do embarque.

E voilá! Prontinho!

No dia da viagem, eles pedem que você chegue na estação com meia hora de antecedência, para que dê tempo de verificar passagens e passaportes de todos os passageiros (eles requerem um documento na hora da compra, e o mesmo deve ser apresentado na hora do embarque), e para acomodar todas as bagagens, e o trem sai pontualíssimo!

Todos os vagões tem banheiros, e os funcionários são super prestativos, além de falarem Inglês super bem, e darem uma bela arranhada no Portunhol!

Foi uma experiência super tranquila, confortável e belíssima!

Minha dica é tentar pegar o trem num horário diurno, pra você poder aproveitar a vista também! (já que a noite não dá pra ver nada… você vai pagar pelas janelonas a toa).

Como mencionei acima, os trens são super disputados, principalmente em épocas de alta temporada (lembrando que nós estivemos no Peru bem na semana entre Natal e ano novo), e mesmo com várias semanas de antecedência, já não conseguimos nenhum dos horários que queríamos saindo de Cusco, e por isso tivemos que pagar por um transfer e viajar 3 horas até Ollayatatambo (já no meio do Vale Sagrado).

Saindo de Cusco, a viagem de trem é um pouco mais longa (acho que mais uma hora e pouco), mas acaba saindo bem mais econômico (de tempo e dinheiro).

Mas de qualquer maneira, a viagem até Ollayatatambo foi uma boa desculpa e oportunidade de viajar pelo Valle Sagrado e visitar algumas de suas cidades chave, que inicialmente não teriam entrado no nosso roteiro, mas que no fim das contas, valeu a pena!

Adriana Miller
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Adriana Miller
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10 Aug 2016
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Era uma vez, uma viagem ao Peru…

Américas, Cusco, Dicas de Viagens, Machu PIcchu, Peru

A viagem ao Peru chegou de surpresa em nossa programação anual

Claro que sempre foi um sonho da “lista” de viagens, mas nunca tinha sido um destino que eu tivesse planejado ou pensado concretamente, era sempre aquela coisa de “um dia” tenho que ir ao Peru!

Sabíamos que o ideal seria combinar com uma ida ao Brasil, já que assim estaríamos no lado “certo” do planeta.

Então ano passado (2015), devido à algumas outras mudanças de planos em relação à viagens no final do ano, decidimos passar bastante tempo com a minha família no Rio de Janeiro, umas 3 semanas no total, e como foi num momento em que a Libra estava tão forte em relação ao Real, férias, verão e essas cosias todas (além de uma abundância de avós e tias para ajudar com a Isabella), resolvemos que seria uma oportunidade perfeita para fazer uma viagem só nós dois.

A princípio, a ideia era algum lugar no Brasil mesmo: Nordeste, praia… mostrar um pouco mais do meu país do Aaron e curtir o verão Brasileiro.

Mas gente, como é difícil viajar pelo Brasil!!

Foi um tal de pacotes fechados caríssimos de fim de ano, mínimo de diárias exigidas nos hotéis e pousadas, preços exorbitantes e serviços que deixam a desejar… (preço de hotel 5 estrelas nas Maldivas por uma pousada meia boca em Fernando de Noronha?! Não obrigada! Sites que não informam preços, funcionários mal preparados e de má vontade para fornecer informações, voos descoordenados e sem pé nem cabeça…. Ah, e os preços! Já falei nos preços t~ao fora da realidade do turismo mundial?!).

Rapidinho engavetamos a ideia de viajar pelo Brasil no verão e passar o Revellion em algum lugar bacana e então ficamos órfãos de um destino especial para a virada do ano a dois…

E então me ocorreu: e o Peru?! Vamos pesquisar sobre o Peru?! Sempre foi um destino que sabíamos que não dava/queríamos fazer com crianças, e já que estaremos por lá mesmo, porque não?

Não é que tenha sido tão mais fácil não… Mas pelo menos conseguimos fugir do cartel de revellion Brasileiro e planejar uma viagem só nossa, com o roteiro que queríamos e que cabia no nosso orçamento, nos dias que podíamos e queríamos viajar.

A viagem foi cansativa e pingadinha… muitos voos em horários ingratos, 4, 5, meios de transporte do ponto A ao ponto B e afins, mas conseguimos ir e voltar quando queríamos, passando quantos dias achamos necessário em cada cidade.

 

Nos últimos meses, muitos leitores me perguntaram sobre a questão de levar ou não levar crianças numa viagem ao Peru; Acho que não é novidade pra ninguém que nos acompanha que não temos muitas frescuras em relação a isso, e nem classificamos nossos destinos em “Lugar de criança” e “N#ao dá pra fazer com crianças”… então porque no Peru foi diferente, e deixamos a Isabella com os avós?

Bem, primeiro, porque independente do destino escolhido, queríamos aproveitar a deixa e a oportunidade para uma viagem a dois, então mesmo se tivéssemos ido pra uma praia qualquer no norte do estado, a intenção sempre foi de viajar sem ela.

Porém, mesmo antes da ideia do ir pro Peru se concretizar, já tínhamos conversado e decidido que realmente não seria um lugar que queríamos ir com crianças pequenas.

Porque?

Nada contra o Peru, e nem acho que o país é menos preparado para crianças e famílias do que qualquer outro destino “exótico” que já tenhamos visitado com a Isabella – e sim, por causa do roteiro que queríamos fazer, e o ritmo da viagem que queríamos fazer.

Eu sabia que seria uma viagem “pingada”, pois o sistema de transporte do Peru não é dos melhores (tudo funciona muito bem individualmente, mas não é “fluído”, sabe? tudo tem uma baldeação, uma conexão estranha, etc); muita troca de meios de transporte, conexão aqui, baldeação acolá, atrasos e etc.

Mas principalmente por causa dos lugares que queríamos visitar e principalmente como queríamos visita-los.

Ou seja, queríamos acordar de madrugada para sermos um dos primeiros a entrar em Macchu Pichu, e não queria que a Isabella tivesse que acordar as 3:30 d manha com a gente. Queríamos passar o dia todo entrando e saindo de ruínas, sem horário pra para, pra comer, beber água nem descansar. Uma criança de (quase) 3 anos não aguentaria nosso ritmo.

E queríamos principalmente passar esse mesmo dia todo entrando e saindo de ruínas sem nos preocupar com os precipícios, as pedras e rochas irregulares, as subidas e descidas íngremes nem a multidão de turistas. (respondendo uma pergunta que me fizeram na época: Dá pra levar carrinho de bebê pra macchu Pichu? NÃO! De jeito nenhum…)

Queríamos sair pra beber e comer pelas ruas históricas de Cusco sem horários, e dormir na manha seguinte sem compromisso…

Então por mais que tenhamos sentido muitas saudades dela, o tempo todo que estávamos por lá, volta e meia nos entreolhávamos e dissemos: ainda bem que ela não está aqui!

Pra gente – a nossa, viagem, o nosso estilo, e a viagem que queríamos fazer, do jeito que queríamos fazer – visitar o Peru sem uma criança de 3 anos a tira colo foi a melhor decisão possível, e com certeza absoluta não teríamos aproveitado tanto se ela estivesse por lá.

Mas e se não tivesse com quem deixa-la? Eu teria deixado de ir? Não, claro que não! mas de fato teria sido uma viagem bem diferente, num ritmo bem diferente. Teríamos feito menos, visto menos e curtido menos. Teria sido maravilhoso, porém diferente. E diferente do que sempre quisemos que uma viagem ao Peru fosse!

Tudo uma questão de expectativa, como sempre falo nos posts de viagens com crianças.

Dessa vez nossa expectativa era alta, e a melhor decisão foi justamente não incluí-la, porque sim, teria sido decepcionante ter que reduzir nossas expectativas.

 

Então os próximos posts serão sobre nosso roteiro e escolhas, passeios, recomendações e o que fizemos por lá nos 5/6 dias que passamos no Peru!

Adriana Miller
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