11 Nov 2010
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S.A.L.: Carreira “Internacional”

S.A.L., Trabalho

Volta e meia eu recebo e-mails pedindo dicas sobre como iniciar ou “transformar” uma determinada carreira em “internacional”.

Seja isso alguem que esta a ponto de comecar a faculdade, mas nao sabe se Comercio Internacional eh o caminho certo, ou alguem que simplesmente adora viajar e acha que ao trabalhar num cargo internacional, vai poder viajar a vontade pelo mundo todo as custas da empresa.

Pois entao. Se existe alguna dica magica, ou algum “segredo”, eu nunca descobri nem nunca me contaram, mas posso contar como aconteceu comigo, e dai dah para tirar algunas ideias doque pode ou nao dar certo.

Para comecar, minha opiniao sobre Comercio Internacional; lembrando que eh apenas minha opiniao pessoal e baseada em observacao, e nao tenho nada nem contra, nem a favor do curso universitario.

Mas eu acho que um curso universitario em Comercio Internacional eh possivelmente uma das carreiras mais randomicas que existem; e assim como Administracao, para ter uma carreira de fato, voce acaba tendo que se especializar numa determinada area – entao se esse eh o caso, porque nao ja focar na especializacao, se vc sabe oque quer?

Mas, mais uma vez, eu nao posso dar conselhos sobre o curso X ou Y de Comercio Internacional, pois afinal eu nao sei exatamente como o curso funciona. Mas eu acho que esse tipo de carreira universitaria faria sentido para quem quer focar em importacao/exportacao, por exemplo, e quer entender como funcionam as leis e regulamentacoes do comercio internacional. Comercio. Impostos, aduanas, leis e coisas assim. E ponto. Para fazer marketing, RH, financas, contabilidade, advocacia ou qualquer outro tipo de carreira num ambito internacional, entao melhor ja comecar na carreira especifica, e dai para frente se aplicar para dar o rumo “internacional” que voce quer ter.

Eu sempre quis e sempre sonhei em ter uma carreia internacional, e por muito tempo achei que o melhor caminho seria estudar turismo. Afinal, basta se formar em turismo para vc poder viajar o mundo todo, certo? Mas como eu me dei bem mal e quebrei a cara, descobri que nao eh bem assim (que eh uma historia que ja contei aquí tantas outras vezes…).

Uma coisa que eu me lembro muito nitidamente nesse minha tomada de decisao de querer ser “internacional” foi quando assisti no cinema o filme “Advogado do Diabo” (1997! Hahahah! Como to velha!): uma coisa nao tem nada a ver com a outra, mas uma das cenas aparece a “Business partner” do Keanu Reeves, andando de um lado pro outro em seu escritorio, com o headset do telefone falando com alguem em Italiano (ou em Frances?!), e o Al Pacino a apresenta como “Fulana de tal, cuida de todos os nossos assuntos internacionais” (ou algo do tipo) e eu achei aquela cena o cumulo do glamour, e decidi que queria ser assim quando crescer!

Nunca soube exatamente oque queria ser quando crescer, mas sabia que queria ser aquela pessoa, falando no telefone com alguem do outro lado do mundo.

Entao eu fiz faculdade de Economia, fiz varios estagios e tal (um menos glamoroso que o outro…), e depois de formada entrei num programa de trainee, onde meu primeiro “periodo” (fiz um programa de rotacao em varias areas na mesma empresa) foi justamente na area de exportacao da empresa.

Foi totalmente por acaso, e a principio eu tava achando o maximo, ate que descobri que trabalhar com exportacao/importacao eh uma das cosias mais chatas e macantes que podem existir! Eu passava o dia todo revendo precos de produtos, preco de frete, custo de armazenamento no cais do porto, revendo clausulas de contrato, etc, etc, etc. Internacional que era bom, nunca cheguei nem perto. Nunca tive contato com nenhum dos clientes internacionais, e mal sabia quem eram e de onde vinham.

Depois de 6 meses, passei para area de planejamento financiero, e isso soh solidificou minha certeza de que nao gostava mesmo da carreira de economista, e resolvi largar tudo e ir para Espanha fazer um mestrado em turismo (que ja contei essa historia aqui um zilhao de vezes).

Mas parando para pensar friamente, eu consigo dissecar exatamente como e (mais importante) porque consegui desenvolver uma carreira internacional.

Para cometer eu acho que voce, propriamente dito, tem que SER internacional. TEM que falar varias linguas, e tem que ter esse diferencial do resto da populacao nao-internacional. TEM que ter alguna experiencia internacional, vc tem que saber sobre outras culturas, ter morado ou estudado em outros paises. Tem que entender o lado lah da fronteira, como pensam e como agem seus clientes.

Entao comigo, oque aconteceu foi que quando comecei a procurar emprego em Madrid, uns meses antes de comecar meu mestrado, eu estava mandando meu CV a torto e a direita, para qualquer vaga que visse por ai: garconete, vendedora de loja, recepcionista, secretaria, etc, etc. Ate que me chamaram para uma entrevista para trabalhar numa empresa e num projeto que eu nem sequer sabia oque era. Ou seja, nem sequer tinha aplicado para aquela vaga, mas acabei sendo seleccionada justamente por minha condicao de “internacional” – nesse momento, meu esforco jah estava feito sem nem ter percebido, afinal a vaga pedia alguem que falasse Portugues e Ingles fluente (na epoca meu espanhol era vergonhoso – estava na Espanha ha apenas uns 2 meses), e de quebra ainda falasse Italiano (que nao era necesariamente um requisito da vaga, mas foi um bonus pro projeto). E entao, essa vaga literalmente caiu no meu colo, e passei 1 ano trabalhando num projeto internacional do Service Centre da IBM da Espanha, trabalhando diariamente com colegas e fornecedores de mais de 20 paises.

Ai acabei vindo para Londres, achando mesmo que meu futuro partencia a carreira de Turismo. E essa foi uma outra longa historia que jah contei aqui um zilhao de vezes.

E mais uma vez, sem querer acabei caindo totalmente por acaso na carreira de Recursos Humanos, e mais uma vez numa posicao “internacional” – e mais uma vez porque sabia falar Portugues e Espanhol fluentemente.

Ai pronto. Dai para frente meu perfil virou “internacional” e mesmo se nao quisse, jah nao tinha volta. Nas vezes que quis trocar de emprego nos ultimos anos, se aplico para uma vaga “local” (no caso focada em RH do UK) meu CV morre no limbo, mas se aplicar para uma vaga “internacional”, eh batata: Me ligam no dia seguinte!

Entao agora jah sei que sou “internacional” e nao tem volta! (ainda bem que eu gosto, neh?!)

Mas claro que rolaram varios “por acaso” na minha carreira, e sei que acabei dando bastante sorte, mas ao mesmo tempo, nada vem de graca de nessa vida. Nao tem aquela frase cliche de traseira de caminhao, que diz que “sorte eh quando a oportunidade encontra o preparo”? Entao, eu acredito fielmente nessa teoria!

Hoje em dia, ter conseguido um emprego onde gerencio 15 paises em 3 continentes (com mais 10 paises entrando para lista em 2011), pode parecer uma grande “sorte”, mas nao esquecam que antes disso se passaram anos construindo esse perfil “internacional” que me transformou numa candidata atraente para vagas internacionais: foram anos fazendo curso de Frances, de Ingles, de Espanhol e Italiano, anos estudando para ter uma boa qualificacao, conseguir bons estagios em empresas reconhecidas mundialmente (nessas horas ter nomes de multinacionais no CV tambem ajuda), e ter morado fora muitos anos, seja com minha familia ou fazendo intercambio durante a faculdade.

Entao assim como muitas outras carreiras, o primeiro passo eh sempre o mais difícil de conseguir, e volta e meia rolam aquelas situacoes do ovo-e-a-galinha onde nao te dao experiencia porque voce nao tem experiencia, mas voce nao tem experiencia porque nao te dao experiencia…

Mas no caso da carreira internacional, seja qual for sua area, o primeiro passo eh a tal experiencia inicial tem que vir de voce mesmo – nessas horas sua experiencia de vida vale muito mais do que qualquer outro diploma – ou seja, na hora da verdade uma “work experience” onde vc estudou outra lingua em outro pais enquanto servia mesa vai contar muito mais a seu favor doque fazer um cursinho com “internacional” no titulo na faculdade da esquina do seu bairro.

E alem disso, vc tem que escolher seu foco – ninguem eh especialista no mundo todo, entao sua internacionalidade tem que comecar aos poucos.

No meu caso, comecou com Espanha-Portugal, depois mudou para America Latina (que tem em comum as duas linguas), depois passou para um cargo “Europa do Sul”, que tambem comecou com Portugal e Espanha e evoluiu para Italia, Grecia e a regiao dos Balcans (e volta e meia me metendo nos asuntos da France e Alemanha), e agora num cargo mais “continental” onde estou tendo que aprender do zero como varios paises com os quais nunca trabalhei funcionam – mas ai voce se da conta que depois de aprender como funciona o sistema trabalhista da Romania, aprender como funciona as deducoes sociais da Arabia Saudita nao eh tao diferente, e a politica trabalhista da Franca nao eh tao mais complicada que a Russa, e que a folha de pagamento da Holanda eh bem parecida com a Alema.

Alem disso, hoje em dia tenho o privilegio (ou nao, depende do seu ponto de vista!) de poder viajar bastante a trabalho, coisa que (ainda) gosto bastante de fazer, mas foi uma coisa que tambem aconteceu com o passar do tempo, com a experiencia na carreira. Mas a tendencia eh sempre e cada vez mais as viagens a trabalho diminuirem mais e mais, e a maioria esmagadora de reunioes sao feitas por conference call, video conference, tele-presence etc, que economizam seu tempo e o dinheiro da empresa, e a realidade eh que 90% das pessoas que trabalham internacionalmente nunca saem de sua cadeira.

Entao voce vai gostar de trabalhar numa area (seja ela qual for) internacional se voce realmente gostar da sua carreira (por exemplo se eu tivesse trabalhando em financas internacional em vez de RH, eu continuaria odiando financas, ou entao odiando ainda mais, pois cada pais tem seus problemas!), e principalmente gostar do ambiente multi-cultural – gostar e ter paciencia pra passar horas no telefone com o project manager da India, bater-boca com a gerente de financas da Russia que quebra todas as regras, ou desafiar a diretora de RH espanhola que soh faz oque ela quer (e isso tudo sao exemplos reais aconteceram apenas hoje!), achar tudo super interessante, querer aprender como cada cultura e cada canto do mundo faz suas coisas a sua maneira e aprender a se moldar a cada um – independente de ter algum aviao envolvido ou nao.

Se nao acaba sendo como todo e qualquer outro emprego que voce pode vir a nao gostar: seja a pessoa que quer trabalhar em Financas pra “ganhar dinheiro” e acaba fazendo planilhas o dia todo; ou quem queria ser advogado e defender crimes na corte e acaba revisando contratos todos os dias; quem queria fazer marketing e propagandas hollywoodianas na tv e acaba fazendo diagramacao de folheto promocional; quem queria fazer moda e acaba organizando o guarda roupa do backstage…

Ou seja, o dia a dia da carreira eh sempre diferente daquilo que imaginaos e glamurizamos durante o vestibular, entao seja internacional ou nao, voce tem que acima de tudo gostar doque voce faz.

Adriana Miller
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17 Oct 2010
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Quarto de “menino”

Lar doce lar

No processo de montar e redecorar o escritorio/quarto de hospedes, o Aaron quis dar varias opiniões. Geralmente ele não esta nem ai, ou então tudo que ele escolhe é forrado em couro preto e luzes de neon, que são imediamente vetados por mim.

Mas dessa vez ele se animou em ter um quarto “de menino” e não só me ajudou a escolher tudo, como ainda me surpreendeu com seus dotes de corte e costura!

Antes de um lado...

Antes do outro lado...

Quando ele me falou que sabia costurar, pois aprendeu essas coisas nas aulas de “Home Economics” na escola eu fiquei meio desconfiada, mas e não é que ele é super prendado?!

Então compramos tecidos pra cobrir o sofa cama e tecidos combinados/descombinados para as almofadas, e fizemos nós mesmos a capa e as almofadas! Esse sim foi um super projeto DYI e demorou vaaaarios dias pra terminar… mas foi tão divertido!

Trocando os moveis de lugar

Durante a mudança...

Alem dos tecidos eu comprei tambem uma daquelas mini maquina de costura e muitos metros de “press on hem“, que é tipo uma fita adesiva que cola tecido, e a cola derrete com ferro de passar roupa.

Claro que nao fica tão resistente quanto costurar de verdade, mas deu uma otima base pras bordas da almofada e deu uma acabamento mais profissa.

Medindo e cortando o tecido das almofadas

Marcando as bordas que serão passadas a ferro

Aaron passando as bordas com a fita de "press on hem"

A fita de fazer bainha

Antes de ser passada a ferro

Mini maquina de costura

Em ação

Praticamente Profissional!

Foram varios dias de ralação medindo, cortando, passando e costurando as 4 almofadas e a capa do sofa cama, mas achei que o resultado ficou otimo! Clao que se voce olhar assim, beeeem de pertinho, as beiradas nao ficaram suuuper retas e a costura da maquininha de mão não é super ultra resistente…

Mas conseguimos atingir um resultado final que ficou bem legal. Um quarto de “menino” mas que nao parece ser habitado por um solteirão!

Tcharam!

Nós tambem reorganizamos os moveis, para transformar esse quarto numa area mais funcional pra hospedes e tambem funcionar como escritorio pra nos dois.

Detalhe do tecido

Esse bi-cama/sofa cama originalmente estava num canto da suite, e a escrivaninha, como é relativamente pequena, nós mudamos pra embaixo da janela, e assim aproveitando melhor a luz da janela e aumentando o espaço util da mesa (por sorte, o parapeito da janela é da mesma altura exata da janela)

E a cama que ficava nesse quarto, foi virada de lado, pra servir mais como uma “day bed”, como se fosse um sofazão e tambem deixando mais espaço aberto no chão do quarto – então o resultado final é que apesa de termos colocado mais moveis nesse quarto, ele acbou ficando muito mais espacoso, e super funcional. Meus pais já foram nossos primeiros hospedes e aprovaram!

Os tecidos foram comprados na Ikea, e as almofadas vermelhas, “London” e “Union Jack” são da Primark (mega barganha!).

Adriana Miller
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14 Oct 2010
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Mi casa, tu casa!

Lar doce lar

Ok, o primeiro comodo que esta (quase) pronto!

Esse é o hall de entrada do apartamento novo, o menor e mais facil de “transformar”.

Resultado final!

Quando nos mudamos, esse espaço simplesmente não tinha nada… só uns moveis aleatorios e sem função (que mudamos pra outros cantos mais uteis da casa) e uns quadrinhos medonhos e cavalinhos, gatinhos, patinhos…

Antes

O “problema” é que essa area é bem grande, não só é a entrada do apartamento como tambem conecta toda a casa, então queriamos dar um uso “util” e logicamente bonito, afinal é o comodo que mais usamos e mais vemos ao longo do dia.

Antes

Os aparadores eram nossos mesmo, e foram os unicos moveis que trouxemos da casa antiga – antes serviam de buffet na sala de jantar, e agora viraram aparadores do corredor. Então colocamos uma tijela pras tralhas e moedas do Aaron (lembra que contei que ele tem fobia de moeda? Entao em vez de reclamar e tentar mudar essa mania, criamos um espaço especifico pra isso – elo menos agora nao temos moedas espalhadas por cada canto e superficie da casa!), e um trequinho pra correspondencias, contas e afins.

E pra enfeitar uns livros, um elefante de madeira que comprei na Tanzania (com a bunda virada pra porta, já que dizem que dá sorte – pra que atrair azar, certo?) e uma luminaria (da Ikea). Ah! Os aparadores e o espelho tambem são da Ikea.

No canto a banqueta (não ficou totalmente transformada nesse canto?!) e na parede a esquerda que esta vazia vou colocar um cabide de parede – com a chegada do inverno precisamos de um lugar relativamente na entrada/saida de casa pra colocar casacos, tirar/colocar botas, e segurar os casacos de visitas quando esta frio.

E nas paredes, tiramos os quadrinhos horrorosos do dono do apartamento (que estao todos ebalados em saco plastico (pra nao empoeirar nem estragar) e devidamente escondidos embaixo da cama, em cima dos armarios, e qualquer outro canto que achamos pela casa.

Olha que singelo?

E para subistitui-los nada melhor que nossas proprias fotos! O grande problema de tirar tantas fotos como nós dois tiramos é que as fotos acabam no limbo… raramente imprimimos fotos, nunca temos tempo de montar photobooks e afins.

Então aproveitando a visita dos meus pais, meu pai mandou imprimir umas super fotos com papel profissional que ficaram de uma qualidade sensacional!

Meu pai em ação, nos ajudando a montar as fotos

O dificil foi escolher apenas algumas entre todas as nossas preferidas, e queriamos que fosse nao só fotos que gostamos, mas tambem fotos “arte”, que ficassem boas em preto e branco e que não fossem fotos “posadas” (nao gosto de fotos de “pose” como decoração da casa. Um porta retrato aqui e acola tudo bem, mas um mega poster de nos dois sorrindo na frente da torre eifel nao faz meu estilo…).

As fotos escolhidas foras essa que eu tirei em Sydney, Australia; essa que o Aaron tirou no Cairo, Egito; essa que eu tirei em Praga, Republica Checa; essa que o Aaron tirou no Rio de janeiro; e essa que o Aaron tirou em Luxor, Egito.

Demoramos semanas pra conseguir decidir quais fotos seriam escolhidas, se elas “combinariam” entre si e apesar de definitivamente nao serem nossas fotos preferidas absolutas, foram as fotos que concordamos que ficariam bem em preto e branco na parede de nossa casa (e tambem selecionamos umas outras que colocamos na sala).

E voila!

Ainda não esta totalmente “pronto” (quero colocar um cabideiro e trocar as luminarias do teto porque sao U-Ó), mas convenhamos que é apenas um corredor, e já esta bem bom!

Adriana Miller
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