12 Apr 2011
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E aí que você ficou doente na viagem… Oque fazer?

Africa do Sul, Dicas de Viagens, Trabalho

Quem me acompanha no Twitter (ainda não “segue”?! Perdeu o drama!) soube do drama que foi minha viagem semana passada pra Africa do Sul.

Eu cheguei em Johannesburgo na Terça de manha e ao longo do dia os espirros começaram a aparecer. Tomei vitamina C, jantei bem, dormi cedo, tomei remedio pra gripe…. e mesmo assim ao longo da semana só fui ficando pior e pior. Tive febre, minha garganta inflamou, o nariz rachou…. aquela beleza toda.

E pra piorar, era uma viagem a trabalho. Fui até lá pra organizar 5 reuniões internas e externas, mau chefe tambem foi, e varias outras pessoas seniors da EMEA. Ou seja, tinha que mostrar serviço, e bem feito. Nada disso de “to meio mal hoje, então vou ficar de cama”.

Não. Tinha que levantar da cama, tremendo de febre, colocar meu terninho e ir discutir imposto de renda e beneficio social na Africa do Sul. Zuuuuper interessente!

Mas era só uma gripe, né? Logico que depois de um ou 2 dias eu estaria novinha em folha. Mas só piorou a semana toda. Então me decidi voltar pra casa e não me torturar o fim de semana todo sozinha num albergue na Cidade do Cabo. A passagem e reservas? Não reembolsaveis, mas tudo bem. Mas pra trocar a passagem de volta (que foi comprada pela empresa) ia sair mais caro que a propria passagem pra Africa do Sul, e como o fim de semana era de caracter “pessoal” o seguro não cobriria.

Então engoli a seco e me arrastei pra Cidade do Cabo.

Sabado acordei ainda pior (não sabia que dava pra piorar…). Na recepção do albergue me disseram que eu só poderia ir pro hospital publico se fosse caso de emergencia, e medico particular não atende fim de semana.

No final das contas acabei aproveitando o fim de semana na Cidade do Cabo assim mesmo, e sem perceber acabei melhorando um pouquinho ao longo do fim de semana.

Ainda assim a primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi ir direto pro hospital ver um otorrinolaringologista – na pressão do avião por 12 horas, a infecção da garganta se espalhou pros ouvidos e a coisa ficou feia.

Agora estou no segundo dia de antibioticos tarja preta e já estou quase 100% boa.

Mas esse tempo todo fiquei pensando: oque fazer quando ficamos doente numa viagem?

E isso porque na minha situação, nem era uma viagem “por diversão”, que eu passei meses planejando, sonhando, nem gastando todas as minhas economias.

E eu estava preparada: sempre levo minha farmacinha, tenho seguro de saude internacional, seguro de viagem e tals. Tentei todos os recursos, mas as vezes não dá certo.

E já aconteceu de passar muito mal numa viagem ao Marrocos, e o Aaron tambem ficou super mal durante um pedaço da nossa viagem de lua de mel no Camboja, e tambem quase foi parar no hospital num revellion em Nova Iorque.

Mas tudo entrou em perspectiva quando uma menina que estava no meu grupo do passeio na Penisula do Cabo foi jogada longe pelo vento (o vento no Cabo das Tormentas não é brincadeira!) e quebrou o braço esquerdo e os dois dentes da frente. Ela tinha vindo lá da Nova Zelandia (Longe pra caramba!) e estava prestes a realizar o sonho de fazer um Safari na Africa.

Dai em diante (eu vi TUDO acontecendo a 1 metro de distancia, e foi horrivel!) parei de sentir pena de mim mesma e me dei conta que garganta inflamada e febre não é nada em comparação a um acidente que estraga a viagem dos seus sonhos.

Mas enfim, esse post não tem uma conclusão final. Imprevistos sempre acontecem, e não é porque voce planejou, sonhou, economizou e gastou com a-viagem-que-vai-mudar-sua-vida que tudo vai sair perfeito. E ai entra a preparação “tecnica” da viagem (seguro de saude, seguro de viagem, farmacinha, etc) e a preparação psicologica de não se fazer de vitima e tentar aproveitar com oque sobrou.

Quem ve minhas fotos da Africa do Sul, não perce que eu estava doente (tirando o fato de que eu estava usando 3 camadas de roupa e cachecol de lã num sol de 30 graus), e a primeira coisa que a menina Kiwi perguntou pro paramedico que tentava colocar seu braço no lugar foi “eu ainda posso ir pro Safari amanha?!”

Como consequencia disso tudo, minha energia esta lá no fundo do poço, mas aos poucos vou começar a organizar as ideias e fotos…

 

Adriana Miller
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17 Mar 2011
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De volta a Beirute!

Beirute, Dicas de Viagens, Libano, Trabalho

Desde que sai de casa ontem de tarde pra ir pro aeroporto, mais uma vez a caminho de Beirute, nao tenho nada muito interessante a relatar…

Mas foi uma delicia voltar a essa cidade que gostei tanto! E dessa vez esta ainda melhor! Incrivel oque algumas semanas entre o fim do inverno e comecinho da primavera nao fizeram com a cidade… um sol espetacular, canteiros floridos e as ruas ainda mais vivas!

Mas minhas ultimas 24 (e poucas) horas foram assim:

Meu voo saia de LOndres as 3:30 da tarde, entao tive que chegar no aeroporto bem na hora crucial da fome – entao aproveitei pra almocar no pub enquanto respondia uns ultimos e-mails de trabalho.

Depois de um momento de panico e auto flagelo (quando meu dei conta que tinha esquecido minha camera em casa!!!) eu me minha (muito mal feita) malinha fomos direto pro portao de embarque.

O voo de, 5 horas, entre Londres e Beirute foi bem tranquilao… passei praticamente o voo todo devorando um livro, deitadona nas 3 poltronas do aviao!

O desembarqe foi tranquilo, e agora que ja sabia oque esperar nem me estressei… preenchi meu fomrulario, dei meu passaporte, respondi umas perguntas e voila! Ja estava oficialmente de volta ao Libano!

Na mesmo hora que meu aviao estava desambercando, chegou tambem um aviao lotadao com o exercito da UN e um gazilhao de marmanjos uniformizados que causaram uma comocao no aeroporto!

Mais uma vez estou no hotel Phoenicia em Beirute, e depois de uma noite muito bem domrida, fui acordada com cafe da manha no quarto (eh bem mais barato que comer no buffet do hotel, sem falar que eh uma mordomina muito boa, entao aproveito!)!

Mas minha manha no escritorio nao foi tao divertida… Estamos implementanto algumas mudancas na folha de pagamento, e tiveram alguns funcionarios nada contentes quando me viram, e passei parte da manha em reunioes dando explicacoes e “ouvindo” as reclamacoes alheias (a parque eu menos gosto de RH!).

Alem de uma tarefa no minimo interessante… quando tive que revisar e aprovar um relatorio enviado pelo Ministerio das Financas do Libano, mas que estava em…. Arabe!!

A solucao?! Sao Google: tabela de numeros Arabes e mandar ver, conferindo numeros 1 po 1 pra ver se os valores batiam com minhas planilhas…

Entao que bateu a fome, mereci um almoco 100% Libanes!! (no mesmo reaurante que ja recomendei nesse post aqui. Bom demais!!)

Mais uma tarde bem chatinha, com mais reunioes e muitos relatorios e planilhas, e planilhas, e planilhas… (essas fotos sao em especial pra quem acha que RH eh soh diversao! Alias, de diversao nao tem nada…)

Mas quando comecei a reparar no por do sol (que por aqui eh lindo, com as construcoes em tons de amarelo, a neve nas montanhas, o mediterraneo e a lua despontando no ceu), sabia que tava chegando a hora de voltar por hotel!

No hotel, aproveitei pra ficar no bar um pouquinho e usar o wifi (no quarto soh tem internet a cabo – saco!)

E agora (mais de 24 horas depois que o post “comecou”, obviamente…) o ciclo recomeca e vou fican bundiando aqui no hotel, ate meu cafe da manha chegar no meu quarto manaha de manha!

Adriana Miller
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01 Feb 2011
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Ao vivo de Beirute

Beirute, Dicas de Viagens, Libano, Trabalho

Pra quem me acompanha no Twitter, as primeiras impressões do Libano não foram exatamente as melhores. Não necessariamente ruim, mas apenas diferente.

Pra começar que meu voo era um voo Londres – Khartoum, com escala em Beirute. Ah, vc não sabe onde fica Khartoum? Eu também não sabia até ontem de tarde. Khartoum é a capital do Sudão. Eu entrei num avião a caminho do Sudão. Ponto.

Pra quem é super cool, talvez esse pequeno detalhe não fosse tão importante, mas pra mim foi uma coisa meio sureal de “Cara, e se alguma coisa der errado e eu for parar no Sudão?!?!”. Talk about assunto pra post heim?!

Mas o voo foi o mais tranquilo possivel, e aterrisar no Libano foi mais tranquilo doque poderia imaginar. mas foi dificil ignorar a quantidade de soldados armados até os dentes platados em todos os cantos do Aeroporto, inspecionando malas e analisando cada passageiro de cima abaixo.

A mesma coisa na chegada do hotel, onde para sequer virar a esquina, passamos por guarita do exercito, o taxi foi parado, o porta malas revistado e o motorista interrogado.

Na entrada do hotel mais um pouco: Detector de metal, Raio-X e esquema de segurança de deixar muito aeroporto com inveja.

Durante o check-in eu perguntei pra recepcionista se aquilo tudo era por causa dos boato sobre protestos e a confusão no Egito e Tunisia, mas ela me olhou com cara de perdida, e disse com a maior naturalidade que não ouviu falar sobre nenhum protesto no Libano, e que aquilo era perfeitamente “normal”.

Mas não esqueçam que eu estou aqui é pra trabalhar!

O escritorio do BAML tem uma das melhores localizações possiveis, no centrnao historico de Beirute, e ainda me colocaram numa sala com a vista da praça central com as montanhas nevadas ao fundo, e a vista do Mediterraneo na lateral…

Então na hora do almoço me levaram pra dar um voltinha pela area e fiquei logo impressionada com a cidade!

Minha primeira impressão foi que tudo é super novinho…. mas não necessariamente “moderno”. Me senti quase que no estudio cenografico de um filme que supostamente se passa no Oriente Medio…

E explicação? Apesar de “antiga” e “Historica” a região foi completamente bombardeada e destruida durante as muitas guerras que assolaram o pais, e só nos ultimos 5 anos o pais esta voltando ao “normal”. Então iamos andando pelas praças, Mesquitas, predios historicos… e o diretor do banco ia falando “aqui era onde ficava o não sei oque lá. Mas foi destruido pela guerra.”, “aqui foi onde o não sei oque ficava, antes de ser destruido peal guerra”. E assim sucessivamente numa narração de partir o coração sobre tudo que foi destruido e reconstruido ao longo dos anos.

E por mais que Beirute realmente seja uma cidade bonita e cheia de coisa legal pra oferecer, as marcas da guerra estão ai pra quem quiser ver, e guerra minha gente, é uma coisa muito triste. É morte, é destruição, é pobreza, é tudo de ruim junto no mesmo lugar, acontecendo ao mesmo tempo com esse povo.

Mas muito se engana quem acha que os Libaneses estão por ai chirando miseria ou esperando pena ou ajuda de ninguem. O pais teem se reerguido e reorganizado com uma eficiencia exemplar, e apesar dos pesares, se orgulham de sua historia, pra bem ou pra mal, não escondem suas cicatrizes e não colocam panos quentes no problema.

Falam das guerras e conflitos com a mesma naturalidade com que apontam as ruinas Romanas, a igreja Ortodoxa e a Mesquita que dividem o mesmo quarteirão que um relogio Rolex gigantesco, e realmente se sentem os seres mais sortudos do mundo por terem nascido num dos berços da civilização, e prontamente apontam a sorte de poder esquiar de manha e nadar no mediterraneo a tarde!

Quando eu marquei minha viagem semana passada, meu voo original voltava pra casa no sabado de manha, pois realmente pensava que essa não seria a hora certa de passear pelo Libano.

Mas rapidinho mudei de ideia! E já troquei minha passagem pra Domingo, então vou poder dar pelo menos uma esticadinha e conhecer um pouco mais do pais!

Adriana Miller
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