13 Jan 2010
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Roteiro de viagem no Chile

Andes, Chile, Dicas (Praticas!) de Viagem, Dicas de Viagens, Roteiros de Viagem, Santiago, Valparaiso & Vina del Mar, Vinhedos

Como disse nos posts anteriores, o Chile eh o tipo de lugar que dah vontade de passar varias semanas viajando, tamanha quantidade de coisas legais pra ver e fazer, diversidade geografica, geologica e cultural.

Opcoes que variam do deserto mais seco do mundo ao frio do Polo Sul na Patagonia Chilena. Da heranca cultural deixada pelos Espanhois em Santiago a cultura nativa das “tribos” Incas e Mapocho. Dos esportes radicais nos slopes de ski, ao puro dolce fa niente com uma taca de vinho na mao.

Mas isso nao quer dizer que soh dah pra aprovetar o Chile caso voce tenha muito tempo disponivel nas maos pra conseguir conhecer ab-so-lu-ta-men-te tudo de cabo a rabo. Na verdade, pra quem esta no Brasil, o Chile eh a opcao perfeita de viagem facil, diferente e legal, podendo ser encaixada em qualquer feriado prolongado.

O meu roteiro jah foi detalhado nos posts anteriores, mas resumidamente fizemos o seguinte:

Rio – SP – Santiago: Saindo do Rio as 6 da manha com a TAM, e chegando em Santiago ao 12. Parece longe, afinal sao 6 horas de viagem entre conexoes, troca de aviao etc. Mas como os voos saem bem cedo, na verdade chegar em Sanatiago ao meio dia ainda eh um grande lucro. mais ou menos como sair do Rio (ou qualquer outra capital) no voo das 9 e chegar em Salvador (ou qualquer outra capital – inclusive Buenos Aires) as 11 e pouco. Ou seja, o seu dia “livre” para passear nao muda muinto…

Mas enfim, com uma tarde, ou um dia inteiro em Santiago jah dah pra ver bastante coisa, como sugeri nesse post aqui. Na verdade nos tivemos 2 tardes e 4 noites em Santiago (saimos pra jantar 1 noite, e as outras 3 capotamos no hotel), e deu pra fazer tudo que queriamos, sem pressa e correria… Caso vc esteja com pressa e afim de correria, 1 ou 2 dias esta de bom tamanho, como a Claudia sugere nesse post aqui.

Nos outros dias fizemos algumas viagens day-trip pelos arredores de Santiago, toda bem bate e volta, mas que poderiam facilmente durar varios dias, caso vc queria fazer um tour mais a fundo pela regiao dos vinhedos ou esquiar, por exemplo.

Em 1 dia eh facil facil percorrer uns 2 ou 3 vinhedos por perto de Santiago (usando agencia ou alugando um carro). Nos fomos na Concha Y Toro (vale do Maipo) e na San Esteban (Vale do Aconcagua), em 2 manhas separadas, e a Fe Costa sugere outras viniculas nos arredores de Santiago nesse post aqui.

Outra sugestao de passeio bate e volta eh Valparaiso e Vina del Mar, ambas pertinho de Santiago, e sao uma boa mostra de praia do Pacifico (agua gelaaaaada!), e boa pedida pra quem quer um pouco mais de badalacao – caso vc vah pra lah na alta temporada de verao (se sua viagem for no inverno, concentre seu tempo em outras regioes do pais).

Porem, seja inverno ou verao nao deixe de fazer uma viagem a Cordilheira dos Andes! Se for inverno vale a pena passar varios dias por lah, em qualquer um dos inumeros resorts e se arriscar nos slopes. Nos arredores de Santiago existem varios, e quase todos os resorts providenciam transporte diretamente de Santiago. Os mais conhecidos por perto da capital sao Valle Nevado (como fez o Breno), Chillan e Portillo.

Mas mesmo pra quem vai fora da temporada de neve, nao perca o passeio! Mesmo se sua esticada pro Chile for rapidinha, dah pra encaixar alguma cidade dos Andes com um vinhedo, por exemplo (que foi exatamente oque fizemos: Vinhedo San Esteban de manha e Portillo de tarde).

Outra otima opcao pra quem vai pro Chile com mais tempo (entre 1 semana e 10 dias, por exemplo) eh subir pro deserto do Atacama como fez a Pri e o Vini. Nessa serie de posts aqui, eles contam como foi o passeio no deserto, que agencia usaram, a experienci de chegar ateh lah e afins.

E essa eh a ideia desse “roteiro”. Uma sugestao de viagem rapidinha saindo do Brasil (jah que um dos comentarios mais comuns aqui no blog em relacao as minhas viagens rapidinhas eh “pena que aqui no Brasil nao dah pra fazer essas cosias…”), que dah pra ser encaixada num feriado prolongado (que no Brasil tem muitos!), pagar usando milhas e com custos gerais (hospedagem, alimentacao, passeios, taxi, etc) bem mais baratos que no Brasil. Ou entao como sugestao de ferias um pouco mais prolongada, aproveitando varios dias no deserto ou esquiando nos Andes (otima sugestao pras meninas que veem parar aqui no Blog procurando opcoes de roteiros de viagem de Lua de Mel).

As agencias utilizadas e os detalhes de cada lugar/passeio estao nos posts linkados.

Adriana Miller
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10 Jan 2010
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Santiago do Chile

Chile, Dicas de Viagens, Roteiros de Viagem, Santiago

A viagem que fizemos com meus pais na semana entre Natal e ano novo foi bem corrida, e o ideal seria ter passados semanas a fio viajando pelo Chile… Mas quem nao cão, caça com gato, certo?

Na verdade queriamos fazer alguma coisa pelo Brasil mesmo – a intenção inicial das mini-ferias era poder passar mais tempo com meus pais e mostrar pro Aaron mais alguma parte do Brasil.

Mas alguem me explica porque TUDO é tão absurdamente caro no Brasil? Serio… 3 dias em Angra com pacotes de 1000 pra cima, Buzios só com pacotes de 10 dias, Nordeste com preços mais absurdos do que viagem pra Europa, Minas Gerais a preço de ouro, etc, etc. Quando já estavamos desistindo de fazer qualquer coisa descobrimos que podiamos usar milhas pra viajar pra qualquer lugar da America Latina pela Tam. Como fomos a Argentina ano passado, as outras opcoes “perto”eram Uruguay e Chile. Uruguay acabou sendo obcenamente caro tambem, já que ano novo por lá é ultra badalado, entao Santiago aqui vamos nós!

Primeiro veio a duvida: Oque vamos fazer em Santiago por 4 dias?!?!?! Entao comprei um livinho da Lonely Planet e comecei a pesquisar em foruns tudo que tinha pra fazer pertinho da capital, que dessem varios passeios bate-e-volta tendo Santiago como base.

Acabou que o tempo “dedicado” a Santiago foi bem pouco (dois 1/2 dias), mas acho que foi suficiente pra ter um bom gosto e ficar com uma otima impressao da cidade.

Entao assim que chegamos fomos direto pro centro da cidade, para o Mercado Central. O mercado central é um otimo ponto de partida para qualquer passeio pela cidade, ou entao uma otima opcao de “meio” ou fim do passeio, já que ali estao alguns dos melhores restaurantes de frutos do mar da cidade.

Aliais, em todo Chile frutos do mar sao o carro chefe de qualquer restaurante, e sao incrivelmente baratos e deliciosos! No mercado central em especial, fugindo dos grandes restaurantes na ala central (que sao mais atrai-turista style), a comida é sempre fresquissima e super barata. Entao antes de escolher um restaurante, resolvemos dar umas voltinhas pra tirar fotos e catar uma opcao que nao fosse tao lotada de turistas e tivesse mais “caracter”. Acabamos comendo na Marisqueira “Tio Lucho”, comandada diretamente pelo dono (que ficou logo amigo do meu pai) e nos mostrava na bancada da tenda do mercado, oque em breve estaria no nosso prato!

Foi uma orgia gastronomica com direito a todos os mariscos disponiveis, Robalo e Reina na grelha, camarao a alho e oleo, Ceviche de mariscos, vinho Chileno, cerveja Chilena, etc, et ateh os 4 já estarem prontos pra rolar pelo chao pela bagatelo de 50 dolares…!!

Para evitar a lesera pos almoço agravada por termos acordado as 4 da manha pra pegar o aviao no Rio, fizemos um roteiro de passeio a pé pelo centro historico de Santiago:

Saindo do mercado central (estação de metro “Puente Cal y Canto”), demos uma passadinha na Estación Mapocho, que fica praticamente do outro lado da rua. A antiga estação de trem de Santiago, que teve toda sua estrutura de fero construida e montada na França e so´depois transportada pro Chile, foi parcialmente destruida por um terremoto e hoje em dia eh um centro cultural.

Depois seguimos pelo Paseo Puente até a Plaza de Armas, que é uma das principais praças de Santiago. Alem da praça em si, ali esat a Catedral Metropolitana da cidade, que foi construida entre 1748 e 1800 e domina a paisagem da praça, apesar de nao demostrar o quao grande é por dentro!

Na mesma praça estao tambem o Museo Historico Nacional e a sede dos Correios do Chile, alem de uma enorme estatua de Pedro de Valdivia, explorador Espanhol que fundou a cidade no seculo 16.

De lá seguimos pelo Paseo Ahumada, que é uma rua peatonal enoooorme cheia de lojas, cafes e restaurantes por todos os lados, inclusive alguns cafes que “servem” o famoso “café con piernas”! O café con piernas sao cafés inofensivos espalhados pelo centro da cidade (principalmente no Paseo Ahumada) onde o cafe é sempre servido por mulheres vestida de trajes minimos.

Teoricamente sao estabaleciamentos “de familia” onde se serve apenas cafe e seus variantes, mas achamos comicos que a garconetes de fato usam mini-micro saias (quando na verdade deveriam estar usando calças semi bag…), o balcão do cafe nao tem “fundo” (para que as pernas sejam vistas por todos os angulos do estabelecimento) e todos os clientes eram do sexo masculino (tirando eu e minha mae…).

Quando chegamos na Calle Moneda, seguimos em direção a Plaza de la Constituición, onde estao o Palacio de la Moneda, Tribunales de La Justicia e o ex Congresso Nacional.

Entao seguimos pela Alameda (Avenida O’Higgins) até chegar no Cerro Santa Lucia, que tem uma vista super legal da cidade (apesar do nevoeiro cinza de poluicao que abafa Santiago 360 dias por ano!). Lá de cima dá pra ver bem toda a cidade e entender a situação geografica de Santiago, que fica num vale entre as cordilheiras dos Andes e a Cordilheira Oceanica.

As outras duas atrações turisticas de Santiago, que fizemos em outros dias, mas que poderiam – facilmente –  ser feitas no mesmo dia sao o Cerro San Cristobal e o Parque Arouca.

Ok, o Parque Arauco, nao é extamente uma atração turistica e sim um shopping center enorme, mas tem opcoes infinitas de restaurantes super legais, muitas lojas (que – eu saiba – nao existem no Brasil) diferentes (que nao cobram os preços absurdos do Brasil) e muitas opcoes de entretenimento.

Já o Cerro San Cristobal é um dos cartoes postais da cidade, e tambem o maior parque de Santiago. O bairro Bellavista me pareceu ser o hang-out preferido do mochileiros, e a Calle Pio Nono tem uma infinidade de opcoes baratinhas de albergues, pensoes, cafes e restaurantes, lojinhas de souvernir etc.

Já pra chegar lá em cima, alguns turistas contratam taxis ou vao apé, mas a menias mais “tradicional” de subir o Cerro é de Funicular, que já da uma pequena amostra da vista nos aguarda! mas infelizmente o bondinho estava fechado por causa do vento, entao nao pudemos ir ateh o outro lado do cerro, na Providencia, onde esta o Jardin Botanico de Santiago.

Os detalhes mais praticos da viagem foram o seguinte:

Voamos TAM, na ida com conexao em Sao Paulo, e na volta direto pro Rio. O fuso horario eh de apenas 1 hora, mas incluindo fuso, tempo de conexao em Sao Paulo etc, a viagem durou a manha toda (acho que umas 5 horas), oque nao é exatamente otimo, mas como o voo sai do Rio praticamente de madrugada, ainda deu pra aproveitar o dia todo por lá.

Ficamos hospedados no Sheraton Santiago Convention Center, no bairro Providencia, que é um bairro relativamente central, com varias opcoes de estacaoes de metro (a mais perto para agente era a “Pedro de Valdivia”), uma vista super legal da cidade (peincipalmente no por do sol, que o smog diminuia um pouco…).

Na nossa segunda noite na cidade, levamos meus pais pra jantar no restaurante Astrid y Gaston, que apesar de ser culinaria Peruana, aparece em todos os foruns de viagem sobre Santiago como um dos melhores restaurantes da cidade (e aparentemente o mais famoso tambem, já que estava cheio de Globais jantando por lá).

Os outros passeios que fizemos (proximos posts) usamos as empresas Turistik e Turistour (dica da Paola Rangel, que mora lá!).

O sistema de transporte publico em Santiago eh otimo, o metro vai pra tudo quanto eh canto, turisticamente falando, e taxi é ridiculamente barato. mas pra fazer qualquer coisa por fora da cidade, as opcoes de transporte sao bem precarias, sem grandes opcoes de onibus, trem e afins. Entao a nao ser que estivessemos viajando com muito tempo e num esquema bem roots, com dispiscao de passar 12 horas num onibus, saltando no meio da estrada nos Andes etc, é praticamente impossivel fazer alguma coisa independentemente por lá, e por isso acabamos dependendo demais (e gastando mais que queriamos) de agencias pra conseguir fazer os passeios que queriamos.

Entao meu conselho é fazer uma programação usando diferentes agencias e day tours onde der, ou entao ir pro Chile com muuuuito tempo e dispiscao pra se virar por lá e conseguir fazer tudo que voce quer conhecer.

Mais fotos de SAntiago AQUI e AQUI

Adriana Miller
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09 Dec 2009
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Roteiro de viagem Berlin

Alemanha, Berlin, Dicas (Praticas!) de Viagem, Dicas de Viagens, Roteiros de Viagem

Berlin é provavelmente a cidade mundial que teve um dos maiores impactos na historia mundial recente. É a cidade que por uma representa tudo de ruim que aconteceu ao mundo no seculo 20, e ao memso tempo é o simbolo de trasformação e reinvenção. Poucos lugares do mundo conseguiriam se reconstruir e se reinventar, se transformando numa grande potencia mundial num periodo tao curto de tempo.

Pelo menos pra mim, Berlin nao foi uma surpresa, e sim tudo exatamente como imaginei: uma super metropole multi-cultural que balanceia perfeitamente o super antigo, com o ultra moderno; enooorme, mas sem perder o ar provinciano de parques e feiras; o orgulho e vergonha da historia que se exapande por centenarios.

Berlin definitivamente não é uma cidade pequena e muito menos compacta. É uma daquelas capitais que tem uma infinidade de cosias pra ver e pra fazer. É tanta arte, tanta cultura, TANTA historia, que parece praticamente impossivel ver tudo em apenas alguns dias. E é. Muito dificil!

Então para conseguir aproveitar a cidade com poucos dias disponiveis é preciso planejamento e definir prioridades: oque vc tem que ver, oque quer ver, e oque seria legal de conhecer?

No meu caso, decidi deixar os museus pra lá. São muitoa espalhados pela cidade, de arte moderna, renascentista, arqueologia, design etc, mas numa cidade como Berlin, com poucos dias na mao, e poucas horas de luz disponivel (afinal estamos no auge da escuridao do inverno! Vejam como as fotos estão escuras), e realmente numa cidade como Berlin, a cidade é o proprio museu! Então me concentrei em ver a cidade, e ficar batendo perna na rua o dia todo, e esse foi o segredo.

Então esse foi o roteiro que usamos, adiconando mais algumas coisas que nao deram tempo, ou sequer sabiamos da existencia antes da viagem. No total passamos 2 dias por lá, num ritmo BEM intenso. Se vc vai ficar mais tempo ou menos tempo, aí é uma questão de ir adicionando ou retirando cosias pra encaixar no seu tempo e/ou disposição.

Começamos a viagem pelo lado extremo Leste do centro da cidade, na praça de AlexanderPlatz, que foi totalmente  bombardeada pelos aliados na 2a guerra mundial, e totalmente reconstruida. Hoje em dia, além de ser uma dos principais centros comerciais da cidade, é tambem a “sede” da Fernsehturm, a enorme torre de communicacao que suportamente iria virar o simbolo da RDA (Republica Democratica da Alemanha comunista). A praça não é assim super turistica, mas é um otimo ponto de partida!

Daí pra frente o resto do reoteiro é praticamente uma linha reta! A avenida Karl Liebknecht Stasse se estica infinitamente, mudando de nome mais umas 3 vezes. Nessa primeira parte da Avenida esta tamebm a fonte de Netuno (Neptunbrunnen), um presente do Kaiser Wilhem II em 1891, com uma estatua feminina que representa os 4 grandes rios Alemaes: Reno, Oder, Elbe e Weichsel.

Segundo a Karl Liebknecht Stasse se chega na Catedral de Berlin, a imponente igreja Berliner Dom, construida segundo o modelo da Catedral de Sao Pedro em Roma. A Catedral foi parcialmente destruida durante a guerra, e totalmente abandonada por varias decadas, tendo sua restauracao iniciada apenas em 1974, e ainda nao completa.

A praça gramada em frente a Catedral, Lustgarten foi nomeada para ser um “jardin de prazer”. Ali ficava o enorme palacio de Berlin, Berliner Scholss que foi totalmente destruido pelos bombardeios aliados – a unica coisa que sobrou foi a estatua do “Grande Elector” que agora esta em frente ao Charlottenburgh Scholss.

Mas ainda na Lustgardten estão importantes museus da cidade, 5 museus-ilhas que formam o Museumsinsel.

Esta praça marca também o inicio da uma das avenindas mais famosas da cidade, a Unter den Linden, que significa “embaixo das arvores Linden”, e é caracterizada pelo “calçadão” no centro da avenida, rodeado por arvores Linden por todos os lados. Essa parte da cidade era o centro da antiga Berlin Imperial do seculo 18 e é repleta de predios neo-classicos e barrocos de cair o queixo! Uma dica de que a Unter den Linten começou? Repare nas milhares de lojas de carros (Aaron ficou babando – boys will be boys – e completou dizendo que a Unter den Linten está para os homens (carros caros e rapidos!) como a Champs Elysees esta para as mulheres (roupas! Joias! Bolsas! Sapatos!).

A partir daí seu roteiro tem duas opções: entrar na rua Friedrichstrasse e o bairro Mitte (centrão da guerra fria!), ou seguir em frente e terminar a Unter den Linten.

Por agora, seguiremos em frente. No final da Unter den Linten esta a ampla Pariser Platz onde fica a imponente Brandenburger Tor, o Portão de Brademburgo.

A praça Prizer Platz foi mais uma parte da cidade prticamente totalmente destruida durante a guerra. Ironicamente, quando foi contruida em 1791, tinha como objetivo ser o “portão da paz”, usando como modelo o Partenon de Atenas, assim como o Arco do Triumfo em Paris, era usada pelos Keiser Alemaes pra comemorar suas conquistas – tendo seu mais famoso momento em 1933, quando Hitler e o exercito Nazista fizeram uma procissão a luz de velas passando pelo arco, dando inicio ao Terceiro Reich.

No alto do Portão esta uma estatua da Deusa Viktoria, que só foi adicionada ao portão em 1806 – e roubada por Napoleão depois da derrota Alemã na Prussia. Quando a estatua foi recuperada, cerca de 1 decada depois, Karl Friedrich adicionou varios adornos a coroa da deusa Viktoria.

Travessando o portão, você tem mais 2 opções no roteiro: virar a direita e ir ao Reichstag (Parlamento Alemão), ou seguir em frente na avenida Strasse des 17 Juni e cruzar o parque Tiergarten (que significa “Parque de animais” pois era usado para caça pelos aristrocatas da Prussia) até a gigantesca Siegessaule (Coluna da Vitoria). Originalmente a coluna ficava em frente ao Parlamento, e comemorava a vitoria das tropas Prussias contra Dinamarca, Austria e França. Depois que foi relocada para o meio do parque, dizem as mas linguas que o canhão no topo dos 67 metros da coluna esta virado na direção de Paris – uma afronta proposital em comemoraçnao da derrota de Napoleão. (e eu acgava que só os Ingleses tinham birra dos Franceses…).

Porem dependendo da epoca do ano que voce for a Berlin, se seguir esse roteiro ao chegar na Brandenburger Tor já vai estar quase de noite, e não sei se é recomendavel passear pelo parque durante a noite…. Foi isso que aconteceu com a gente, então seguimos pro Reichstag, o repaginado Parlamento Alemão.

Mas se prepare. Apesar de entrada gratuita e ficar aberto até bem tarde, a qualquer hora do dia, e qualquer dia do ano a fila pra entrar na cupula do parlamento vai estar dobrando o quarteirão. Nós chegamos lá já no fim da tarde, um frio descraçado, uma chuva chata, e a fila estava relativamente pequena (pequena o suficiente para terem removido as estruturas de metal que organizam as filas quilometricas), mas mesmoa ssim o tempo medio de espera era de 1 hora, por causa das medidas de segurança redobradas! Entao se vc faz mesmo questão de entrar e ver a cupula, se prepare pra chegar bem cedo, e provavelmente passar o dai todo fazendo isso. A muito contra gosto, o Aaron me convenceu a a desistir, e depois de 20 minutos sem a fila andar 1 centimetro (tirando as pessoas na nossa frente que tb desistiram!) fomos embora.

Uma pena, estava mesmo a fim de ver a cupula por dentro, que foi totalmente construida apenas em 1993 pelo arquiteto Ingles Sir Norman Foster. O predio original, que teve sua estrutura externa preservada, foi construido em 1894, mas foi parcialmente destruido por um incendia em 1933 e oque sobrou foi bombardeado durante a segunda guerra. Apenas em 1973 a nova admistraçnao federal reiniciou a restauraçao, e aprimeira sessão simbolizando a unificação da Alemanha foi realizada aqui, em 1990.

Hoje em dia, a ampla e moderna cupula de vidro simboliza um governo democratico aberto. Ali do lado, na jardim do parlamento, bem do lado da lojinha de souvernir tem uma exposicão a ceu aberto mostrando fotos holograficas do antes e depois de Berlin que é realmente impressionante – Incrivel pensar que em pouco mais de 1 decada a cidade foi totalmente reconstruida (as fotos comparam 1990 e entre 2003 2 2005).

No segundo dia do passeio o foco fica na lado leste/Ocidental da cidade e na historia mais recente da Alemanha.

Desde que fomos a Awschevitz na Polonia, fiquei ainda mais fascinada pela historia da 2a guerra mundial e a guerra fria, e passamos horas e horas lendo os paineis, folhetos e livros explicando um pouco sobre tudo que aconteceu no mundo entre aqueles poucos quarteirões da cidade.

O melhor lugar pra ver bem o muro de Berlin é na East Side Galery, onde mais de 1,3 km de mudo estão perfeitamente preservados e serve como uma galeria a ceu aberto onde artistas e pintores do mundo todo usam o muro como pano de fundo para suas obras. A galeria fica um pouco afastada do centro da cidade, mas é facilemente acessivel pelo metro (S-Bahn).

Mas se o tempo estiver curto, ainda existem algumas partes do muro, que cruzava toda cidade, preservadas na região de Mitte.

Então comece seu roteiro na Friedrichstrasse – nao se distraia pelas inumeras lojas tentadoras (!) e siga na direção do Check Point Charlie, que era a “fronteira” entre a Berlin Ocidental e Oriental, controlada por tropas Francesas e Americanas de um lado, e Alemaes e Russas do outro. OS paineis fotograficos que “decoram” a rua sao impressionantes… a estrutura da rua pouco mudou, os predios ainda sao os mesmos, mas é impossivel olhar para a rua consumista, com H&M, Galeries Lafayete e afins e imaginar os tanques Americanos e Russos apontados um pro outro, enquanto que o exercito Alemao tinha ordens de “atirar pra matar” qualquer pessoa nao autorizada que tentasse cruzar a fronteira.

Logo ao lado do Check Point Charlie esta a Niederkirchnerstrasse que ainda tem um enorme pedaço do Muro de Berlin original. Digo Original pois foi exatamente ali, naquele quarteirao que a populaçao Alemã se juntou na noi te de 9 de Novembro de 1989 para derrubar o muro.

O pedaço que sobrou de pé é relativamente pequeno, apenas alguns metros, que agora esta cercado por uma grade – oque sobreviveu as manifestacoes de 1989 estava sendo destruido nas maos dos turistas! Imaginem os milhoes de turistas que passavam por ali todos os anos, e (quase) todos tentavam tirar um pedaço do muro. Entao o pouco que sobrou esta parcialmente destruido, sem as pinturas caracteristicas e cheios de buracos…

Por sorte, uma pequena parte do muro foi conservada, longe das garras dos turistas, com as pinturas e manifestações originais.

O legal dessa parte do muro é que ali começa a marca deixada pelo muro no chão da cidade, que se estende atééé onde o muro iria.

Ali do lato esta tambem o museu/exposicao ao ceu aberto Topographie des Terror, com fotos e historias sobre o passado recente da Alemanha.

Seguindo a Niederkirchnerstrasse, suba a Stresemannstrasse (muito complicado escrever o nome dessas ruas! haha) até a Postdamer Platz, onde esta o grande Sony Center. O super moderno predio virou uma dos simbolos da nova super moderna Berlin, mas como deixamos pra Domingo (que nao parava de chover um segundo!) estava tudo fechado!

Na mesma praça tambem esta o museu Gemaldegalerie, que contem mais de 2.700 pinturas de renomados artistas Europeus, incluindo Rembrandt, Caravaggio e Bruegel. E pra quem é fan de design e arte moderna fica ali tambem o Bauhaus-Archiv, que conta a historia do design Alemão.

Ou entao, a partir do Check Point Charlie volte pela Friedrichstrasse até a Gandarmenmarket, que é uma praça neo-classica (que nesse fim de semana estava ocupada com uma das maiores feiras de natal da Europa central!) ocupada pelo teatro Konzerthaus e pelas catedrais “gemeas”, construidas em lados opostos da praça – a catedral Francesa (Franzosischer Dom) e a Catedral Alema (Deutscher Dom).

Para fechar o dia (e o roteiro) um outro grande marco e simbolo de Berlin eh o castelo Charlottenburgh Scholss, que é o antigo palacio real Alemão.

O Palacio, contruido em estilo rococo demorou mais de 100 anos para ser finalizado, e apezar de ficar ligeiramente fora do centro da cidade, do outro lado do Tiergarten, era considerado afastado o suficiente para ser a residencia da familia real, e é considerado uma dos jardins mais bonitos da Alemanha. (e sede do maior e mais bonito mercado de natal de Berlin!)

Outras atrações que valem a pena, se voce for pra berlin com mais tempo:

– Neue Sinagoge: A nova Sinagoga de Berlin foi contruida no mesmo local onde estava antiga Sinagoga, que foi totalmente destruida pelos Nazistas e onde mais de 500 mil Judeus foram reunidos antes de serem deportados aos compos de concentracao.

– Zoologischer Garten: o Zoologico de Berlin tem entre seus famosos inquilinos alguns ursos polares e urso panda

– Campo de Concentração Sanchsenhausen: Teoricamente fica fora da cidade, mas esta a apenas 1 hora por transporte publico. Esse campo de concetracao serviu de prisao temporaria para prisioneiros de guerra de mais de 18 nacoes. Inicialmente contruido para ser uma prizao politica, ao londo da decada de 30 e 40 comecou a ser ocupada por judeus que eram expulsos da grande maioria das cidades Europeias. Hoje em dia o campo tem um museu que mostra fotos e alojamentos dos prisioneiros – aparentemente nem tudo eh original, pois o campo foi parcialmente destruido pelos Nazistas para eliminar provas no fim da guerra, mas muitas coisas foram reconstruidas para servir de museu.

Pra quem já conheceu Berlin e queiser deixar novas dicas, sintan-se avontade!

Adriana Miller
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