13 Apr 2010
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Sharm El Sheikh

Dicas de Viagens, Egito, Sharm El Sheikh

A intencao de finalizar nossa viagem com uns dias em Sharm El Sheikh, no Mar Vermelho, era justamente poder tirar umas ferias das nossas ferias!

Sabiamos que essa viagem seria perrengue e com muita correria pra cima e pra baixo, mas antes de voltar pra casa queriamos uns dias pra relaxar, e nos sentir, de fato, de ferias.

Na verdade queriamos mesmo era ir pra Dahab, que eh o paraiso do mergulho e dos mochileiros – geralmente apelidade de “Tailandia” do Oriente Medio. Mas por motivos puramente praticos (alem da dificudade de chegar em na Penisula do Sinai, ainda demoraria mais 2 hora entre Sharm el Sheikh e Dahab, entao desistimos), resolvemos ficar no lugar que fosse mais facil.

Sharm El Sheikh eh o tipo do lugar que ha uns anos atras eu teria detestado, ou ateh mesmo se tivessemos comecado a viagem por lah, eu iria igualmente odiar.

A ideia de passar ferias num lugar cercada de familias Russas e Alemas por todos os lados, musica gangstar aos berros na piscina e lambairobica na beira da praia, seria suficiente pra me fazer desistir da viagem inteira.

Mas dessa vez era isso mesmo que queriamos fazer! (menos a Lambairobica, please!)

Terminar nossa viagem num lugar artificial, sem obrigacao de ver nem fazer nada, sem nos preocupar em discutir nem negociar preco, nem ter que planejar o dia.

Pra completar a sensacao de dolce fa niente, ainda pedimos um up grade pra opcao all inclusive do resort, pra nao ter que nem precisar nos preocupar em decidr qual restaurante ir naquela noite, e quanto custa cada prato (e acabou saindo bem mais barato!).

Entao nossos dias foram assim: acordar tarde, tomar cafe da manha, trocar de roupa e ir pra praia; ler alguns capitulos de nossos livros, nadar no Mar Vermelho, fazer um pouco de snorkel e tirar fotos dos peixes.

Almocar, e sentar na beira da piscina tomando uns cocktails, ler mais um pouco, nadar na piscina, tomar um sol. Assistir o sol se por por tras do Monte Sinai. Tomar banho, ir pro bar do hotel e tomar mais uns cocktails antes do jantar. Jantar e voltar pro bar. Dormir.

E no dia seguinte, repetir tudo de novo!

Nao tivemos muito tempo de bundiagem nao (no nosso ultimo dia fomos pra Petra, na Jorndania), e nem sei quanto tempo aguentaria nessa vida mole de nao fazer nada. Mas foi bom enquanto durou!

Pra quem for pra Sharm El Sheikh, ou outras cidades do Mar Vermelho, apesar de nao ser um lugar muito “Faraonico” do Egito, oque nao faltam sao atividades, principalmente para os amantes do mar e de mergulho com cilindro!

Dizem que o Mar Vermelho tem uma das faunas aquaticas mais diversificadas do mundo, e corais coloridissimos e bem conservados.

Nao nao tivemos tempo, nem disposicao de fazer nenhum desses passeios, mas soh de ficar nadando com snorkel na beira da nossa praia, jah vimos uma inifnidade de peixinhos coloridos de todos os tamanhos!

Alem disso, tambem existem alguns passeios ao Monte Sinai (onde Moises escreveu os 10 mandamentos!), safari no deserto (tipo oque nos fizemos em Dubai), e passeios para Israel e Jordania (que foi oque nos fizemos).

Assim como vimos no Cairo e Luxor, todos esses passeios podem ser reservados e acertados diretamente com seu hotel, assim que vc chegar lah, e geralmente acaba saindo bem mais barato doque reservar pela internet.

Para nossa viagem a Petra nao pudemos fazer isso, pois precisavamos de pelo menos 48 horas de aviso para a policia imigratoria do Egito/Jordania antes da viagem, tempo esse que nao tinhamos depois que chegamos em Sharm.

Entao peguei recomendacao de uma agencia local (Sharm Club) nos foruns do Trip Advisor, que acabou saindo quase metade do preco doque fazer a mesma viagem com uma agencia Inglesa ou Europeia.

O resort que ficamos em Shar foi o “Sol Sharm” da rede Espanhola Sol Melia, e super recomendo! O hotel eh novinho, os quartos sao espacosos, e a area aberta do resort tambem eh otima! Nao eh exatamente na beira da praia, mas vc chega na praia privada do hotel em 3 minutos! Alem disso eles tem todo tipo de atividades aquaticas pra quem quiser se aventurar pelas profundezadas do Mar Vermelho.

Minha recomendacao final eh fazer reserva com o pacota All Inclusive que vale bem mais a pena doque pagar por cada refeicao e cada bebida separadamente nos bares ou restaurantes do hotel.

Adriana Miller
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12 Apr 2010
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Uma cidade Cairótica!

Cairo, Dicas de Viagens, Egito

Nao resisti a piadinha, pois realmente nao existe cidade tao caotica quanto Cairo!

Quando me falavam isso eu pensava quase que automaticamente: Porque voce nunca foi a Hanoi! Pois sempre achei que nenhum outro lugar do mundo seria tao, mais tao confuso quanto Hanoi.

Mas eu estava enganada, e jah nos primeiros momentos andando pela cidade formei minha opiniao! Cairo ate que tem bastante coisa pra oferecer, mas eh o tipo de cidade, que basta uma vez na vida!

Pra comecar que a cidade eh extremamente populosa, e qualquer esquina tem a capacidade de desafiar as leis da fisica: 5 pessoas numa lembreta? Cabe! 5 carros numa rua de mao dupla? Cabe! Camelos, charretes, mulas, carrinho de bebe, kombi, onibus e taxi, todos tentando passar pelo cruzamento ao mesmo tempo? Tambem cabe!

Nosso albergue era bem no centro do Cairo, oque foi uma mao na roda, pois estavamos a 5 minutos do metro (que evitou perder horas no transito louco da cidade) e tambem andando do Museu do Cairo, com muitas opcoes de restaurantes, lanchonetes, famacias e supermercados a poucos passos.

Mas por outro lado isso tambem significou que estavamos no centrao do burburinho, e uma coisa que os “Cairanos” nao sao mesmo, eh ser timido!

Sao milhoes de pessoas disputando cada centimetro da calcada, calcadas estreitas, cheias de pedintes, ambulantes, latas de lixo e afins, e a cada pessoa que passava por nos nos abordavam ou falavam alguma coisa, variando do “welcome do Egypt!” ao “taxi! taxi!”, “where you go sir?”, “cheap price for you!”, “lucky man!” e ofertas de bons precos em lojas, taxis, charretes, e oque mais fosse possivel nos vender (inclusive alguns camelos pela sua mulher!)!

Apesar da seguranca, poder andar pra cima e pra baixo com cameras fotograficas pendurada no pescoco e outras atitudes “gringas” que evitamos em outros paises, no Cairo uma palavra que descreve bem como nos sentiamos o tempo todo eh: vulneraveis.

Nao existe a nocao de espaco pessoal, as pessoas sao diretas demais, e aos poucos nos tornamos extramamente grossos com todos a nossa votla. Qualquer sorriso ou um simples “nao obrigada” eh a deixa perfeita pra te seguirem pelos proximos 5 quarteiroes enchendo o saco e oferecendo alguma coisa! Entao pra conseguir chegar do ponto A ao ponto B, tinhamos que ignorar muito vendedor pelo caminho, e alguns “nao estou interessado!” com voz bem grossa!

Alem disso, ao contrario da Asia, os Egipcios te encaram! Encaram, analisam, olham de cima a baixo, e nao teem a menor cerimonia de sacar o celular da bolsa e tirar uma foto sua, na cara de pau!

Eu nao sei voces, mas minha primeira reacao foi de choque! E pensava, deve ser assim que uma celebridade se sente o tempo todo! hahahaha!  E nao podem te ver com a camera apontada pra algum lugar que vao se oferecer para posar pra voce (que geralmente termina em um pedido de dinheiro) ou simplesmente se jogam na frente, estragando sua paisagem!

Mas apesar da nossa localizacao central, achei “navegar” pela cidade bem dificil.

Muitas ruas nao tem nome, e quando tem, estao escritas em Arabe, e tuso isso sem a minima organizacao urbana. Sabe aquela intuicao de que se vc seguir em frente, depois virar a direita e pegar a segunda rua a direita, vc chega em algum lugar? Essa coisa nao existe no Cairo, entao o medo de nos perdermos era constante!

Isso sem falar que 95% das esquinas nao tem sinal de transito, ou se tem, nao funcionam! Entao eh cada um por si! Olhar pra um lado, e depois pro outro antes de atravessar, pode ateh ajudar, mas na verdade soh aumento o medo de morrer atropelado!! Nos horarios de rush, as esquinas mais movimentadas tem um guardinha tentando organizar um pouco as cosias, mas tenho minhas duvidas sobre a eficacia…

Enquanto qualquer encruzilhada eh aquele bando de carro velho (todos os carros sao muito velhos!! Pegamos varios taxis que dava pra ver o motor embaixo do painel!! Acho que o ultimo carro vendido/comprado no Cairo foi 1967!) buzinando enlouquecidamente, desviando de outros carros, outras motos, pessoas, camelos e mulas de carga, tentando se enfiar em cantos ou por cima das calcadas pra passar na frente de outro carro que esta fazendo a mesma coisa, isso tudo enquanto uma familia de 7 tenta atravessar a rua (fora da faixa de pedreste, logico!) carregando as sacolas de compra, o carrinho do bebe e a cadeira de rodas da avo.

Sentiu o drama?

Oque nos salvou mesmo foi o metro – facil de usar, extremamente barato (1 Libra Egipcia em qualquer linha, qualquer direcao e qualquer distancia), com funcionarios que falam ingles e placas e mapas informativos em Arabe e Ingles.

Uma cosia interessante no metro do Cairo eh que os vagoes sao separados entre homens e mulheres.

Mulheres acompanhadas podem andar no vagao masculino, mas homens nao podem nem sequer ficar parados no lado feminino da plataforma!

No nosso primeiro dia na cidade, pegamos o metro pra ir ateh Gize e reparamos que eu era a unica mulher no vagao e foi a atracao principal do lugar. mas na hora achamos que aquele mundarel de homens estvaam me olhando simplesmente por ser turista, e porque eles sao cara de pau e encaram mesmo.

Ai no dia seguinte, estavamos na plataforma, juntos e soh tinham mulheres em volta. Umas senhoras ficaram encarando o Aaron e falando elaguma cosia em Arabe, que nao conseguimos entender. mas quando o trem chegou, e o Aaron comecou a caminha em direcao a porta, a mulherada se juntou pra barrar a entrada dele, e a mesma senhora invocada (que nao soh estava usando uma Abaya dos pes a cabeca, daqueles que cobrem ate os olhos, mas ainda estava de luvas, cobrindo a pela das maos!) levantou os dedos fazendo sinal de “nao” e proibindo a entrada dele!

Tudo aconteceu numa fracao de segundo, nos demos uns passos pra tras, tentando entender oque tinha acontecido, enquanto as outras milhares de pessoas na plataforma do metro nos encaravam de cima a baixo, e enfim vi a placa que separa a estacao entre homens e mulheres.

Mas posso falar? Ateh que gostei de andar num vagao soh com mulheres! Sem me preocupar se tem alguma marmanjo me manjando demais, chegando perto demais, preocupada com minha bolsa e afins. E achei que ser encarada por mulheres, e ter minha foto tirada (sem autorizacao, claro) por meninas adolescentes, bem mais tranquilo doque por um Egipcio barbado!

A pobreza tambem eh dificl de ignorar, e a quantidade de pedintes, mesmo que nao seja comparavel com as cidades brasileiras, por exemplo, estao em todos os lugares onde os turistas tambem estao.

Outra coisa que me chamou demais a atencao foram as casa semi-acabadas – a cidade INTEIRA parece uma grande favelona, sem pintura, sem telhado, de reboco, nem nada. Predios e casa inacabadas, alguns habitados, outros nao.

Mas na verdade, depois descobrimos que a falta de reboco ou tinta nas paredes nao tem nada a ver com a pobreza da populacao e sim com a corrupcao e burocracia do governo! No Egito, qualquer cada ou predio completo (com acabamento) paga 40% a mais de imposto urbano e de propriedade! nao eh um absurdo?

Entao pra burlar o sistema, as pessoas constroem suas casas e deixam o telhado inacabado (nao chove mesmo!), nao passam reboco nas paredes, nem pintam nada por fora.

No fim das contas, eh uma economia e tanto pra familias egipcias e soh vimos casas/predios pintados quando chegamos em Sharm El Sheikh, e mesmo nos bairros nobres do Cairo, ou em hoteis de rede internacional, as vezes a fachada estava pintada, mas as laterais das casas ainda tinham os tijolos aparentes.

No total, passamos 3 dias e 3 noites no cairo, oque achei mais que suficiente pra ver tudo de interessante que a cidade tem a oferecer. Se tivessemos um dia a mais, por exemplo, provavelmente teriamos ido ate Alexandria de trem.

Mas pra quem esta sem tempo, diria ateh que em 1 ou 2 dias daria pra fazer o “basico” (Piramides e museu).

Adriana Miller
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11 Apr 2010
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Templo de Luxor

Dicas de Viagens, Egito, Luxor

O Templo de Luxor tambem fica na margem Leste do rio Nilo, e assim como Karnak é um templo de adoração (a margem leste – onde nasce o sol – representa a vida, e a margem oeste – onde o sol se poe –  represente a morte) e nao um complexo funerario como os templos dos vales dos Reis e das Rainhas.

E alem disso, o templo fica exatamente no centro da cidade, sendo super facil achar e quase impossivel evitar o templo a qualquer hora do dia ou da noite.

Esse templo foi construido para ser um local de celebração em homenagem aos Deuses da antiga Tebes (antigo nome de Luxor) durante o festival de Opet – celebradando as primeiras cheias do Nilo em homenagem aos deuses Amun, Mut, Khonsu.

Originalmente foi construido a mando do Faraó Amenemopet, mas foi expandido por Amenhotep, Hepshepsut, Tutankamon, Rameses II e até mesmo os Romanos, como Alexandre (o grande).

Ao longo dos milenios, a cidade, que originalmente estava construida em volta do templo, começou a crescer em cima do templo, depois da queda da ultima dinastia e o fim da era de ouro dos Faraós.

As escavações arqueologicas começaram no fim do seculo 19, com o intuito de remover a cidade que tinha crescido e encoberto o templo – e ainda nao terminou!

As ultimas descobertas de peso, foram feitas na decada de 90, quando – por acaso – foram encontratas mais de 10 estatuas intactas dos Deuses de Tebes (que agora estao expostas no museu de Luxor), mas o atual governador esta determinado em reabrir a avenida que conectava os templos de Karnak e Luxor, e é cercado por esculturas de esfinges em ambos os lados.

Alem disso, ainda existe uma mesquita que foi construida usando como base uma dos santuarios do complexo, mas por ser tambem uma estrutura religiosa (e portanto igualmente sagrada) a população local nao permite sua destruição a favor das escavações –  e entao, sabe-se lá oque poderia estar ainda esquecido ali em baixo.

O templo é bem grandinho, mas realtivamente simples de andar, e com muitas colunas em formato de flor de papiro, obesliscos e estatuas em otimo estado de conservação – principalmente as estautas de Ramses II (que me parece ter sido bastante nascisita!). E bem na entrada esta o obelisco-irmão do que foi doado a França em troca do relogio que enfeita a Citadela no Cairo (o obelisco que esta na Place de la Concorde em Paris).

No fundo do templo, é possivel ver tambem parte da estrutura construida pelo imperador Romano Alexandre, que usou parte do templo de Luxor pra construir uma capela crista.

E claro a vista panaramica do Nilo!

O templo fica aberto até tarde da noite, e vale muito a pena voltar pra ver tudo iluminado!

A impressão é que estamos em outro mundo!

Adriana Miller
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