As ilhas Gregas são de fato uma máquina de paisagens. Lembro de andar por Santorini e me sentir quase que num lugar “falso” – não era possível que aquilo ali realmente existisse, assim, ao natural, sem filtro nem photoshop!
E Mykonos, ah…. Mykonos… Cheguei a brincar com o Aaron que chegar no nosso hotel e abrir a janela para ver a paisagem foi uma versão “vida real” de ligar o computador de dar de cara com o protetor de tela do seu PC!
É a realização de todas as fantasias Gregas: as casinhas brancas, o chão de pedra minuciosamente (e constantemente) pintado de branco, os restaurantes, as praias…
Uma amiga descreveu Mykonos como “se Ibiza e Côte D’Azur tivesse um filho, ele seria Mykonos” – e acertou na mosca!
Por um lado Mykonos tem tudo que Santorini também tem: a paisagem, as casinhas brancas, as igrejas de telhado azul… Mas aí você adiciona praias lindas de areia fininha, muitos beach clubs badalados que se intercalam com restaurantezinhos pé-na-areia de pescadores.
Quem quer badalar muito e emendar noite-e-dia-dia-e-noite sem parar, vai amar Mykonos. Se você está numa vibe casal e férias romanticas, então Mykonos é pra você. Vai viajar com a família? Crianças e bebês? Opa, Mykonos é perfeita!
A ilha realmente atende a todos os gostos e estilos!
Como é de se esperar de uma ilha paradisíaca-badalada no sul da Europa em pleno verão, Mykonos não é exatamente um lugar barato, mas ainda assim é um lugar eclético, agradando à todos os gostos – de hotéis luxuosos e iates particulares, à pensões familiares, e tudo mais entre A e B. Basta se planejar muito bem!
Para nós, o crucial foi o planejamento com muito tempo de antecedência, tipo, muito mesmo. Marquei as passagens praticamente logo que as datas abriram, com quase 10 meses de antecedência.
Voamos de EasyJet, num voo direto saindo de Londres – saiu um pouco mais caro, mas os voos com conexão tinham horários ingratos que além de cansativos (tipo, 6 horas de conexão em Atenas… oi?) ainda nos fariam perder tempo demais na ida e na volta pra casa.
E também queríamos maximizar o tempo por lá. Não é nem o caso de que tem muuuuuita coisa pra fazer nem visitar não. Era um tempinho pra não fazer nada mesmo, curtir a cidade, as praias, o hotel, o pôr do sol… sem correria. Então no total foram 4 dias inteiros e 3 noites – foi na medida, mas se tivesse mais tempo, teria ficado mais tempo com certeza!
E assim como as passagens, o hotel foi pesquisado, escolhido e reservado com quase 1 ano de antecedência, antes mesmo das passagens! E isso fez toda diferença!
Eu sempre uso o site da Booking.com pois acho tão prático poder reservar sem compromisso! Então para lugares tipo as ilhas Gregas, onde a oferta é bem limitada mas a procura é grande, se planejar com (muita) antecedência gerante que você ainda consegue achar disponibilidade nos bons hotéis, com preços bem mais pagáveis! Se mais tarde a viagem não rolar, ou você resolver ficar em outro hotel, é só cancelar, sem custo nem riscos!
Também cheguei a reservar esse hotel aqui, e também esse. Mas acabamos decidindo pelo Vencia e foi uma decisão acertadíssima! (alguns leitores me disseram que já não conseguiram vaga para o Vencia, então vale a pena olhar as datas nos outros dois também!)
De última hora nós decidimos alugar um carro, só para ter mais liberdade e flexibilidade para explorar um pouco a ilha. Sinceramente acabamos não usando muito, pois nosso hotel era muito pertinho do centro da Mykonos e era infinitamente mais fácil ir andando, e acabamos não animando de ir para as praias – mas mesmo usando pouco, valeu o preço, pois o aluguel para 4 dias saiu mais barato do que o translado para o aeroporto – então pelo menos tivemos a opção de fazer outros passeios.
Também recebi muitas perguntas em relação a levar crianças pequenas à Mykonos – e olha, achei tranquilíssimo, bem mais fácil que Santorini, inclusive.
O centrinho da cidade é muito mais fácil de ser explorado com um carrinho de bebê por exemplo, pois é tudo plano (Santorini tem muuuuuuuitas escadas), a maioria das ruas são 100% para pedestres, então a Isabella podia andar à vontade e explorar sem ter que me estressar com carros e afins, e os Gregos são muito simpáticos com crianças!
Para chegar e sair do centro de Mykonos, tem escadas, sim, mas não achamos nada demais não (pelo menos não pelo lado onde entrávamos), e então eu colocava o Oliver no canguru, fechava o carrinho e em 5 minutos estávamos lá em baixo, e não tinha mais que me preocupar com isso (até a hora de voltar, claro!).
Na parte de alimentação também foi tranquilo: em qualquer birosca você encontra frango e peixe grelhado, legumes, saladas, iogurtes, muitas lojinhas e barraquinhas vendendo frutas, pães etc. Não tivemos problema algum, e a Isabella comeu bem.
Eu levei papinhas para o Oliver, como sempre faço, mas acabei achando as mesmas marcas em farmácias e supermercados no centro de Mykonos.
O Hotel forneceu uma caminha extra pra Isabella e um bercinho pro Ollie, o restaurante deles tinha cadeirão, então nos sentimos super confortáveis e bem vindos!
Nos próximos posts vou entrar me mais detalhes sobre as Dicas de viagem para Mykonos e os passeios que fizemos por lá!
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver. Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai. Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
Durante a nossa viagem à Doha, eu aproveitei o destino mais diferente para fazer um vídeo com algumas dicas e respondendo as dúvidas mais frequentes que recebo em relação à alimentação de crianças em viagens.
Sei que não é a primeira vez que falo sobre isso aqui no blog, e de maneira geral, sou bem tranquila e relax em relação a isso. E no caso do Oliver, apesar de que ele só começou com a introdução alimentar à uns meses atrás, por ser o segundo filho, eu já encarei o processo bem mais tranquilamente e sem cobranças.
No geral, minha filosofia de alimentação é: quanto mais natural melhor, porem sempre balanceada. E um dieta balanceada também também inclui coisas não tão saudáveis de vez em quanto. Quero que meus filhos tenham um relacionamento bom com a comida, não só fisicamente, mas também psicologicamente, então as neuras e excesso de regrinhas passam longe daqui de casa!
E isso se mantem durante nossas viagens. Não quero me estressar demais com alimentação até porque eu também estou de férias, e sei que papinhas prontas de vez em quando não vão fazer mal algum! Pelo contrário – eles vão aprender a comer de tudo, sabores, texturas e temperos diferentes da “de casa” sem frescuras, e terão acesso a comidas que eu provavelmente não faria na nossa casa (mas que mesmo assim quero que eles provem).
Não vou negar: durante nossos passeios e viagens, as papinhas prontas formam o grosso da alimentação do Oliver (e da Isabella quando era bebê).
Mais fácil, mais prático e inclusive mais barato, pois evita ter que ficar pedindo comida separada ou especial em restaurantes, sem sequer saber se ele vai gostar e comer ou não, e a economia de ficar comprando mil ingredientes e temperos em supermercados que não conhecemos pra fazer papinhas no hotel/casa de temporada.
Então uns dias antes de viajar, eu aproveito para passar no supermercado e farmácia e estocar papinhas, tanto salgadas para as refeições principais, quanto de frutas, para lanchinhos, sobremesa etc.
Eu calculo sempre 1 salgada e 1 doce (fruta) para cada refeição principal (almoço e janta), para a viagem propriamente dita (seja avião, carro, trem, ônibus, etc) e para pelo menos o primeiro e segundo dia da viagem.
Não dá pra levar comida para todos os dias de uma viagem mais longa, pois isso pesa demais na mala, então sempre deixo para comprar mais coisas no destino final da viagem, mas também não quero ter que desperdiçar os primeiros dias da viagem catando supermercado ou me preocupando que vamos ficar sem comida pra ele.
Se o seu bebê nunca comeu papinhas prontas e você acha que ele não vai gostar ou não vai se acostumar com o sabor diferente, comece o processo umas semanas antes, vá misturando aos poucos com a comida de casa, vá intercalando as refeições, e vá acostumando o paladar do seu bebê ao tempero e sabor diferente dos potinhos.
Por mais natural e orgânica que sejam, o sabor é diferente sim e não dá pra negar!
Eu gosto de ir intercalando no dia a dia, e volta e meia ele come alguma papinha pronta, mesmo quando não estamos viajando, em casa mesmo. Porque tem dias que simplesmente não dá tempo ou não estou a fim de fazer comida separada para ele, e quero que ele vá se acostumando com novos sabores aos poucos.
Até porque convenhamos que uma criança que só come feijão e arroz todos os dias não tem uma dieta (nem paladar) nem um pouco balanceada, né? Muito pelo contrário…
Então mesmo quando vamos passear aqui por Londres no fim de semana, ou se preciso sair com ele e ficar mais tempo fora de casa, não preciso me estressar em fazer papinha, levar papinha, carregar tudo em bolsinha térmica, catar lugar pra esquentar, descongelar etc. Dá-lhe papinha!
Então ele nunca estranhou nem recusou em todas as vezes que precisei, assim como foi com a Isabella.
– Escolha do Hotel
Isso foi outra coisa que mudou bastante no nosso estilo de viajar depois que a Isabella nasceu. Os hotéis deixaram de ser um lugar para apenas guardar as malas e passar as noites, para uma parte crucial de nossas viagens.
Por que sim, viajar com criança dá mais trabalho, é menos espontâneo e bem mais arriscado, então precisamos de uma infraestrutura melhor.
E não estou necessariamente falando de kids club, playground nem animação infantil, e sim de hotéis com serviço melhor, garantia de que os funcionários vão conseguir falar Inglês com você e te ajudar numa emergência, e principalmente, porque geralmente os hotéis maiores e de redes internacionais tem ótimas opções mais ocidentais de café da manha, restaurante próprio (onde quase sempre podem fazer modificações nos pratos ou comidas especiais para crianças) e serviço de quarto.
Portanto sempre damos preferência a hotéis que tenham café da manhã, então tanto a Isabella quanto o Oliver já começam o dia com comida “de verdade” – cereais, frutas, ovos, queijos, frios, iogurtes, etc. Seja o que for que seu filho (bebê ou criança) esteja acostumado a comer pela manhã, com certeza um hotel maior e internacional terá.
Então pela manhã o Oliver comia ovo mexido (que eu pedia para fazerem sem sal, e bem macio), mingau de aveia (sem açúcar) e frutas in natura.
E sempre aproveito o café da manhã do hotel para também abastecer eventuais lanchinhos durante o dia. Pego frutas (banana, maça, laranjas etc geralmente não faltam e são super fáceis de carregar em passeios e de oferecer para crianças), biscoitos ou pães, iogurte, etc. Não sinto a menor vergonha! Mesmo! Já levo potinhos de casa e vou preparando nossa farofa!
E como mencionei acima, é sempre bom ter a garantia de um restaurante internacional dentro do hotel, principalmente quando viajamos para lugares mais diferentes. Porque sei lá né? Vai que seu filho não quer nem provar o tajine de cordeiro marroquino do almoço? Então pelo menos você tem a garantia de que no jantar poderá pedir um macarrão, grelhados, legumes e afins sem problemas. Logo, mesmo que a criança almoce “besteiras”, o jantar já fica mais garantido.
E sem falar naquelas dias em que o passeio se estende, se estende, tá todo mundo se divertindo, você acaba perdendo a hora e quando se dá conta já esta tarde demais pro jantar, e sabe que se arriscarem um restaurante, vai ser uma catástrofe digna de Armagedom!
A solução? Serviço de quarto!
Então já chego no quarto do hotel faço o pedido do jantar, e quanto damos banho e preparamos as crianças pra dormir, a comida chega! E sem falar o tanto que a Isabella se diverte com o “picnic” no quarto!
Apartamentos, casas de temporada, AirBnB e afins:
Eu tenho certeza absoluta que o AirBnB foi fundado por alguém com filhos pequenos e que tinham muita dificuldade de achar hotéis! Kkkk
Mas falando sério, casas, apartamentos e flats são sempre uma ótima opção para famílias viajantes, pois é sempre ótimo ter um geladeira/frigobar e uma cozinha bem básica à mão.
Meu único porém é: depende da viagem.
Alguns destinos e estilos de viagem, o hotel é uma grande parte das férias, e eu não teria ficado numa casa/apartamento num lugar como Doha, ou Ilhas Maurício, por exemplo. Ter a estrutura do hotel foi crucial para nossa viagem, e teríamos curtido bem menos sem isso.
Mas viagens mais no estilo “city break”, onde o hotel é realmente só pra dormir, então um apartamento faz todo sentido!
Você pode guardar mais coisas na geladeira, comprar alguns ingredientes frescos, cozinhar (caso tenha tempo!), esquentar, lavar, esterilizar etc, e conseguir manter um dia a dia mais “normal”. Sem falar que ainda dá pra lavar roupa, caso seja preciso, e mais espaço para se organizar do que num quarto de hotel
Nós já ficamos em apartamento de temporada algumas vezes e a experiência foi sempre ótima, e com certeza repetiremos mais vezes, principalmente agora viajando com dois filhos!
Passeios ao longo do dia e restaurantes na rua
Sempre que possível eu tento evitar fast food, e até hoje a Isabella nunca nem provou refrigerante. Mas tem vezes que simplesmente não dá pra evitar o nuggets com batata frita do menu infantil dos restaurantes quando estamos na rua!
E tudo bem gente!
Eu sempre tenho opções para um plano B na bolsa: frutas, pães/biscoitos para a Isabella (que geralmente pego no café do hotel) e papinhas pro Oliver, caso a hora do almoço se atrase, ou caso estejamos num lugar onde as opções de restaurantes não nem nada mais infantil.
Mas mesmo assim, não custa nada perguntar! É possível passar a sopa de legumes “do dia” no liquidificador, para seu bebê? É possível servir o frango sem o molho de curry para sua filha? O sanduíche de frango pode ser com frango grelhado em vez de empanado? Etc, etc. Geralmente dá! Mas se não der, esteja preparada com papinhas, frutas, lanchinhos etc que deem para alimentar as crianças até a próxima refeição.
Supermercados, feiras e farmácias locais:
E convenhamos: existem crianças e bebês no mundo todo, então não entre nessa de que lugar tal não é “lugar de criança”, ou isso ou assado.
Então você sempre vai achar tudo que precisar para seus filhos, ainda que de marcas diferentes, e não apenas relacionado a comidinhas ou papinhas: fraldas, itens de higiene (shampoo, hidratante, pomadas, lencinhos…), leite, etc
Então como disse acima, eu sempre levo quantidade suficiente de papinhas para pelo menos os primeiros dias da viagem, só pra evitar emergências e afobações logo nos primeiros dias das férias. Mas já fico de olho no que existe por perto, e na primeira oportunidade gosto de ir a algum supermercado (sem falar que eu acho a maior diversão conhecer supermercados e farmácias de países diferentes!), mercadinho, farmácia ou feira e estocar algumas coisas, nem que seja só pra ver o que existe ou não naquele destino, caso precise de algo a mais, ou caso tenha esquecido de alguma coisa.
Aí compro papinhas a mais, leite para a Isabella (que não toma mais fórmula, mas ainda gosta de beber leite antes de dormir), biscoitos para lanchinhos, frutas (banana, maça, uvas e tangerina são ótimas opções para ter sempre no quarto/apartamento e na bolsa de passeio), iogurte ou o que mais virmos de interessante ou de necessário.
E não só pra as crianças! Aproveito para também abastecer vinhos, cerveja e petiscos para gente também! :-)
Acessórios e apetrechos de alimentação
Além de falar sobre papinhas, comidas e afins, todo pai/mãe sabe que alimentar as crianças vai muito além disso, então não esqueça de levar os apetrechos necessários para facilitar sua vida:
Colheres para bebê, mamadeiras, copinhos de treinamento, potinhos e tigelas, escova para lavar mamadeira, ítens de limpeza (sabão líquido para lavar louça e roupa, capsulas para esterilização, babadores, etc), que eu mostro em mais detalhes no vídeo.
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver. Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai. Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
Logo que o Oliver nasceu, eu escrevi um post sobre a rotina dele, e algumas técnicas que utilizamos para ensinar ele a dormir melhor. Deu super certo, e com cerca de 6 semanas ele já não acordava para mamar a noite, e com mais ou menos 10 semanas começou a dormir a noite toda.
Então quando eu falo de “treinamento”, apenas me refiro à ajuda que nós podemos dar aos bebês para que eles aprendam a dormir melhor. Um bebe recém nascido precisa aprender tudo na vida: a mamar, a dormir, a se comunicar (=chorar), se mexer etc. Alguns conseguem tudo isso numa boa, sozinhos. Outros mesmo com muita ajuda dos pais (e especialistas) simplesmente não conseguem, ou demoram bem mais tempo. Mas de uma maneira ou de outra, sempre há alguma coisa que os pais podem fazer para facilitar o processo (para o bebê, e principalmente para nós mesmos!).
E “treinar” o bebê a dormir não quer dizer, de jeito nenhum, deixar o bebe se esgoelar de tanto chorar, nem negar afeto, negar colo por medo de “mimar”, deixar a criança passar fome, ou seja lá quais forem os argumentos de quem é contra ou optou por não aplicar essas técnicas.
Muito pelo contrário! Eu não queria deixar o Oliver chorar de jeito nenhum (por vários motivos), e convenhamos, nem poderia! Com outra criança de 4 anos em casa, um bebê chorando na madrugada nem sequer era uma opção na nossa família, porque aí sim seria um caos!
Mas o que seria uma “regressão do sono“? Não significa que tem nada de errado com seu bebê, e muito menos que você fez alguma coisa errada. Mas normalmente, entre os 3 e 5 meses, o cérebro do bebê amadurece, e isso muda como os ciclos do sono são processados, entrando num padrão mais normal (porque recém nascidos não tem ciclos de sono, por isso as vezes dormem 5 hora direto, e as vezes não conseguem dormir de jeito nenhum). Então nessa idade o bebê passar a ter ciclos de sono leve e profundo, e muitas vezes a regressão se instala quando o bebê tem dificuldade de passar de um ciclo para o outro. É um processo normal de desenvolvimento, assim como levantar a cabeça, abrir os olhos, sentar, rolar, etc etc. Porém alguns bebês simplesmente não apresentam sintomas, enquanto outros sofrem mais.
Ou então pode ser que seu bebê passe por isso, mas se ele(a) ainda não dormia a noite toda, talvez você nem perceba a diferença.
A Isabella por exemplo, nunca teve sintoma nenhum, logo não “regrediu” nem voltou a acordar a noite, enquanto que o Oliver, de um dia para o outro, passou de um bebê que dormia de 8 a 10 horas direito, para um bebê que acordava a cada 45 minutos!
Foi um pesadelo na terra! E eu demorei bastante tempo para sequer descobrir o que estava acontecendo. Nos primeiros dias achei que tinha sido por causa do jet lag na volta da viagem aos EUA, depois achei que fosse reação à vacina, ou até mesmo que poderia ser fome e que meu leite poderia estar secando… Isabella não teve nada disso, então acho que nunca nem tinha ouvido falar, até que numa noite insone e me desesperando, eu comecei a ler tudo quanto era artigo que aparecia no Google, e então as peças foram se encaixando…
Aí, uma vez “diagnosticado”, conseguimos ir curando esse problema. Na verdade, pelo que li, muitos bebês conseguem superar essa fase sozinhos também, as vezes só dura uns dias, ou algumas semanas e pronto. Então fomos aplicando algumas dicas aos poucos, mas sem ser radical. Tinha esperança de que assim como começou do nada, poderia acabar do nada também. Alem disso, íamos passar 1 mês no Brasil e não queria causar mais mudanças.
Mas então, o que fazer se seu bebê estiver passando por uma regressão do sono?
Tudo que li gira em torno de 3 pilares:
O bebê precisa saber dormir sozinho.
Remover associações de sono negativas
Objetos de transição (que ajudam a criar “associações de sono” positivas).
Logo de cara isso fez sentido: o Oliver não dormia sozinho!
Com a Isabella foi mais fácil ser disciplinada em relação à isso, pois foi a primeira filha e tinha um quartinho só pra ela. Lembro de ter lido sobre isso e logo já fui aplicando, o que sempre deu certo. A gente fazia a rotina dela toda certinha e igualzinha todo dia a noite (a mesma até hoje, na verdade), e por fim, colocava ela na cama, saia do quarto e pronto. Nem sei quanto tempo ela demorava à dormir, se 30 segundos ou 20 minutos… mas como ela não chorava nem nos chamava de volta, sabia ficar numa boa na cama e pegar no sono sem “ajuda”.
Já com o Oliver foi diferente, principalmente por duas coisas: primeiro, porque como ele foi amamentado exclusivamente no peito por mais tempo que a Bella, acabava dormindo mamando, sendo acalmado mamando, e o peito virou sinônimo de cura de todas as suas mazelas. (não é que isso seja uma coisa ruim, tá? Pelo contrario. Mas cal’maê que já chego lá!)
E segundo, porque nós tínhamos o constante pânico de que ele ia acordar ou incomodar a Isabella, caso fosse deixado sozinho para se “self soothe” (auto acalmar), então tudo acabava em colo e em peito. Qualquer barulinho eu já saia correndo, sem dar uma chance de saber se aquele barulho era mesmo um barulinho de “vem me pegar pois preciso de ajuda”, ou se eram os barulhos normais que bebês fazem o tempo todo. E nessa a gente acaba atrapalhando e disturbando o sono do bebê mais ainda, sem perceber, achando que está ajudando.
Mas vejam bem: ensinar o bebê a dormir sozinho ou a se “auto acalmar” NÃO quer dizer largar o bebê sozinho, chorando de abandono, suplicando por amor e você lá, ignorando, se deliciando com o som do sofrimento do pobre coitado!
Mas faz todo sentido, pensa só! Dormir é um talento, uma coisa que aprendemos logo no início da vida e aplicamos todos os dias até o final. Imagina que você só consegue dormir com alguém fazendo massagem no seu pé. Só que você tem sono leve, ou sua casa é barulhenta, ou você esta estressado no trabalho, ou seja o que for, e as vezes, mesmo sem perceber você dá umas acordadinhas (sim, todos damos). O que você faz? Afofa o travesseiro, se cobre/descobre, vira pro outro lado, etc, na maioria das vezes nem nem perceber, sem nem lembrar no dia seguinte. Porque você sabe dormir sozinho.
Sim, a massagem no pé é uma delícia, mas imagina que a cada rotação no seu ciclo do sono (que acontece várias vezes todas as noites), ou cada vez que um ônibus passe na sua rua você tenha que acordar o namorado/esposa/marido pra vir fazer massagem no seu pé de novo?
Pois é, é isso que acontece quando o bebê tem uma regressão do sono e cria uma associação negativa do sono. Ou seja, ele está com sono, está exausto, mas a não ser que ele te chame ( = chore) pra você vir amamentar, colocar a chupeta de volta na boca, pegar no colo pra ninar, ligar maquina de barulinhos, etc etc, seu bebê NÃO vai conseguir dormir de novo! Ele não tem outra experiencia de vida. A vida dele toda, sempre que ele acorda ele pode depender de outra pessoa para fazer o que ele ainda não consegue fazer sozinho.
A não ser que você ensine e treine ele a transitar e emendar um ciclo no outro.
Porque todos os seres humanos passam por várias fases de ciclos de sono ao longo da noite, e as vezes o corpo desperta e outras não, e você (E seu bebê) precisa saber simplesmente voltar a dormir, como se nada tivesse acontecido.
Logo, tudo que gera uma necessidade “externa” (ou seja, ajuda de outra pessoa) para o bebe possa se “aconchegar” e voltar a dormir, vira uma associação negativa (pois não tem nada de positivo acordar a cada 45 minutos durante a noite! Nem para o bebê, nem para os pais!)
No caso do Oliver era a chupeta. O irônico era que logo nos primeiros dias/semanas, ele não gostava de chupeta pra dormir. Aceitava chupeta numa boa durante o dia, mas a noite não queria. Mas ele foi um bebê muito barulhento – muitos roncos, runhidos, grunhidos e tals, então a chupeta acabou virando uma maneira de controlar a barulheira. Quando a chupeta entrava, ele resmungava menos – o que acabou virando uma muleta do sono.
Então primeiro passo: ensina-lo a dormir sem chupeta.
Mas por outro lado eu não queria tirar completamente a chupeta, pois acho uma ferramente muito útil, e sinceramente, quem deixa de dar chupeta por medo de ter que tirar depois, saiba que eu achei que tirar a chupeta da Isabella foi bem fácil (em comparação com os muitos benefícios que a chupeta nos trouxe – a nós 3! – ao longo dos 3 anos e pouco que ela chupou).
Então decidi que as sonecas do dia, seriam sem chupeta.
Mas você tem que substituir uma coisa boa, por outra coisa boa – então introduzimos um objeto de transição (uma naninha, bichinho de pelúcia, fraldinha, etc), que aos poucos o bebê vai associar com a hora de dormir, relaxar e tals. E no caso do Oliver, nos primeiros dias, e levava ele pra passear no carrinho, pois sabia que na ausência da chupeta, o balancinho do carrinho + o bichinho de transição iam amenizar a dor.
Não quer dizer que ele não chorou não, tá? Claro que chorou. Mas eu estava sempre ali, empurrando o carrinho ou fazendo carinho no berço, e se os decibéis do choro aumentassem muito, e virasse choro “de verdade”, na mesma hora eu pegava no colo até ele se acalmar. Uma vez acalmado com muito carinho (abraços, carinhos, beijinhos, amamentando, com chupeta… vale qualquer coisa!), recomeçava o processo. Só não pode deixar ele pegar no sono durante o processe de se acalmar e parar de chorar!
Porque tem isso também né? Há choros E choros… e rapidinho aprendemos a identificar cada chorinho de nosso próprio bebê. Então deixava ele ficara choramingando numa boa, pois eu estava ali do lado, e sabia que o motivo do chorinho era sono. Era um resmungo, e não um berreiro-de-sofrimento. Se eu colocasse a chupeta (ou peito) ele pegaria no sono instantaneamente, mas ele tinha que conseguir cair no sono sem isso. Foi uma looooonga semana, mas os resmungos foram diminuindo cada vez mais, e aos poucos ele já conseguia dormir numa boa sem chupeta, e então fomos aplicando a mesma técnica na hora de dormir a noite. (demorou uns 10 dias…)
Passado isso, ele já parou de acordar a cada 40 minutos (que até hoje é a duração do ciclo de sono dele!) e passou a acordar apenas 1 ou 2 vezes por noite (ainda era uma regressão em relação aos 3 meses de vida, mas já deu uma ótima melhorada!).
O Próximo passo era: a rotina do dia.
Quanto mais estruturado for a rotina diurna do bebê (de alimentação e sono), mais ele vai conseguir diferenciar entre o dia e a noite, e conseguir concentrar seu sono a noite. E outra: quanto melhor o bebe dorme de dia, melhor ele dormirá à noite.
Isso foi outra coisa que com a Isabella nunca tive que ser muito disciplinada: como ela sempre dormiu bem à noite, deixamos ela no ritmo/rotina do EASY da “Encantadora de Bebês” ad eternum, até que ela mesmo foi crescendo e se reajustando. Ela já tinham bem mais que 1 ano quando chegamos no ponto em que eu sabia certinho que horas era cada refeição ou cada soneca. Até então ela simplesmente dormia/acordava a cada 2 ou 3 horas e pronto.
Mas com o Oliver não dava pra ser tão flexível. Sentia que ele estava precisando de uma estrutura melhor durante o dia, e que isso provavelmente ia melhorar o sono noturno.
E posso ser sincera, não consegui de jeito nenhum estabelecer essa rotina enquanto ele estava amamentando exclusivo no peito! Porque essa coisa de “sob demanda” é ótimo quando tudo dá certo… afinal como alguém consegue amamentar sob não-demanda? Eu nunca consegui… ele sempre mamou quando quis e por quanto tempo quis, o que sempre foi ótimo. Até que um dia tudo virou uma bagunça! Você não sabe quanto o bebe mamou a cada mamada, não sabe se ele mamou o leite mais aguado ou mais gorduroso, se só matou a sede ou se fez uma “refeição”… no peito não dá pra saber essas coisas! Então tem que deixar rolar mesmo, o bebê é o chefe e ele que define a oferta e demanda.
Mas assim que ele foi parando e eu comecei a complementar (aos 5 meses), tudo vez sentido!
Dependendo de quanto ele tinha mamado (na mamadeira) eu já tinha uma ideia de quanto tempo ele ia “durar”, se precisava dar um reforço antes da soneca, se estava chorando de sono/manha ou se estava com fome mesmo e tal. Então ficou beeeeem mais fácil administrar a fome dele, e logo, a habilidade de dormir por mais tempo durante o dia.
Então, outra adaptação que fiz foi trocar a ordem da mamada na rotina EASY, e passei a amamentar/dar complemento antes da soneca, para ele sempre dormir de barriga cheia, em vez de mamar logo que acordasse.
E logo depois começou a introdução alimentar. E aí, ao estabelecer horários definidos para cada refeição sólida, o dia a dia ficou beeeem mais regradinho, e sabia que ele ia conseguir dormir melhor logo depois do almoço, com a barriga cheia.
Então em cerca de 1 mês a 6 semanas que voltamos do Brasil e começamos a implementar essas técnicas, ele voltou a dormir a noite toda, com 2 ou 3 sonecas bem robustas durante o dia;
A rotina dele durante essa transição foi assim (com 4 & 5 meses):
Acordava por volta de 6 ou 6:30
Mamadeira logo depois
Dormia de novo por volta das 8:30/9 por pelo menos 1 hora (as vezes 1 e meia, se estivermos em casa)
Mamadeira logo que acordava
Almoço cerca de 1 hora depois da mamadeira (ele come melhor se não estiver com muita fome – os bebês em fase de introdução alimentar demoram um bom tempo para entender que comida sólida também mata a fome, e não só o leite)
Mamadeira pequena logo antes de dormir
Então colocava ele no berço, já com sono, porém acordado, com seus macaquinhos (que agora ele já sabe que eles sinalizam a hora de dormir) – e sem chupeta
Nos primeiros 10 dias (1 ou 2 semanas) eu ficava literalmente sentada na porta do quarto dele, pronta pra pegar no colo/fazer carinho etc, caso ele chorasse (o que é diferente daquele resmungo de soninho). Assim que ele pegasse no sono, ligava o contador da app “Baby Connect” (que já falei nesse post), e em 40 minutos entrava no quarto e ficava de joelhos do lado do berço (sem ele me ver!). No primeiro movimento, dá-lhe chupeta!
E foi assim que consegui ensinar e treinar o corpo dele a passar de um ciclo do sono pro seguinte, sem despertar totalmente. A chupeta aprofundava o sono dele novamente, sem deixar que ele despertasse totalmente, e como estava de barriga cheia, em dormia pelo menos mais 1 hora.
Depois de uns 10 dias ele parou de despertar no fim do primeiro ciclo de sono, e já conseguia emendar 2 ou 3 ciclos numa mesma soneca, dormindo pelo menos 1 hora e meia a 2 horas depois do almoço.
E por fim, ele geralmente ainda dava mais uma cochiladinha no fim da tarde, no carrinho, à caminho de buscar a Isabella na escolinha.
Assim que chegávamos em casa eu dava uma mamadeira pequena pra ele, uma meia hora/40 minutos depois o jantar (sólido), e começava toda rotina de banho, e tals, com uma última mamadeira antes de dormir.
E mais uma vez, preparava ele pra dormir, e colocava ele no berço bem sonolento, mas ainda acordado, com seus bichinhos e sem chupeta.
Lá para umas 11 da noite, um pouco antes de ir dormir, nós dávamos uma ultima mamada dos sonhos pra ele, pra dar uma uma reforçada na barriga cheia para o resto da noite.
Depois dos 6 meses e pouco (até hoje – ele está com 8 meses), a rotina dele se mantém praticamente idêntica, porém aos poucos ele foi conseguindo espaçar mais o seu período acordado da rotina, então hoje em dia já não deixo mais ele tirar a última sonequinha do dia no fim da tarde, pois estava começando a atrapalhar a rotina noturna.
Com isso ele aumentou o tempo de sono na soneca da manhã, e se estivermos em casa, ele as vezes chega a dormir umas 2 horas pela manha e mais umas 2 horas a tarde (geralmente fica mais pra 1/1:30 e 2/1:30).
E olha, nada como ter um segundo filho para nos darmos conta que essa de “mãe de primeira viagem” não vale pra nada! A cada novo bebê você estará embarcando numa nova primeira viagem!
O Oliver foi/esta sendo um bebê totalmente diferente da Isabella – muito mais fácil em certas cosias, e muito mais difícil em outras coisas, e estamos (re)aprendendo a sermos pais todos os dias, e todos os meses.
Nós já fomos pais da Isabella, mas é nossa primeira vez sendo pais do Oliver, então tivemos que aprender muito coisa nova e readaptar muitas outras também!
E tudo bem gente!
Assim como minhas dicas podem vir a ser completamente inúteis pra você e sua família, outras coisas que fiz com a Isabella não deram certo com ele e vice e versa. E fomos nos adaptando e descobrindo o que deu certo pra ele!
Por exemplo, algumas mudanças:
Rotina regradíssima: o Oliver se deu super bem com uma rotina regradinha, calculada no ponteiro do relógio e pontualidade Britânica, coisa que sempre jurei que nunca ia fazer. Mas pelo bem estar dele e de toda família, fizemos, e deu certo.
Quarto escuro: outra coisa que jurei de pé junto que nunca faria com a Bella (e nunca fiz), era criar um ambiente tão limitador para as sonecas dela. Queria que ela aprendesse a dormir em qualquer lugar, de qualquer jeito. E quer saber? Com ela deu super certo. Mas quer saber? Com ele não rolou. Então hoje em dia o Oliver tira duas ótimas sonecas, mas eu fecho a cortina, ligo o barulinho da app, dou naninha pra ele e crio um ambiente de “sono”. Quando não faço isso ele só dorme 40 minutos de cada vez, que é a duração do seu ciclo de sono.
Não deixo que isso no limite nem nos escravize. Já sei que ele não dorme tão bem na rua, e tentamos contornar isso sempre que dá – mas tem vezes que não dá, e OK também. Não deixo de sair de casa nem de fazer nada só porque está na hora da soneca. As vezes ele simplesmente tem que dormir na rua, e já sei que isso significa que ele não vai dormir tão bem, e tudo bem – pra mim e pra ele.
E a mesma coisa nas nossas viagens. Quando fomos pra Doha, ficamos hospedados num resort e foi tranquilo adaptar nossa rotina para que ele dormisse no quarto, com toda rotininha que tinha direito. Mas quando fomos pra Holanda não rolou, e ele dormiu e acordou inúmeras vezes ao longo do dia e ao longo de nossos passeios.
Claro que tento não abusar demais dessa flexibilidade dele, mas acho que assim como nós vamos nos adaptando às necessidades dele, ele também vai aprendendo a se adaptar às necessidades do resto da família, e assim vamos seguindo numa boa!
Nossa próxima batalha agora é conseguir que ele durma até um pouco mais tarde (ele é madrugador e tem acordado religiosamente as 5:47 da manha todos os dias no último mês!) – então se você tiver alguma dica preciosa, passa pra cá!
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver. Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai. Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
Adriana Miller, 35 anos, economista, casada e mãe da Isabella. Atualmente morando na Inglaterra, mas sempre dando umas voltinhas por aí. Viajante incansável e apaixonada por fotografia e história.