02 Mar 2011
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A queda dos Gigantes

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O meu genero preferido de livros sao os de ficcao historica, e ninguem escreve esse tipo de livro melhor que Ken Follett.

Sei que os intelectuais de plantao vao rolar os olhos, afinal o Ken Follett esta longe de encabecar a lista dos genios da literatura mundial, e alguns de seus livros de pura ficcao sao bem fraquinhos.

Mas ja contei aquí em outros posts que meu livro preferido de todos os tempos eh o “Pilares da Terra”, do mesmo autor, e sua pseudo sequencia “Mundo sem fim”.

Ambos sao livros gigantes (media de 1200 paginas na versao Ingles, e acho que a versao em Portugues veio separada em dois volumes), mas que tem um denominador comum: um ficcao que retrata a saga de uma familia num determinado periodo historico.

O Pilares da Terra se passa no seculo 11 e tem como pano de fundo a crise de sucessao ao trono Ingles. Ja o Mundo Sem Fim se passa na mesma cidade ficticia no interior da Inglaterra, mas cerca de 300 anos depois, no seculo 14 quando a Europa foi assolada pela peste negra.

Confesso que a pesar de ter adorado o segundo livro, ele me pareceu um pouco previsivel, pois era parecido demais… o mesmo estilo de personagens, a mesma “dinamica” entre as familias da trama.
Mas isso nao me impediu se ficar ansiosamente esperando o lancamento da nova serie de livros do Ken Follett, a “Triologia do Seculo” (The Century Triology), e seu primeiro livro, “Queda de Gigantes” (Titulo original: Fall of Giants)! E logo quando li as primeiras criticas sobre o livro eu ja sabia que ia amar, e sabia que apesar de seguir o mesmo genero de ficcao historica, dessa vez o estilo do livro era bem diferente. Entao nao resisti e comprei uma copia logo na semana que livro foi lancado, em Outubro do ano passado!

E foi tudo que eu estava imaginando que seria, e li as 1.000 paginas em umas 3 semanas – a ponto de perder a parada do trem a caminho do trabalho porque estava tao absorvida pela historia, e a ponto de passar minha hora de almoco com o garfo numa mao, e o livro na outra!

A livro conta a historia de 4 familias e como suas vidas se entrelacam, se desenvolvem e sao afetadas na iminencia da 1ª Guerra mundial – e a historia segue durante a guerra e da uma pequena introducao sobre como o mundo mudou tao dramáticamente naqueles 4 anos.

Esse livro eh muito mais “pesado” historicamente doque os outros, ou talvez seja apenas porque faz tantas refrencias a personagens reais (principalmente politicos Europeus que lemos sobre nas aulas de historia do colegio!), e a pesar de nao ser um livro “de guerra”, suas referencias historicas e politicas estao por todos os lados.

Duranto um periodo de 10 anos o livro desenvolve e descreve como ninguem os detalles da vida de uma familia “proletaria” do Pais de Gales (que historicamente foi muito afetada economicamente pela crise das minas de carvao no inicio do seculo), uma familia “camponesa” Russa (que sobrevive ao auge do Ksarismo Russo e participa na revolucao Bolchevique em Sao Petersburgo), uma familia “aristocrata” na Inglaterra (que faz um otimo retrato sobre essa coisa dos “Nobres” e “Comuns” na politica Britanica), outra familia “nobre” na Alemanha (pre queda do Kayser e o fim do imperialismo Alemao) e uma familia “classe media alta” nos EUA.

E o livro eh aquela coisa Ken Follett de ser, com as indas e vindas das familias, como a vida era tao diferente em cada um desse lugares, muita intriga, drama, e claro, fatos historicos.
Aliais, oque eu mais gostei desse livro foi justamente isso. E o Ken Follett tem um pequeno capitulo inteiramente dedicado a explicar como foi seu processo de pesquisa para esse livro, e como ele conseguiu misturar personagens e situacaoes ficticias a situacaoes e personagens reais, e o apoio e supervisao de historiadores e pesquisadores que ele teve durante todo o processo de desenvolvimento, escrita e edicao do livro.

E para mim, um bom sinal de que um livro realmente eh bom, eh quando o livro acaba e voce se sente “orfa” dos personagens, e ja fica ansioso querendo saber oque mais poderia acontecer.
Entao o lado bom eh que esse livro eh o primeiro de uma triologia… porem o proximo livro (que tera a 2ª Guerra Mundial como pano de fundo) soh sera lancado em 2012!

O Aaron tambem comecou a ler a “Queda dos Gigantes” semana passada e ficou “bravo” comigo porque eu nao insiti mais vezes pra ele ler lego esse livro, porque ele esta igualmente maravilhado!

Adriana Miller
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01 Mar 2011
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Salamis e a Republica Turca do Chipre

Chipre, Dicas de Viagens, Republica Turca

O unico lugar que o Aaron fazia questão de conhecer em Chipre era Salamis – o unico lugar que ele reconhecia o nome, sabia da historia e já tinha visto fotos impressionantes. E foi também o mais dificil de chegar!

Salamis fica na parte Turca da ilha, que é na verdade um novo país e um novo continente (já que oficialmente a parte Turca é considerada Oriente Medio)! E pra nosso azar, Salamis ficava exatamente no extremo oposto de onde estavamos hospedados na ilha.

Além disso, tem toda a complicação de conseguir chegar lá, e mesmo depois de horas na estrada, não sabiamos se conseguiriamos ou não cruzar a fronteira, já que as informações pela internet não são muito concisas, e até mesmo nosso livro guia foi bem generico, e o recepcionista do hotel não deu muita bola e tentou nos convencer de fazer alguma outra coisa.

O problema principal é o embargo internacional que atinge a região Turca, e que manteve essa parte da Ilha completamente isolada do mundo por mais de 30 anos.

As fronteiras só foram abertas  em 2004 (para turistas e principalmente para Chipriotas Gregos, que eram terminanentemente proibidos de cruzar a fronteira) depois que Chipre entrou pra Comunidade Europeia.

Mas mesmo assim a fronteira só esta aberta em 4 pontos, que são supervisionados pelas Nações Unidas e com soldados armados até os dentes. Desses 4 pontos de fronteira, um é aberto apenas para pedestres (no centro da capital Nicosia que é dividia ao meio entre os dois paises) e mais 3 pontos em estradas, para veiculos comerciais e de passageiros: Agios Dometios, Pergamos e Strovilia. Tentar cruzar a fronteira em qualquer outro ponto da Ilha, fora das regioes autorizadas por ambos governos e a NU, da cadeia!

Então nós escolhemos cruzar a fronteira em Pergamos, pois achamos que parecia ser mais facil – segundo nosso mapa, bastava pegar a auto estrada principal atéeeee quase o final, depois uma outra estradinha e tal, e já já estariamos lá.

Mas é claro que na realidade a coisa foi bem diferente, e a tal “estradinha” acabou virando um vilarejo fantasma, que mesmo a apenas 20 mins de Lanarka (uma das principais cidades da Ilha), não poderia ter sido mais isolado do mundo e despreparado para o turismo.

Quando achávamos que nunca conseguiriamos descobrir qual seria o caminho correto, começamos a ver as placas identificando a “terra de ninguem” das Nações Unidas. Mas ainda assim, NENHUMA placa indica a direção correta!

Mas conseguimos chegar na fronteira, e a coisa é serissima!

Nos pediram para sair do carro e deram uma inspecionada no porta malas, porta luvas e afins, além de fazer algumas perguntas obvias de fronteira e carimbar nossa entrada.

Porém, por causa do embargo internacional (que foi aliviado, mas oficialmente ainda existe) não é recomendavel ter o carimbo do Chipre Turco no passaporte, e eu estava tensa por causa disso – por não ser uma região tão frequentada por turistas, não sabia se – caso pedisse pra não carimbassem meu passaporte, como fiz em Israel por exemplo – o guardinha ia fica ofendido e negar nossa entrada…

Mas nem precisamos falar nada, e assim que o guarda nos perguntou onde moravamos, ele deixou os passaportes de lado, e carimbou um papelzinho, e nos pediu pra guardar a 7 chaves, pois sem aquele papel/carimbo, não poderiamos sair pelo lado Chirpiota, e a unica saida do pais seria por um ferry pra Turquia (?!?!).

Ah, e ainda teve o tal do seguro do carro, e até agora não sei se é alguma coisa legitima, ou se fomos vitimas de um golpe na fronteira…. Mas aparentemente carros alugados no lado Grego não podem cruzar para o lado Turco, a não ser que tenham um seguro Turco, que o guardinha prontamente nos oferenceu por modicos 30 Euros…

Na duvida, eu que não ia ficar batendo boca com o guarda Turco, certo?

E assim que cruzamos a fronteira, foi li-te-ral-men-te como se tivessemos completamente trocado de continente mesmo!

Os hoteis, luxury Villas, “tavernas Gregas” e tudo que nos fazia lembar a Grecia e destinos turisticos do Mediterraneo, foi substituido por um cenario retirado diretamente do filme “Borat”…

Cidades fantasma, casas abandonadas, e os varios “checkpoints” das Nações Unidas e do Exercito Turco supervisionando as estradas.

E outra surpresa! TODAS as placas eram apenas em Turco! Direções, inctruções, e até o nome das cidades! Então nosso mapa se tornou 100% inutil, e não conseguiamos descobrir de jeito nenhum onde estavamos! Dica importante, compre um mapa que tenha todos os nomes e nomeclaturas em Grego E Turco (vende nos postos de gasolina ou pontos de informacao turistica).

Então continuamos dirigindo na direção que eu “sentia” que ia nos levar até lá (eu tenho OTIMO sentido de direçao e NUNCA me perco. Já o Aaron, mal consegue voltar pra casa depois do trabalho).

Até que por sorte, finalmente vimos uma placa com nome reconhecivel: Salamis! Graças a Deus o nome é o mesmo!!

E finalmente chegamos até lá… mas demorou TANTO e já estavamos tão exaustos do estresse da estrada Turca, que a animaçnao já não era a mesma…

Mas ainda assim, valeu demais a viagem!

Salamis é o maior e mais importante (e imponente) complexo arqueologico de Chipre, e foi a primeirissima capital jamais estabelecida na ilha, e foi um porto muito importante na luta dos Gregos contra os Persas – e diz a lenda que a cidade foi fundada (e consequentemente a Ilha “conquistada” pelo guerreiro Teucer, que após perder uma batalha contra os Troianos, ficou com vergonha de voltar pra casa.

Então Salamis tem herança Helenica, Romana, Bizantina e Ottomana, e todas essas civilizações deixaram sua marca no lugar, que é gigante (impossivel ver tudo a pé, Salamis era realmente uma cidade grande, e é bastante espalhada pela area).

Entre as ruinas que valem a pena visitar estão um “Sudatorium” (“quarto de suar”… um sauna Romana com aquecimento sub-solo!), uma latrina publica, um aqueduto e sistema de cisternas, um anfiteatro de 2 mil anos e que abrigava 15.000 espectadores.

Além de um ginasio Grego enorme, com direito a duas piscinas (uma de agua quente e outra de agua fria!) e um auditorio/coliseu, mercados, avenidas principais, casas, palcios, etc, etc.

O unico problema de lugares assim é que é precsiso muita imaginação e paixão por historia (mitologia, arquitetura e afins) pra conseguir realmente apreciar um lugar desses, pois muitas das coisas “visitaveis” são na verdade ruinas que não passam de um monte de pedras empilhadas…

Pra mim isso não foi um problema, e adorei cada cantinho, mas enquanto estavamos admirando uma das avenidas “colunadas” de Salemis ouvimos uma familia comentando pros filhos “aqui não tem nada, só mais um monte de pedras empilhadas…”.

E claro, no fim de tudo, a volta pra civilização foi igualmente exaustante, pois na ida pra SAlamis estavamos tão preocupados em achar o cmainho, que não prestamos atenção em como voltar pelo mesmo caminho e nos perdemos algumas vezes e demos algumas voltinhas desnecessarias… mas por sorte, conseguimos voltar por hotel antes de escurecer!

Adriana Miller
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