Esse vai ser uma daquelas posts que é impossível de não escrever, mas ao mesmo tempo, dos mais difícil de colocar no papel… Afinal, oque posso falar sobre a Muralha da China que ainda não foi dito?
Mas ao mesmo tempo, como negar que visitar a Muralha foi sem dúvida alguma o ponto alto da viagem – e porque não, o objetivo principal de toda essa viagem que fizemos pela Ásia!
Gostamos TANTO que não satisfeitos de ir uma vez, acabamos voltando também no dia seguinte! Porque foi sem dúvidas um sonho realizado, e a impolgação foi tanta que nos foi impossível continuar em Pequim sem dar mais uma passadinha na Muralha (por mais que esse passeio propriamente dito seja uma certa dor de cabeça… Mas detalhes “práticos” no próximo post!).
A Muralha foi inicialmente construída entre os anos 220 a 206 A.C. pelo Imperador Qin, o mesmo que também construiu seu mausoélo e construiu o exercito de Guerreiros de Terracota! Mas ao longo dos quase 1000 anos seguintes a muralha foi re-construida, reforçada e expandida por muitos dos Imperadores seguintes, e alcançando seu auge sob a Dinastia Ming.
Originalmente a Muralha foi construída com o propósito de servir como fronteira oficial para a novíssima China unificada, oferecendo segurança e controle de fronteira ao longo da Rota comercial da Seda – e ao longo dos séculos assumiu o mítico papel principal de proteger a China das invasões de seus vizinhos (principalmente os Mongóis que andavam tocando terror pelo mundo).
Além disso, a Muralha é um daqueles lugares tão cheios de mitos e lendas – que conseqüentemente só aumentam a curiosidade e a imponência do lugar.
Então que tal um joguinho de “verdade ou mentira”?
A Muralha da China é a única construção do mundo visível do espaço.
A Muralha da China protegeu o Império Chinês de invasões durante mais de 2 milênios.
Se você, assim como eu um dia já acredito em alguma dessas duas afirmações, então saiba que você esta redondamente enganado!
Mas realmente, quando você finalmente chega lá na Muralha e finalmente a vê de perto, tudo faz sentido, e fica mais fácil de acreditar que essas lendas (e várias outras) não passam de lendas…
Apesar de seus quase 6 mil quilômetros de extensão, a muralha não é vista do espaço, pura e simplesmente porque apesar de comprida, a muralha não é grande o suficiente (na verdade eu achei a Muralha supreendentemente estreita e pequena!), além de se mesclar perfeitamente ao seu redor – a Muralha é inteiramente construída em pedra, no topo das montanhas que naturalmente cercam o norte da China – oque faz com que ela se torne praticamente invisível na paisagem.
E realmente, quando finalmente chegamos lá em cima, apesar de toda animação de estarmos pisando na Muralha da China, ficamos com aquela sensação de “nossa, pequena heim?! Não é a toa que a China já foi invadida por quase todos os exploradores do mundo…”.
A Muralha não deve ter mais do que 3 ou 4 metros de largura, por uns 5 metros de altura, dado uma impressão de ser muito menos robusta doque muitas muralhas medievais que vemos em cidades Européias por exemplo.
Mas a Muralha não foi completamente inútil não. Apesar de não ter sido nem um pouco infalível, a Muralha acabou tendo como utilidade principal oferecer uma base natural de proteção e fronteira, criando uma divisão oficial entre a China e o resto do mundo.
A grande sacada da Muralha não é necessariamente a muralha propriamente dita, e sim o local onde foi construída – exatamente no topo das montanhas que separam o norte da China e o deserto da Mongólia.
Então na verdade a China já estava naturalmente protegida de seus inimigos, e a muralha apenas criou uma base ofocial onde o exercido armazenava suas armas e montava suas bases.
Mas em muitas outras regiões ao longo da “muralha” não existe muro algum, já que as montanhas eram tão altas e íngremes, que sua barreira natural impedia qualquer invasão.
Ou seja, tecnicamente a muralha cobre uma area de mais de 8.000 quilômetros de extensão (imaginem uma construção que tem a mesma distância que ir de Porto Alegre a Manaus – ida E volta!), porém apenas 6 mil foram construídos, e os outros 2 mil quilômetros são compostos pela barreira natural das montanhas Chinesas.
Infelizmente, depois de mais de 2 mil anos de guerras e abandono, a grandíssima parte da muralha é vetada ao publico e esta (literalmente) caindo aos pedaços.
Nas ultimas décadas o governo Chinês tem reformado algumas seções da Muralha, que agora são abertas ao publico nos arredores de Pequim e outras cidades no Norte da China – nossa visita foi uma aventura (mesmo!) pois queríamos fujir das armadilhas turistas, então vou deixar os detalhes para um próximo post!