Confesso que dar “dicas de maternidade” é uma das coisas mais difíceis pra mim… simplesmente pois sei que o que da muito certo para uma família, pode ter dado super errado pra outra família…
Nenhum método é infalível, nenhuma técnica é melhor que a outra. Mas ainda assim é um mundo cheio de julgamentos e “eu fiz assim logo esse é o certo”, e outros tantos “se você fez assim é porque fez errado e arruinou a vida de seus filhos pra sempre”… Tudo muito com emoções a flor da pele e sentimentos extremos, principalmente num mundo internético movido a ódio como temos visto ultimamente.
Mas ao longo dos últimos meses, nossa família passou por grandes transições na vida da Isabella, e algumas delas foram brevemente comentadas nas redes sociais, o que sempre leva a perguntas, pedidos de posts e dicas.
Não que eu ache que o que fiz foi tao diferente ou inovador assim nao… apenas um misto de “Dr Google”, dicas de amigos e muito “teste e erro” ate achar o que daria certo pra gente.
Mas por outro lado, a realidade é que esse blog nada mais é do que uma coleção de memorias minhas mesmo, então achei melhor escrever a respeito antes que fique tudo perdido na memoria… afinal, quando menos esperar estaremos passando por isso tudo de novo com o Baby #2, então melhor já deixar registrado antes que eu esqueça como foi!
Desfralde nunca foi uma coisa que tínhamos muita pressa não. Trocar fraldas, mesmo aquelas mais explosivas, nunca foi uma cosia que incomodou nem a mim nem ao Aaron, e sempre foi uma tarefa dos cuidados da Isabella totalmente e 100% igualitária la em casa (acho o cumulo do absurdo pai que não troca fralda gente! #GarotaEnxaqueca).
A medida que a criança vai crescendo, as fraldas vão ficando mais esparsas, mais econômicas… e enfim, nunca foi uma coisa que impactava nossa vida e dia a dia.
As vezes a gente ate brincava que trocar fralda é tao fácil, rápido e simples, que o dia que ela fosse grande o suficiente pra escrever um business case nos convencendo do dresfralde, nós o faríamos! Antes disso era desnecessário…
Mas é obvio que era só brincadeira, e estávamos esperando o periodo do verão de 2015, quando ela estaria com 2 anos e meio para começar o processo.
Como aqui na Inglaterra faz frio e chove quase o ano todo, sabíamos que tínhamos que esperar um período de verão e “tempo bom”, para diminuir algumas das mazelas do desfralde…
Outro ponto que foi importante pra gente foi a linguagem – como a Isabella é bilíngue, sabíamos que ate essa fase de 2 anos e pouco o vocabulário dela e a sua capacidade de se expressar nas duas línguas ainda não era muito boa, então queríamos ter certeza que ela conseguiria expressar e comunicar suas necessidades fisiológicas nas duas línguas sem dificuldades, assim evitando acidentes e traumas desnecessários.
Mas ao longo dos meses depois que ela fez 2 anos começamos a introduzir o assunto: compramos livrinhos sobre pinicos e fraldas, compramos uma tampa especial pro vaso sanitario, espalhamos pinicos pela casa, etc, etc.
Aos poucos ela começou a “anunciar” quando tinha feito xixi ou coco (ainda na fralda), e depois de um tempo começou a falar o que ia fazer…. As vezes ate tentávamos levar ela correndo pro pinico, as vezes apenas agradecíamos o “aviso”, e sempre fizemos uma festa! O “aviso” do coco ou xixi era sempre uma felicidade, e trocar fralda nunca uma punição (nem pra ela, nem pra gente).
Então escolhemos um período sem viagens, eventos nem grandes mudanças na rotina da família mais ou menos em Julho de 2015 para começar de fato o processo.
Já tínhamos pinicos e afins em casa, e a levamos em algumas lojas para escolher suas novas calcinhas (eu comprei também umas calcinhas de “treinamento”, que nao sao fraldas, mas sim calcinhas/cuecas com os fundilhos acolchoados pra pescar eventuais vazamentos!).
Decidimos o dia D, e nos dois tiramos 2 dias de folga no trabalho pra emendar no fim de semana – assim teríamos 4 dias seguidos com ela em casa, dando inicio ao tratamento de choque inicial, depois ela continuaria o processo na crèche e com a babá – e se tudo desse certo, no fim de semana seguinte, ela já estaria “treinada”.
E assim o fizemos!
Foram 4 dias de muuuuuuuuitos acidentes, mas a partir do momento que tiramos a fralda, já era. Nunca mais colocamos uma fralda dela (durante o dia. Já já falo do desfralde noturno). Forramos os moveis e andávamos pra cima e pra baixo com paninhos e desinfetante pra ir limpando a casa atras dela…
Também usamos varias técnicas “golpe baixo” pra convence-la a sentar no pinico ou na privada – entupindo a menina de suco ou leite, e depois deixando ela assistir desenhos no iPad sentadinha no banheiro (uma tampa da privada confortável e segura também foi essencial – comprei essa acolchoada e com “alcas”, para que ela nao tivesse medo de cair nem ficasse cansada de sentar na privada).
O que ela comeu de balas e chocolates nesses dias… Noooossa! Tudo valia pra convence-la a ficar sentada mais um pouquinho, ate o xixi sair!
Outra coisa que fizemos também foi deixar alarmes no nosso celular pra nos lembrar de oferecer o banheiro e convence-la que estava na hora de sentar na privada de novo (cada um ligou seu alarme para meia hora, nos intercalando de 15 em 15 minutos – então ela raramente ficava mais de 15/20 minutos sem ir ao banheiro “tentar”, e fomos espaçando esse período ao longo dos 4 dias que ficamos em casa).
E acada xixi na privada ou pinico era aquela felicidade, festa e comemoração!
Fizemos uma tabela de “prêmios”, que ficava na parede da cozinha, e a cada acerto ela ganhava uma estrelinha, mas a cada acidente ela não ganhava nada… (mas ainda assim íamos na cozinha pra olhar a tabela, pra ela ir captando a menssagem do erro e acerto)
Também colocamos um banquinho nos banheiros, para que ela pudesse puxar a descarga sozinha, e rapidinho virou uma tarefa “da Bella’s”, e ai de alguém que usasse o banheiro la em casa e não deixasse ela puxar a descarga sozinha! Hahahhaha
No final do nosso 4′ dia de carcere privado, os acidentes ja estavam controlados, e diria que 80% de suas necessidades ja eram feitas no lugar certo, e nao pelo chao da casa!
Nos dias seguintes, sua escolinha foi crucial – eles sabiam que tínhamos começado o processo de desfralde e estavam 110% de apoio. Levamos uma sacolona com mudas de roupa e calcinhas extras, e sua cuidadora manteve umas tabelas de acertos e acidentes.
Durante o resto daquela semana ela ainda teve vários acidentes, principalmente por que as vezes simplesmente não queria parar o que estava fazendo pra pedir pra ir ao banheiro… isso foi uma coisa que aconteceu aos poucos e ate hoje volta e meia temos que implorar pra ela aceitar para uma brincadeira só pra fazer xixi (mesmo quando é bem obvio que ela esta sofrendo de vontade!!).
Taméem passamos umas semanas carregando um pinico na cestinha do carrinho dela pra cima e pra baixo, alem de outros apetrechos que facilitavam nossa vida na hora de usar banheiros públicos. (como por exemplo esse mini protetor de privada, e sempre muitos lencinhos desinfetantes!).
Quanto ao desfralde noturno, isso foi uma coisa que simplesmente “aconteceu”…
Logo no começo trocamos as fraldas normais por fraldas tipo “short” (que veste igual calcinha/cueca) e passamos a chamar essa tal fralda de “calcinha” (a palavra fralda foi abolida), e só. Não acordava ela pra fazer xixi no meio da noite, nem nada disso. Apenas passamos a dar menos líquidos a noite e a insistir que ela tinha que fazer xixi antes de dormir.
Aos poucos começamos a ter mais fraldas secas do que molhadas pela manha, e quando estávamos no Brasil no final do ano (que foi uns 3 ou 4 meses depois do desfralde inicial), aproveitamos o clima quente pra tentar mais um desfralde noturno nela.
Porem não deu muito certo não… acho que a mudança na rotina e o excesso de líquidos por casa do calor, acabou gerando acidentes demais e desistimos no meio das ferias!
Ai veio Janeiro, Fevereiro, Março…. e sabíamos que o começo do ano de 2016 teríamos varias viagens e mudanças de rotina, então mantivemos a fralda noturna – mas a realidade é que ela já não tinha acidentes a noite, e durante esses 2/3 meses amanhecia sempre seca.
Então quando voltamos da Asia no final de março, o pacote de fraldas acabou e eu simplesmente não comprei mais. Avisamos pra ela que tinha acabado sua “calcinha especial” e que se ela quisesse fazer xixi tinha que acordar a noite. Na primeira semana ela nos acordou algumas vezes pra fazer xixi no meio da noite, mas as vezes nem saia nada… E nas semanas seguintes, ela voltou a dormir a noite toda, só fazendo xixi pela manha.
E assim estamos ate hoje!
Meses depois, quando fomos para as Ilhas Mauricio, tivemos alguns acidentes de coco nas calcas… mas acho que foi uma mistura de prisão de ventre por causa da mudança de rotina e comida diferente, combinada com tamanha felicidade de brincar no Kids Club do hotel! Ela simplesmente nunca queria para o que estivesse fazendo pra ir ao banheiro! Foram uns 3 dias seguidos de acidentes, mas assim que voltamos pra casa, as coisas se normalizaram de novo.
Essa foi sem duvida nossa maior transição do ultimo ano!
Por mim, eu deixaria ela chupar chupeta por quanto tempo quisesse! Nunca me incomodou mesmo!
Mas logico que sabia que estava prejudicando sua arcada dentaria, e não era um bom habito para um criança maiorzinha… O Aaron queria tirar a chupeta pouco tempo depois que ela fez 2 anos, mas eu preferi deixar a chupeta como a ultima das transições…
2015 foi um ano movimentado onde mudamos de casa, ela trocou de quarto, ela trocou de um berço pra um cama e depois ainda teve o desfralde! Então queria que pelo menos a chupeta fosse um conforto constante na vida dela!
Mas por outro lado não tínhamos do que reclamar, pois ela nunca foi uma criança muito “viciada”, e sabíamos que não ia ser tao sofrido assim não.
Por sorte, a crèche que ela frequenta desde os 9 meses de idade não permite chupetas (só nas primeiras semanas de adaptação, depois eles desparecem com elas! hehehehe), então desde bebezinha ela se acostumou a não usar chupeta durante o dia.
Fazia suas sonecas sem chupeta numa boa, caia no sono sem dificuldades, se confortava pós choro sem pedir chupeta também etc.
Quando ela estava em casa com a gente no fim de semana, ou em viagens, passeios etc, eu liberava mais. Raramente dava (ou ela pedia) chueta a troco de nada no meio do dia, mas se quisesse/precisasse que ela tirasse uma soneca no carrinho , ou pra se acalmar em casa, eu dava, sem problema algum!
Mas a noite, para dormir, a primeira coisa que ela pedia era sempre sua “Tépa” ( ai que saudade de ouvir ela pedindo “Tépa”!!!), e era tiro e queda… era colocar a Tépa na boca que ela praticamente desmaiava na cama!
Ela também teve uma fase de querer varias ao mesmo tempo! Era tão engraçado e fofo! As vezes nem tinha nenhum Tépa na boca, mas ela segurava umas 2 em cada mão e esfregava nos olhos, nariz, testa… (ai se a vigilância sanitária examinasse aquelas chupetas! Hahhaha! Perdíamos a guarda da criança com certeza! hahah).
Então também decidimos quando seria o Dia D de finalmente tirar a chupeta dela, e queríamos que fosse num período de entre-safra de viagens, para que ela tivesse tempo de se acostumar com a nova rotina, e que fosse com bastante antecedência antes da chegada do novo bebe (pois caso ele pegue chupetas, as ditas cujas não fossem uma tentação pra ela!).
Assim como fizemos com o desfralde, compramos alguns livrinhos sobre chupetas, começamos a contar historinhas sobre a “Fada das chupetas” antes de dormir etc.
A tal Fada ia levar embora suas chupetas, mas ia deixar um presente especial, que ela podia escolher. Então na semana anterior, fomos todos a algumas lojas de brinquedo pra deixar ela escolher o que a Fada ia trazer em troca (a fada das chupetas tem boas conexões com o Papai Noel, então consegue presentes fora de época! hahaha).
O dia D chegou, um fim de semana com feriado prolongado (3 dias em carcere privado com ela em casa!), e logo de manha fizemos todo o ritual de preparar a surpresa para a Fada das Tepas: catar todas as chupetas espalhadas pela casa, escrever uma cartinha bem colorida e com um monte de adesivos e gliter, e embrulhar as chupetas num presente bem bonito, que foi deixado no jardim de casa.
Seguimos o dia como se nada fosse, fomos passear (e deixar ela bem cansada!), e só voltamos no fim do dia, já na hora de jantar e começar toda rotina de dormir.
Ate ai tudo bem, e nenhum sinal de pedir a chupeta… ate a hora que ela finalmente deitou na cama pra dormir! Ai sim a ficha caiu!!
Foi um berreiro! Um escândalo! Ela queria porque queria suas Tepas de volta! Foi de partir o coração!
Ficamos horas nos revesando no quarto com ela, contando historinhas e fazendo carinho ate ela pegar no sono.
No dia seguinte, quando ela acordou, seu presente estava na cozinha nos esperando e passamos o dia todo brincando!
O dia passou sem problemas, e a noite foi a mesma coisa! Choro, desespero, escândalo, e ela queria devolver o presente, pois gostava mais da chupeta do que do brinquedo novo! hahahah
Mas fomos firmes! De fato jogamos TODAS as chupetas no lixo! Levamos na lixeira da rua, pra não ter tentação mesmo (pra gente, não só pra ela!)!
Ou seja, por pior que fosse a choradeira, nós dois não tínhamos como cair em tentação…
A dificuldade pra dormir durou aquela semana toda (eu estava viajando a trabalho e o Aaron acabou ficando sozinho com ela)… Ela pedia varias historinhas e carinho na barriga na hora de dormir, que aos poucos foi ajustando na nova rotina.
Ainda demorou quase 1 mês pra ela voltar a “dormir fácil” e sozinha (sempre tivemos o habito de colocar ela pra dormir sozinha, sem ninar nem nada disso), e simplesmente parou de pedir pela Tepa (mesmo quando sabíamos que ela estava com dificuldades de pegar no sono).
Quase 1 mês depois eu fui pro Brasil sozinha com ela, e foi sua primeira viagem de avião sem a chupeta… A primeira coisa que ela pediu quando entramos no avião foi se ela podia ganhar uma “Tepa” no avião, mas eu disse que não, e ela nem insistiu…
Mas na verdade meu maior medo era dor de ouvido ou alguma outra reação durante o voo, afinal era sua primeira experiencia de voo sem ter alguma coisa pra sugar… Então levei muitos pirulitos, balas e coisinhas para distrair, e ela ficou numa boa!
Uffa!! Passou!
Dai pra frente nunca mais pediu nem mencionou nada, e a mudança de rotina enquanto estávamos no Brasil foi ótimo na verdade, uma boa distração, pois a partir dai, ela simplesmente esqueceu que a chupeta existe e nunca mais teve dificuldade pra dormir.
No outro dia (meses depois!) ela estava me ajudando a organizar as coisas do irmão no quarto dela, e ela viu as chupetas que eu comprei..”Olha mamãe, duas Tepas!”! Nossa gelei, achando que ela ia pedir!
Mas falei que era pro irmãozinho pois ele era bebê, e bebes as vezes precisam de chupetas, assim como ela tinha suas Tepas quando era bebe. Ela respondeu que agora que ela é uma menina grande e Irma mais velha, ela não gosta mais de Tepas…
E ponto final!!
Bem, veremos como vai ser, e se ela vai ter alguma regressão quando o bebe chegar! Mas por enquanto estou confiante!
E com vocês, como foi? Alguma técnica infalível?? Fizeram alguma cosia drasticamente diferente?
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver.
Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai.
Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
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