A primavera é uma época ótima pra viajar pra Cote d’Azur, no sul da França. O clima já não esta frio, o sol é (quase) certeza de dar as graças e os jardins ficam impossivelmente floridos!
Por outro lado, ainda não rola nem praia nem as festas ultra badaladas – mas é por isso mesmo que a Primavera é também a época mais “em conta” de viajar por lá – com parte das vantagens da baixa temporada (principalmente preços) e as vantagens da alta temporada (clima).
Então esse fim de semana, fui com a Tati para Nice no sul da França, e aproveitamos pra dar uma esticadinha em Monaco.
Acabou que nossa viagem se concentrou apenas em Monaco, apesar de estarmos hospedadas em Nice, pois no domingo o tempo ficou tão horrível e choveu tanto, que não conseguimos fazer absolutamente NADA em NIce (nem saímos do hotel…).
Mas tudo bem, pois nossa intenção era mesmo viajar pra Monaco, e Nice seria o bônus (também tínhamos intenção de ir a Cannes, mas a chuva torrencial-tropical arrasou nossos planos).
Mas em compensação o dia que passamos em Monaco foi sensacional!!!
É até difícil de acreditar que Monaco é um pais autônomo, e apesar de não ser 100% uma Monarquia, esse principado, que é o segundo menor pais da Europa (só perde pro Vaticano) tem uma das famílias reais mais famosas e badaladas do mundo!
Quem não conhece (ou no meu caso, idolatra) a Princesa Grace Kelly de Monaco, e consequentemente, sua família polemica?
Monaco, apesar de minúsculo (de uma ponta do pais, você ve o final e a fronteira com a França… São apenas 2 quilômetros quadrados!) tem uma composição política, social e urbana “normal”, e me surpreendi em ver que mesmo num pais tão pequeno, Monaco ainda tem cidades semi-independentes e com características próprias.
A mais famosa das cidade de Monaco é Monte-Carlo, que é a epítome do glamour Europeu e tem e oferece tudo que todo milionário e aspirante a socialite gostaria de ser/ter.
Mas além de Monte-Carlo, Monaco ainda é dividida entre os destritos de Fonteville no extremo oeste do pais, o “centro” La Condamine, onde fica o principal porto do pais, a praia Larvotto, e a “cidade” original Monaco Ville, no alto da montanha, onde fica o palacio Real.
Mas a parte principal do pais realmente é Monte-Carlo, que apesar da “cidade” toda não passar de uma praça, é ali que fica o Casino de Monte-Carlo, um dos mais antigos do mundo (abriu suas portas pela primeira vez em 1860 e nunca mais fechou), e consegue por si só resumir tudo que eu sempre imaginei sobre Monaco!
O casino é um complexo de edifícios “arquiteturamente” divinos, e que são perfeitamente complementados pelos jardins floridos, as fontes e chafarizes dançantes e a multidão de pessoas cobertas de designer labels dos pés a cabeça, e a maior concentração de carros de luxo do mundo.
E isso merece uma descrição especial! Porque quando eu li no guia que Monaco tinha a maior concentração de Ferraris e carros de luxo, per capita, do planeta, eu realmente achei que fosse um exagero.
Mas acreditem, não é.
As ferraris estão em todos os cantos, e mesmo quando nos as vemos, é impossível não ouvir e reconhecer os motores explosivos!
Logo nos primeiros minutos do passeio já vimos dezenas de Ferraris, e chegamos num ponto ao longo do dia que perdemos a conta de quantas vimos (esse foi o “jogo” do dia… contar carros de luxo), e acho que depois da Ferrari numero 17, passamos a contar por cores: 3 Brancas, 5 vermelhas, 8 pretas, 2 prateadas, etc…
Sem contar nos Bentleys, Porches, Corvettes, Rolls-Royces e afins.
Afinal não é qualquer pais do mundo que tem o luxo de ter uma frota de taxis 100% composta por Mercedes e BMWs…
É um mundo totalmente paralelo, um outro universo onde eu, você, você e você não fazemos parte, e muito menos entendemos como funciona.
Mas num pais que tem o maior capital per capita do mundo, diferenças sociais virtualmente inexistentes e ainda atrai bilhardarios do mundo todo com suas promessas de vantagens fiscais e opulência, realmente não dava pra ser diferente.
E isso sem falar de ter algumas das melhores estradas do planeta: não esqueça que o pais todo é um dos principais circuitos de Formula 1 do mundo!
E até mesmo o casino de Monte-Carlo é um outro nível de todos os outros casino do mundo. Não importa o quanto Las Vegas tente, e quantos bilhões de dólares sejam gastos na Strip, nenhum deles é como Monte-Carlo.
O casino é pequeno e exclusivo, e apesar de ser “aberto” ao publico, os mínimos por aposta são altíssimos (nada dessa historia de passar a tarde toda apostando $5 por rodada no Blackjack!), e para sequer entrar no salão principal de apostas é necessário estar vestido formalmente: terno e gravata para homens e smart casual para mulheres!
Mas para entreter os turistas e pessoas “comuns”, um dos prédios que fazem parte do complexo, o Cafe de Paris, recentemente inaugurou o Casino de Paris, que tem uma vibre mais Las Vegas, com luzes de néon e joguinhos de slot com apostas começando nos poucos Euros.
Outra parte histórica do Casino é a Opera de Monaco (projetada por Charles Garnier, o mesmo arquiteto que construiu a Opera de Paris), que servem de pano de fundo perfeito para a área de compras mais badalada da cidade, com cada centímetro da calçada entre o Cafe de Paris e Hotel Hermitage disputadas centímetro a centímetro por designers e marcas internacionais como se não houvesse amanhã! (Fast fashion?! Só vimos uma única Zara, e mesmo assim bem diferente das outras lojas da rede que vemos pela Europa…).
Então não é atoa que apesar de ser um dos menores países do mundo, Monaco já foi escolhido como fundo cenografico de dezenas de filmes internacionais e Hollywoodianos que tentam canalizar essa aura de glamour e dinheiro tradicional. Na lista de blockbusters estão títulos como James Bond (tanto Golden Eye quanto Never Say Never Again), Rebecca de Hitchcock e How to Catch a Thief com a própria Grace Kelly, entre muitos outros.
Em termos mais práticos, o Euro é a moeda oficial de Monaco, mas não vimos um único caixa eletrônico na cidade (apenas filias de bancos de investimento e “Wealth Management”), e andar pela cidade é facílimo, como dá pra imaginar (afinal, são apenas 2km quadrados!). E mesmo sendo um pais tão pequenininho, o sistema de transporte publico é bem eficiente, e são uma mão na roda, pois apesar de pequeno, Monaco é um emaranhado de subidas, descidas e ruas/estradas com carros de luxo correndo e ultrapassando os limites de velocidade!
Então você pode comprar um passe unitário de ônibus por 1 Euro, ou o passe diário, que custa 4 Euros.
Pra chegar em Monaco também é igualmente facílimo! Apesar de nao ter um aeroporto próprio, Monaco fica a apenas meia hora do Aeroporto de Nice, e dá pra chegar na estação central de Monaco no ônibus que sai diretamente do aeroporto, ou de trem saindo de Nice (e demora apenas cerca de 20 minutos).