11 Aug 2011
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Problema de Junta. Ou minha experiencia com o NHS

Pessoal, Vida na Inglaterra

Ontem de madrugada eu dei um susto no pessoal do Twitter quando fiz um “check in” no Hopsital Saint Thomas aqui em Londres. Obviamente o tal “check in” só foi feito quando eu já estava pronta pra voltar pra casa, sabendo que não tinha nada grave e “alegrinha” com morfina na veia e achando tudo zuzubem

Mas foram umas horinhas de suspense bem assustadoras, esperando na fila da emergencia de hospital publico, cercada de enfermeiras me espetando daqui e dali, e medicos me apertando e me examinando e “precisando” de uma segunda opiniao.

Mas afinal, oque eu tive? Nada! Ou um belo de um caso de problema de junta com uma pitada de frescurite aguda… #ClasseMediaSofre

Tudo começou ainda em Paris, quando acordei com uma dorzinha nas costas e me sentindo meio “incomodada”. AInda fiz piadinha comigo mesmo, reclamando que dormi mal porque o Hôtel de Crillon não tinha o menu de almofadas do Plaza Athené

Passei a manha toda em entrevistas e reuniões e apesar de nao estar passando mal, tambem nao estava bem… Até que no meio do almoço fui arrebatada por uma dor inexplicável no abdomem, daquelas que quase te cega. Não era dor de barriga, também não era mais dor nas costas, e a sensação era de que meu “interior” estava todo se expandindo.

Voltei pro escritorio e quase desmaiei a caminho de uma reunião, que pedi encarecidamente pra cancelar e passei o resto da tarde deitada no sofa da recepção (o pessoal de Paris me acha super profissional né? Tirando uma “soneca” depois do almoço na recepção).

No aeroporto, fiquei deitada – no chão mesmo, já que não consegui ficar em pé nem sentada naquelas cadeiras desconfortaveis – esperando o embarque, e o vôo de uma horinha foi a experiencia mais torturante do mundo.

O Aaron foi me buscar no aeroporto, jé que eu mal conseguia andar e ficar de pé, e comprei uns remedinhos na farmacia, achando que “daqui a pouco passa”.

Foi um mal estar estranho, porque era uma dor arrebatadora, mas não doia em nenhuma lugar específico, sabe? Até que já tarde da noite, sem nenhum sinal de que a dor ia passar, o Aaron me convenceu a ir pro hospital.

Eu não queria ir pro hospital por dois motivos: o primeiro é que eu nem sequer conseguia descrever pra mim mesma a dor. Não era uma coisa do tipo “Dotô, dói AQUI”, então eu não sabia como responder nenhuma pergunta das enfermeiras. E segundo, era puramente preconceito contra o NHS – National Health Service, o serviço de saúde da Inglaterra.

Minha experiencia com o NHS aqui sempre foi das piores, e olha que eu nem nunca tinha ficado doente nivel serio por aqui. Mas sabe aquela coisa de mesa de bar, onde todo mundo acaba falando sobre o NHS – todo mundo tem uma historia cabeluda pra contar, todo mundo conhece alguem que sofreu na mão do serviço de saúde e o descaso generalizado.

Não me levem a mal, pelo menos temos acesso a saúde publica, e se você precisar MESMO, aqui terá acesso aos melhores tatamentos e melhores serviços sem pagar NENHUM tostão.

Mais na minha humilde opinião, o problema da saude publica Inglesa, principalmente na opinião de Brasileiros mal acostumados com serviço de saude particular do Brasil, é a falta da prevenção.

Ou seja, se você estiver na beira da morte, terá toda atenção do mundo. Mas se for só aquela coisinha de fazer check up, ou fazer uma revisão só pra garantir, já era. A filosofia por aqui é curar o problema. mas até você ter um problema, não espere muita atenção.

Exemplos: quando machuquei o joelho no KIlimajnaro e fui no medico, só porque entrei no consultorio andando, a enfermeira achou que meu caso não era grave, e portanto eu não precisava de tratamento. O Aaron teve um problema de pele, e o medico disse que era apenas acne, preventivo ginecologico só é feito a cada 3 anos, e varios outros examplos mais ou menos dramaticos.

Mas enfim, esse papo de NHS dá pano pra manga e daria pra escrever um blog inteiro só sobre isso!

Mas enfim, voltando ao meu piripaque, finalmente fomos pro hospital – que por si só foi uma experiencia muito melhor doque eu imaginava – e o primeiro passo é sempre ser atendido por uma enfermeira. Se ela(e) achar que seu caso realmente é grave, então você é passado pra cuidados medicos. Fiz varios exames (com as enfermeiras) e finalmente me mandaram pra ala medica.

Me deram um “quartinho” na area aberta do hospital, e fiquei no soro, onde esperei cerca de 2 horas até um medico poder me atender.

Ao longo de outras 2 horas, 2 medicos me examinaram e fizeram exames basicos de abdomem, pra descartar coisas serias e graves, como infeccção nos rins ou apendicite. Até que lá pelas tantas da manhã eles resolveram me mandar de volta pra casa, pois eu precisaria fazer um ultrasom abdominal, mas o hospital NAO tinha uma maquina de ultrasom!

Será que só eu sou fresca de achar isso um absurdo?!? Então falei pro medico que não queria ir pra casa, pois ainda estava sentindo muita dor e eles tinham que fazer alguma coisa – então foi aí que resolveram me dar morfina na veia pra me tirar de minha misery. Mais meia horinha pra fazer efeito e pronto, passei aa char tudo super divertido, fiz check in no foursquare e voltei pra casa mor felizona!

Mas o procedimento seria: o hospital manda o resultado dos exames e uma carta pra meu GP (General Practice, ou medico de familia do seu bairro), que demora alguns dias. Ai eu marco uma consulta pra ver meu GP (que com sorte, pode levar mais uns dias – ou semanas!). Ai o GP decide se realmente você precisa ver um especialista, e te dá uma recomendação pra ir ver um especialista (publico ou privado, se vc tiver plano de saude), que pode facilmente levar outros tantos dias ou semanas.

Por sorte eu tenho um plano de saude muito bom, que funciona tipo plano de saude Brasileiro, e portanto não preciso passar por essa saga do GP – hoje de manha bastou ligar pro medico que eu queria ver na listinha dada pelo plano, e na mesma hora consegui um horario pra hoje. E pasmem! O medico tinha uma maquina de ultrasom no consultorio dele! Amazing! (NOT!)

Bem, pra resumir a novela, os exames voltaram todos perfeitos, e o parecer final foi estresse e fadiga. Eu quase cai na gargalhada… Sabe aquela coisa que a gente ouve falar sobre os artistas que tem breakdown? Foi tipo isso.

Sinceramente, não me considero uma pessoa estressada, e nem sequer acho que trabalho tanto assim não… Mas segundo o medico, uma coisa não tem nada a ver com a outra, e por mais que minha cabeça consiga lidar com tudo isso, meu corpo não aguentou.

Então preciso de repouso, me alimentar melhor, beber mais agua.

Mas por via das duvidas, como vou ao Brasil daqui a umas 3 semanas, vou aproveitar pra fazer um check up geral e refazer todos os exames, e me certificar que esta tudo bem mesmo!

 

Adriana Miller
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25 Jul 2011
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Vintage London: onde encontrar brechós, vintage e antiguidades

Compras, Dicas de Londres

Pra quem gosta de um garimpo vintage e gosta de roupas, moveis e objetos cheios de historia pra contar, Londres é um prato cheio!

Volta e meia alguem me pede dicas de brechós e afins pela cidade, mas na verdade eu sou uma negação pra essas coisas! Não tenho o menor talento nem paciencia para antiguidades nem peças vintage, mas admiro demais quem tem, e sei que Londres é um paraíso pra isso!

Então juntei umas dicas e endereços mais legais e conhecidos, mas sem esquecer que Londres tem lojinhas desse tipo em tudo quanto é bairro! Basta ter paciencia…

Bem, pra começar, brechós!

A indicação mais obvia é o Leste de Londres, nos arredores de Brick Lane e Shoreditch, que é reduto dos moderninhos indies da cidade.

– Absolut Vintage:

A maior loja/brechó vintage de Londres é a Absolut Vintage, escondida numa das ruas entre a Commercial Road e o mercadinho de Brick Lane.

Mas se prepare, porque a loja é um supermercado de peças vintage! Todos os tamanhos, todas as cores, todas as marcas.

É uma loja um tanto quanto caótica, com todas as paredes cobertas de peças e quinquilharias e prateleiras e araras abarrotadas.

Mas eles são organizados, e fica tudo organizadinho por cor e tamanho. Mas exige talento viu… Chegue com tempo e muita paciencia até achar quela peça unica que mereça um novo dono…

Endereço: 15 Hanbury Street, London. E1 6QR

E eles acabaram de abrir uma nova filial no Soho: 79 Berwick Street, London. W1F 8TL

http://www.absolutevintage.co.uk

– Blondie:

A Blondie também faz parte do grupo “Absolut Vintage” e fica na Commercial Road, já pros lados do Spitafields Market e tem umas peças mais “arrumadas” – boa opção pra quem estiver procurando roupa de festa ou umas peças mais espalhafatosas. Fique de olho nos móveis/vitrine dentro da loja, onde ficam guardado as peças de designers, como bolsas Gucci e Dior vintage, sapatos Chanel e Ferragmo e afins.

Bem menor e mais organizada doque a loja-mãe (ficam quase na mesma esquina), então tem uma speças mais selecionadas e mais fáceis de achar.

Endereço: Unit 2, 114-118 Commercial Street, E1 6NF

http://www.blondievintage.co.uk/

– Vintage Rokit

A Rokit é outra loja enorme, bem no coração de Brick Lane e tem araras super recheadas, e é um pouco menor, porém mais organizada que a Absolut.

Eles deram uma cara mais de “loja”, com etiquetas e “departamentos”, que reduz um pouco aquela sensaçnao de confusão. Oque denuncia que não é uma loja normal, é o fato de que cada peça é unica.

Mas tem a parte dos oculos (grau e sol), bijouterias, sapatos, acessorios, e um lado inteiro dedicado a peças masculinas.

Tem um clima muito mais de “boutique” doque brechó.

101 Brick Lane
London
E1 6SE

http://www.rokit.co.uk/

E elas também tem lojas em Convent Garden e Camden Town.

 

Mas pra quem gosta meeeesmo de brechós que quer ir atrás de lojinhas menores, com peças mais selecionadas e sem o clima de atacadão, ali mesmo nas redondezas de Brick Lane tem mais um monte de opções (a Cheshire Street, uma das perpendivulares de Brick Lane tem praticamente uma do lado da outra!):

– Beyond Retro

http://www.beyondretro.com/

110-112 Cheshire Street, E2 6EJ

– Vintage Store

http://www.thevintagestorelondon.co.uk/

182 Brick Lane, E1 6SA

– The Shop

3 Cheshire Street, London E26ED

– House of Vintage:

4 Cheshire Street, London E2 6EH

http://houseofvintagelondon.blogspot.com/

– Vintage Basement:

7 Cheshire Street – London – E2 6ED

http://www.vintagebasement.co.uk/

 

Mas se oque você gosta mesmo não são roupas vintage e sim peças  e moveis antique para decorar sua casa, LOndres tem dois endereços imperdiveis:

O primeiro e mais turistico é o mercado de Portobello Road, em Notting Hill que acontece todos os sabados. Mas como quase tudo que vira modinha e ponto turistico, o mercado é lotado de gente e preços inflacionados. Ainda assim as melhores lojas vintage, de antiguidades e brechós da cidade estão por ali, mas é preciso uma dose extra de “talento” para achar alguma coisa boa entre a multidão de turistas.

– Alice’s Antiques

86 Portobello Road, Notting Hill, W11 2QD

E o grande segredo mesmo, conhecido dos entendedores, mas escondido dos turistas é o Bermondsey Market, que fica nas redondesas de Tower Bridge.

O mercado funciona todas as sexta-feira de manhã e atrai colecionadores do país todo que vem atrás de barganhas e achados historicos, e faz a festa dos decorados e DYIers.

Mas durante a semana, a redondeza é lotada de lojas de moveis e objetos de decoração vintage e de antiguidades que valem a pena serem visitados:

– Tower Bridge Antique:

http://www.towerbridgeantiques.co.uk/

Eu já trabelhei ali pertinho e aloja recebe mercadorias praticamente todos os dias, e sem falar que sempre tem uma equipe de televisão na porta gravando algum programa de decoração e reforma…

Endereço: 71 Tanner Street SE1 3PL

 

E não posso esquecer claro do mercado de Camden, que acontece todos os domingos e é outro bairro cheio de lojas diferentes e muitos brechós!

 

 

 

 

 

Planejando sua viagem para Londres?

Alem de todas as dicas para aproveitar o maximo de Londres que voce encontra aqui no Blog, planeje tambem sua viagem com servicos e recomendacoes testadas e aprovadas:

E nao perca as dicas de Pubs e Restaurantes, o Calendario de Eventos para saber o que rola de mais interessante ao longo do ano e todas as demais dicas uteis para curtir Londres como um Londrino!

Adriana Miller
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25 Jul 2011
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Casamento da Maria e Dave

Amigos, Vida na Inglaterra

Uma das coisas mais legais de amizades longas é ir assistindo suas amigas “crescerem” passando por diferentes fases da vida, acompanhando suas mudanças, e todo mundo virando “gente grande” junto.

E casamento é sem duvida uma daqueles momentos de “nossa, não acredito que esta acontecendo”. E o casamento da Maria e do Dave foi extra especial – acho que porque no fundo no fundo ninguém nunca acreditou que eles iam mesmo casar!

Afinal já estavam juntos ha mais de 10 anos, morando juntos ha 9, compraram casa juntos, viajaram o mundo juntos. Ela Sueca, ele Escocês. Se conheceram trabalhando num bar em Brighton quando ela nem sequer falava Ingles, quando mais entender o sotaque dele de Glasgow – e nunca mais se separaram.

Mas como ela é Sueca, sempre foi a pessoa maaaaaais relax do mundo em relação a casamento… mesmo depois que ele pediu ela em casamento (em Paraty, no Rio de Janeiro!!), ainda assim ela achava que casar era uma bobeira, afinal eles já eram casados…

Então depois de um noivado de quase 3 anos, o grande dia finalmente chegou! E não poderia ter sido mais a cara deles dois!

E é justamente por isso que gosto tanto de casamento Ingleses: não tem frescura, não tem “protocolo”, nem obrigação de agradar ninguem, apenas o noivo e a noiva.

Eles resolveram que queriam celebrar sua união apenas com as pessoas realmente importantes de sua vida, que acompanharam e fizeram parte da historia deles.

Fomo um total de 45 convidados apenas – do familia do noivo, só a mãe. Da noiva, os pais e irmã que vieram do norte da Suécia. E os amigos mais chegados dos dois.

A cerimônia foi típica da Church of England, curtinha e agradavel, e os convidados Suecos se encarregaram dos hinos e musicas, todas em Sueco.

O cabelo e maquiagem da noiva foi feita por uma de suas amigas, o DJ foi um amigo do noivo, a irmã da noiva fez a decoração e o fotografo foi o Aaron! Tudo muito, muito pessoal!

Mas o principal mesmo foi a festa – muito mais que um casamento, foi uma festa de amigos, para amigos!

O jantar foi 100% Sueco, com muitos discursos e joguinhos. Tão divertido!!! A gente mal tinha tempo de comer porque lá vinham os Suecos com outro joguinho!

E isso sem falar que entre um discurso e outro, um joguinho e outro, uma outra “tradição” Sueca é que tudo acaba em “Skål” – com um shot de Aquavit Schanps! Ho-rri-vel! Mas tudo pelo social…

Então quando a musica começou daí pra frente foi só festa!E como a festa foi tão pequena, com pouquissimos convidados, acabou que todo mundo já se conhecia, pois todas as amigas, de diferentes paises e grupos, tivemos a oportunidade de nos conhecermos na despedida de solteira em Estocolmo, e os meninos se conheceram na despedida de solteiro em Hamburg!

O jantar/festa foi num Bed & Breakfast em Surrey, que eles alugaram inteiro pra seus convidados, então todos nós passamos a noite lá com eles, então a festa não teve um “final” oficial…

E no dia seguinte acordamos o com o barulho da festa continuando no jardim – antes de seguirem pra sua lua de mel, eles ainda receberam todo mundo num super brunch no jardim do B&B para agredecer a ajuda e participação no antes, durante e depois!

 

 

Adriana Miller
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