11 Jun 2004
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Barbie Japão

Florenca, Toscana, Viagens pela Italia

Acho que já comentei que na minha turma aqui em Firenze eu sou a única ocidental, todas as outras meninas são da Korea (3) e Japão (1).

Então, além de estar conhecendo a cultura Italiana, de quebra ainda estou conhecendo alguns aspectos interessantes da cultura oriental.

Pra começar, elas não se misturam. Oriental só anda com oriental.

Perto delas eu me sinto uma monstrenga, porque todas elas são minúsculas, delicadas, tímidas e falam baixinho, baixinho…. Eu em compensação sou grande, falo alto, nada delicada e muito estabanada. Apesar de que todas elas já estão em Firenze há muito tempo e, portanto estão acostumadas com a cultura ocidental, ainda assim elas me acham muito ¿diferente¿ só pelo fato de ser brasileira.

Mas enfim, não era sobre isso que eu queria falar.

Elas são sem duvida muito diferentes de mim e de todos nós, mas entre elas (Korea x Japão) a diferença também é gritante.

A menina japonesa, Haruna, é a perfeita Barbie Japonesa. Sabe aqueles especiais do Fantástico (ou Globo Repórter se vc preferir) que falam sobre a cultura oriental e como ela esta mudando pouco a pouco e se tornando mais ocidental? Pois é, no Japão pelos vistos é verdade.

Ela tem silicone no peito, permanente no cabelo, unhas postiças e muuuuita maquiagem.

A cada dia que passa ela nos surpreende mais (principalmente às Koreanas!). Quando alguém pergunta porque ela veio para a Itália, e porque quis estudar Italiano, ela responde simplesmente que “queria ter uma vida como nos filmes, e me divertir muito”. No outro dia estávamos estudando verbos no futuro e, portanto deveríamos falar sobre nossas aspirações futuras e como nos víamos daqui a 40/50 anos. Ela se descreveu igualzinha à vovozinha da Chapeuzinho Vermelho, e quando a professora perguntou se as velhinhas Japonesas eram assim, ela respondeu um enorme NÃO, e disse que quer ser uma vovozinha ocidental, fazendo roupinhas de tricô para os netinhos e deixando a torta de maçã esfriar na janela.

Realmente nos surpreendeu, mas deixou as meninas Koreanas de boca aberta!!! Elas acharam um absurdo essa explícita negação da cultura oriental que a Haruna tem.

As Koreanas estão em Firenze para aprender Italiano e depois estudar moda em Milão; mas todas sonham em um dia voltar para a Korea, casar com um homem Koreano, ter filhinhos Koreanos e viver feliz para sempre em Seul. Se vestem como Koreanas e comem comida Koreana. Apesar de estudar moda na Itália, querem fazer moda Koreana.

Já a japonesa sonha em casar com um ocidental, ter filhos loiros de olhos azuis, só come comida ocidental e diz detestar Sushi e sashimi!

Hoje, na aula, cada uma de nós deveria levar uma musica na sua língua, e típica do seu país, com a respectiva tradução; A Haruna levou uma musica de uma menina Japonesa que nasceu e mora nos EUA, que canta meio Japonês e meio inglês, e ela só cantava as partes em Inglês…

Uma decepção para todas nós, mas é engraçado ver como as Koreanas se sentem envergonhadas com a ocidentalização da sua conterrânea, e fazem questão de deixar claro que o Japão é uma exceção na Ásia.

 

Adriana Miller
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09 Jun 2004
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As coisas que mais gosto até agora:

Florenca, Toscana, Viagens pela Italia

1) Nutela!!!! A nova grande paixão da minha vida…. E um vício que vai acabar com minha forma….

2) Sapatos. Os italianos são mestres na arte de fazer sapato… Todas as cores e formatos; tem p/ todos os gostos.

3) Criancinhas pequenas falando italiano! A coisa mais fofa da face da terra!!

4) O sotaque cantado; No inicio confunde muito, e dificulta a comunicação, mas depois que vc se acostuma com o som da língua, é lindo.

5) A maneira como são passionais. Tudo é ligado a alguma historia de amor muito sofrida, mas com final feliz. E os italianos não “gostam” de alguma coisa, eles “gostam de morrer”, eles “amam de morrer”, etc… Tudo é tão dramático e passional….

  

As coisas que menos gosto até agora:

  

1) No topo da lista, numero 1 absoluto: os homens italianos! Os mais chatos, inconvenientes e insistentes do mundo! Um italiano “vero” jamais se contenta com um simples não; vc pode dar quantas desculpas quiser, que o ragazzo não vai largar do seu pé. Por aqui, qualquer hora e qualquer lugar é hora de micareta… No outro dia tive que ouvir de um cara na rua, as 9 da manhã, que depois de repetir centenas de vezes que não queria sair com ele, e inventar as mais escabrosas desculpas, que eu era “difícil como uma garota italiana; mas se sou brasileira, deveria ser fácil, pois as estrangeiras são garotas fáceis”…. É melhor que ser surdo… Contei até 10 e sai andando antes que desse um soco na cara do nanico careca!

2) Os preços! Porque tudo aqui é tão caro?!?!? Ou então, porque o Real é tão desvalorizado?!?!?!? (alguém poderia me informar o câmbio, por obsequio…?)

3) Os prédios velhos. Ao mesmo tempo em que dão um charme especial às cidades italianas (quando vc é apenas um turista), é um saco morar num prédio que provavelmente é mais antigo que o Brasil! Nenhuma porta nem janela fecham direito, os corredores fazem barulhos estranhos…. Saravá!

     

Mas de maneira geral, estou amando cada dia mais morar na Toscana! Me sinto num filme antigo o tempo todo… Tudo é tão mágico e bonitinho…. Os museus, o pôr do sol, a arte, a comida, as declarações de amor (“Ti amo da morrir!”) nas paredes, os jardins floridos, as paisagens encantadoras, os castelos, etc…

Mas ao mesmo tempo dou graças a Deus que é temporário… Sinto falta das facilidades de uma cidade grande e moderna!!!!

  

Contagem regressiva p/ MADRID!!!

  

Alias, aceito sugestões p/ um passeio ¿alone¿ na minha ultima semana de junho, antes de partir p/ Espanha de vez…. 7 dias livres, e “nessuno” (ninguém) nem “niente” (nada) p/ fazer…!!!

Adriana Miller
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07 Jun 2004
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“Cinco terras entre o céu e o mar”

Cinque Terre, Dicas de Viagens, Viagens pela Italia

Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso.
O parque nacional das “Cinco terras” (Cinque terre), localizado na minúscula região da Ligúria, norte da Itália, é obviamente constituído por 5 cidadezinhas muito pequenas, uma do lado da outra, na beira do mar (que não é exatamente praia, mas é lindo assim mesmo) e ligadas por uma trilha (tb na beira do mar) chamada “Via dell’amore”.

Na via do amor, não aconteceu nada de especial p/ ter esse nome, foi construída apenas p/ que se pudesse transportar os materiais necessários p/ a construção da linha ferroviária que liga as 5 cidades, e Gênova ao resto da Itália. Mas como o resultado desse ¿caminho¿ acabou sendo uma trilha maravilhosa na beira do mar, foi batizada por seus moradores como a Via do Amor, por ser muito romântica.

Não sei exatamente quantos quilômetros têm a trilha (procurei no guia, mas não achei), mas se vc quiser fazer a trilha completa entre as “Cinque Terre” é recomendável no mínimo uns 2 dias. É uma caminha leve, mas com muitas subidas, descidas e vc invariavelmente vai parar milhões de vezes p/ tirar fotos da paisagem (pelo menos de for maníaco como eu!), portanto é meio difícil de fazer tudo em um dia só.

Eu só passei um dia lá, mas só vi 4 das 5 cidades (a ultima, Monterosso, fica p/ a próxima), e o trajeto entre a terceira e quarta fizemos de trem, pois seria uma caminhada de umas 2 horas (sem parar p/ nada, nem descansar). Eu queria ter ido a pé, mas quando se está em grupo, vence a maioria…

Essa região é considerada patrimônio da humanidade pela Unesco, e é com certeza muito romântica e bonita. Um título merecido. É inevitável a enorme quantidade de casais, de todos os países da Europa, fazendo juras de amor eterno em todos os cantos do caminho.
Essa região é muito famosa na Europa, mas acho que não muito no resto do mundo (pelo menos não no Brasil…), pois se vê muitos Italianos e muitos europeus, mas não muitos “estrangeiros” em geral, a não ser algum grupo de mochileiros que estava perdido entre Gênova e Firenze, viu gostou e acabou ficando por lá.

 

Adriana Miller
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