08 Mar 2005
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Granada: Parte II

Dicas de Viagens, Granada, Viagens pela Espanha

Depois de uma péssima, fria e curta noite de sono, nos acordaram as 10:00 da manha para ir passear pela cidade.
O hotel por si só mereceria um capitulo a parte. E olha que esse nem era dos piores. Era um hostal, mas nao no estilo albergue mochileiro. Pagamos um pouco mais porque queriamos ficar bem no centro da cidade e queriamos banheiro no quarto.
Como eu cheguei de madrugada na cidade e quando voltei pro hotel chumbei na cama imediatamente, ainda nao tinha dado uma olhada pelo recinto. O quarto nao era tao ruim. Tinha ar condicionado (pro verao) e aquecedor (inverno) e televisao. Ah! E tb tinha banheiro. Bem… depende do seu ponto de vista… Tinha uma porta, com um chuveiro e uma pia. E privada? Nao tem… Numero 1 e numero 2 só no corredor. Pelo menos podíamos tomar banho no proprio quarto. Banho contorcionista. Primeiro porque o espaço destinado ao chuveiro nao era muito apropriado para caber um adulto. Segundo porque o chuveiro nao era uma ducha, e sim um chuveirinho. Entao como vc faz para tomar banho, lavar o cabelo, segurar o chuveirinho num cubibulo onde vc nao pode nem levantar os braços? Um dia ainda vou pedir pra alguem (um europeu, claro) me explicar como funciona a dinamica desses banheiros, pq eu ainda nao entendi.

Banho tomado, cafe tomado, cara de ressaca devidamente disfarçada, e saimos em exploraçao à cidade de Granada.

Granada era a capital do imperio Arabe na Penisula Iberica, e foi a ultima cidade a ser conquistada pelos Reis Catolicos, por volta do sec 12/13. Até hoje a influencia Arabe é muito grande em toda a regiao. As placas de rua sao escritas em Espanhol e Arabe, a arquitetura da parte (mais) antiga da cidade é bem arabe. Dependendo do bairro que vc estiver andando, nem parece que esta na europa. As casinhas brancas, as lojas de chá, restaurante de Kebab, mulheres com lenço nos cabelos e homens de tunicas.

A principal atraçao de Granada é a Alhambra (que quando eu estive na cidade durante o verao, nao consegui visitar…), um complexo Arabe impressionante que é composto por um castelo, uma fortaleza e as ruinas de uma cidade, e é o maior edifico arábico construido fora do mundo arabe. O estilo arquitetonico e artistico da Alhambra é bem mouro, mas me surpreendi ao saber que é um estilo que na verdade só existe na Espanha, uma coisa meio Hispano-arábico, nao encontrado em nenhum outro lugar do mundo.

Dentro do castelo, além dos jardins e fontes maravilhosos oque mais impressiona sao as paredes. Cada Ala e cada sala do castelo tem um tema, de acordo com o corão. Entao nas paredes de cada ala estao entalhados na pedra bruta os ensinamentos do corão em arabe. Realmente nao se fazem mais artistas como antigamente…
Outro ponto importante da região é a Sierra Nevada, um dos mais altos pontos da penisula, que hoje em dia virou uma badalada estaçao de esqui, mas que servia como proteçao natural à capital (a Sierra esta geograficamente posicionada entre Granada e a Africa), ou seja, quem quisesse chegar até o castelo do Imperador, teria que atravessar as montanhas e enfrentar o tempo inóspito da regiao. E que tambem ajudam a criar um ambiente de beleza natural inacreditavel.

Voltando para o hotel estava na hora de uma seçao de “cañas y tapas” tipicas, e como nao podia deixar de ser, um “botellón” (quando todo mundo se junta pra beber e jogar antes de sair pra night de fato) pra já ir se preparando para a night. Tambem ficamos sabendo que estavam outros dois grupos de universidades em Granada, da Universidade Juan Carlos III de Madrid e da Universidade de Murcia, e foi combinado que os 3 grupos iram se encontrar e iamos pra mesma discoteca. O povo ficou empolgado, mas obviamente nao rolou. Imagina cordenar mais de 100 estudantes universitarios (os 3 grupos juntos) já devidamente alcolizados caminhando pelas ruelas de Granada. Missao impossivel. Acabamos juntando a galera mais chegada e fomos à procura de outro destino final. Nao rolava ficar numa fila gigante no meio da rua as 2 da manha num frio de -3 graus.
Só a nossa presença já praticamente lotou o recinto. Muito legal, como sempre. Impossivel nao se divertir com esse povo todo junto. Muita dança, muita palhaçada e muitas caras e bocas pras cameras.
Nao sei ao certo que horas cheguei no hotel, mas como no dia seguinte tinha mais passeio pra fazer, nos restaram mais algumas miseras horas de sono…

To be Continued…
 

Adriana Miller
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07 Mar 2005
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Granada: parte I

Dicas de Viagens, Granada, Viagens pela Espanha

A viagem pra granada será contada em partes.

Pra começar, a indecisao: ir ou nao ir? Eis a questao.
Porém, facilmente respondida, já que todo mundo ia e eu nao poderia ficar de fora de jeito nenhum. Tudo pelo social.

Dizem que as vezes numa viagem metade da diversao é chegar lá. Nao foi esse o caso.
Como eu só resolvi que queria ir na vespera (5ª feira) da viagem no meio da madrugada, obviamente nao tinha mais lugar pra mim no onibus, (e eu tb nao poderia com eles pq eu tinha que trabalhar) entao chegar lá foi, literalmente um parto. Normal. Sem anestesia. De gemeos. Cabeçudos.
Pra começar a chefa embaçando. Eu pedi pra sair um pouco mais cedo pra dar tempo de pegar o onibus. Primeiro ela deixou; depois ela voltou atras. Morri de raiva e me senti na 3ª serie quando a professora deixa vc de castigo. Pura pirraça e implicancia com a minha cara. Nao tinha nada pra fazer na IBM 6ª feira, e mesmo assim ela nao me liberou.
Resultado, cheguei na estaçao e o onibus já tinha saido. Tive que esperar 2 horas pra conseguir pegar o proximo onibus pra Granada.
Foi só entrar no onibus que eu capotei. Tinha saido na vespera, cheguei em casa e ainda fui fazer a mala. Dormi 1 hora, fui trabalhar e depois direto pra Granada.
No meio da noite acordei com um susto de morte! Neve na estrada e o onibus quase bateu de frente com um caminhao! Resultado, a estrada foi fechada até tirarem toda a neve e ficamos parados 2 horas no meio do nada. Neve na Andaluzia (a regiao mais quente da espanha e da europa), essas coisas só comigo mesmo…
Eu comecei a ficar nervosa e já estava frenetica com todo mundo me ligando perguntando onde estava.
Só cheguei em Granada as 2:30 da manha e resolvi que nao ia passar no hotel antes. Troquei de roupa na Rodoviaria, fiz uma maquiagem chumbrega no taxi e cheguei na festa (onde já etsavam todos) de mala e cuia as 2 e tantas da madrugada!

Valeu a pena.
Adorei ver a cara de surpresa e de felicidade das pessoas quando eu entrei na boate que nem uma maluca com a mochila nas costas.
Uma noite curta, mas muito boa.
Quando finalmente cheguei no Hotel só queria dormir. Mas alguem fez o favor de desligar o aquecimento e eu tremi de frio a noite toda. Nao consguia dormir de frio e ao mesmo tempo o cansaço me impedia de levantar e vestir um casaco. Só as 9 da manha é que me convenci que tinha que levantar e vestir um casaco. Finlamente dormi, mas 1 hora depois teria que acordar de novo.

Fotos que ilustarm os acontecimentos.

To be continued…
 

Adriana Miller
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25 Feb 2005
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A volta dos que nao foram: Simpatizantes e afins

Vida na Espanha

Thank god it’s Friday.
E na expectativa de mais um fim de semana que promete na capital Espanhola, revendo fotos de baladas passadas e etc (nada pra fazer hj no trabalho) eu comecei a me dar conta de um fato muito interessante que eu tenho reparado por aqui, principalmente depois da visita da minha irmã mes passado.

 
Quando a Monica chegou aqui, já fomos pra balada logo no primeiro dia.

Eu, já no esquema madrileño, vesti minha boa amiga calça jeans, calçei meu querido tenis, uma blusinha qualquer, uma maquiagem “tapa-olheira-de-quem-nao-ve-sol-ha-6-meses” e estava pronta. Enquanto isso, ela ainda estava vivenciando o grande dilema de que roupa usar, que brinco combina com qual cinto, que por sua vez deve estar perfeitamente coordenado com o sapato, com a calça (jeans e tenis nem pensar!!!!), o casaco, o cachecol, luva, etc… nao que a minha irma seja um poço de futilidade ou vaidade; pelo contrario: ela é a penas uma menina carioca.

 
Desde entao eu venho reparado em certas coisas, os comportamentos dos europeus em geral, no dia a dia e na balada. As contradiçoes entre machos e femeas que habitam o velho continente.

 
Eu vejo as pessoas no metro, no trabalho, na Universidade e nas ruas.

Os homens, influenciados pelo efeito Beckham se tornaram ultra metrosexuais. Roupas de designers famosérrimos (mesmo que seja falsificado, comprado no mercado do El Rastro), oculos no ultimo estilo, sapatos, cintos e acessorios perfeitamente combinados. Vaidosos, por assim dizer. O unico homem que mora no meu apartamento, ocupa mais espaço na estante do banheiro que todas as outras 4 mulheres juntas. E olha que eu sou a rainha do creminho. Tudo bem que ele é gay, mas nesse ponto nao chega a ser diferente a nenhum dos meus amigos hetero-metros.

Já as mulheres, depois de anos de liberdade sexual e igualdade social, sao o mais pratico, simples e asexuado possivel. Nenhuma das minhas amigas usa salto. Nenhuma das minhas amigas usa maquiagem. Nenhuma das minhas amigas usa decotes ou roupas sexies em geral.

 
É a era do macho-femea e da femea-macho.

 
E como nao podia deixar de ser, esse comportamente se reflete tambem na night.

 
Meninas de tenis Puma e calça caindo pelas cadeiras, que nao dançam.

Meninos de calça justa, gel no cabelo (quer dizer, wax), se requebrando.

Meninas que beijam meninas, só pra provocar os meninos; mas que na verdade nao querem nem ouvir falar em compromisso ou namorado, e sao praticantes assiduas do “one night stand”.

Meninos que se requebram e se apalpam, só pra provocar as meninas; que até queriam arrumar uma namorada, mas no final das contas nao chegam em ninguem, e muito frequentemente voltam pra casa sozinhos.

 
Nada contra. Isso nao é uma critica, apenas uma constataçao.

 
Porém, eu aindo sou partidaria do fato que: homem é homem, e mulher é mulher. Até que se prove o contrario, vc saia do armario e assuma sua escolha.

 
No fundo fico na duvida entre qual situaçao realmente prefiro:

A ditadura da moda e corpos perfeitos que reina no Brasil (principalmente no Rio), onde a mulher tem que estar sempre perfeita, coordenada, combinada, malhada, sarada, bronzeada. E por favor, cale sua boca porque eu nao estou prestando atençao.

Enquanto que os homens estao de bermudao, sem camisa (pra mostrar os musculos contruidos com muito ardor), criticando as meninas “desleixadas”, mas que na verdade nao estao nem aí se a outra menina esta combinando a pedrinha do brinco com a pedrinha da sandalia, porque no final ele vai tentar “engravatar” ela e todas suas amigas.

 
Ou será a “ditatuda” disfarçada na europa, onde mulher nao pode ser mulher, feminina, serao vira futil, cabeça vazia. E do homem que nao pode ser homem, se nao vira brutamontes e antiquado.

 
Eu sempre fui vaidosa. Sempre fui feminina. Muitas vezes tachada de patricinha, apesar de nao ser fã de marcas ou estilos especificos. Porem sou mulher, gosto disso e pretendo continuar assim.

Aqui nao me encaixo no grupo femea-macho, destoando de todas as minhas amigas. Mas tenho que certeza que muitas das minhas amigas no Rio teria “vergonha” de serem vistas ao meu lado em nights badaladas no Rio, por estar de calça jeans (larguinha e confortavel) e tenis. Enquanto que por outro lado, minhas amigas olham pra mim aqui e se assustam: onde vc vai assim tao arrumada?!? Quem vc esta querendo seduzir hoje?!?!? HAHAHAHAH

Ah..! Se elas soubessem o dilema cultural de uma carioca no mundo…

 
Acho que por isso as mulheres latinas (sejam elas da America ou da Europa) acabam fazendo mais sucesso onde quer que vao.

Uma vez uma professora me perguntou se era verdade que o Brasil era o pais campeao em cirugias plasticas no mundo e se é verdade que existe uma academia em cada esquina. E principalmete porque somos tao vaidosas.

Nesse dia eu tinha acordado atrasada e fui pra aula com uma camiseta que nao tinha sido passada a ferro, chinelo e sem um PINGO de maquiagem. Vaidosa?! Eu?! Entao olhei a minha volta: vi Canadenses, Holandesas, Francesas, Turcas, Checas, Norueguesas, e reparei que todas elas, dentro do meu conceito de carioca estavam absurdamente mulambentas!! Porem confortaveis, satisfeitas e felizes.

Depois disso eu nunca mais peguei metro usando salto.

Nunca me senti tao confortavel comigo mesma na vida.

 

Adriana Miller
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