23 Feb 2018
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Mudancas a vista! Ano novo, vida nova!

Dia a dia, Pessoal, T.V. EveryWhere, Trabalho, Vida no Exterior

2018 mal começou e eu já sinto como tivesse vivido mil anos em 2 meses… Mas para o ótimo sentido é claro!

Então como o propósito desse blog – que já existe ha 14 anos!! – e todas as novas mídias sociais que fui acumulando e participando ao longo dos anos, sempre foi servir como um diário virtual, uma maneira de registrar minha vida e suas etapas para a posteridade, claro que uma mudança tão drástica desse tipo não poderia deixar que vir ilustrar as paginas do Dri Everywhere.

Estamos de mudança!

Vamos morar nos EUA!

Eu sei que vocês não me conhecem, e eu não conheço vocês – mas esse blog e a minha “vida virtual” já fazem tão parte da minha historia, que eu juro que uma das primeiras coisas que passou pela minha cabeça quando tudo se desvencilhou nas ultimas semanas foi: qual a melhor maneira de contar essa novidade “pro pessoal” do blog???

Entao aqui estamos nós! E vamos começar pelo principio!

Como muitos de vocês sabem, o Aaron, meu marido, é Americano. Ele já mora em Londres ha muitos anos, mais até do que eu, e nos conhecemos ja ambos morando e trabalhando aqui. Logo no começo do nosso relacionamento, ele teve algumas idas e vindas entre a Inglaterra, EUA e Alemanha (por causa de dificuldades de visto), e sempre concordamos que Londres era nossa “casa”, nosso território em comum. Nos conhecemos aqui, nosso relacionamento foi todo baseado na vida aqui, e então por aqui ficamos,

Nos casamos, montamos nossas vidas, desenvolvemos nossas carreiras e montamos nossa familia.

Mas por outro lado, ele sempre foi muito sincero na sua votade de “um dia”, “no futuro”, voltar pros EUA. Eu pessoalmente, nunca me opus. Sempre me pareceu um bom plano pro nosso futuro: curtir tudo que Londres e a Europa tem a oferecer, e um dia, nos estabelecer nos EUA.

Então muuuuuuitos anos se passaram, volta e meia conversavamos sobre isso, mas nunca num sentido “real”, nunca com planos concretos de fazer com que tal mudança acontecesse e saisse do papel.

A vida em Londres ia muito bem obrigada, e no fundo, simplesmente não tínhamos nenhum motivo pra querer morar em nenhum outro lugar do mundo. Então por aqui fomos ficando.

Até que em Dezembro de 2016 – o Oliver recém nascido, eu de licença maternidade em casa, e fazendo as malas pra passar o Natal com a família nos EUA – o Aaron me ligou no meio do dia, do nada e disse que tinha recebido uma proposta irrecusável de uma promoção: o único porém era que o novo cargo seria nos EUA.

Confesso que foi um choque! Sempre falamos sobre uma possivel mudança como uma coisa muito no “futuro”, pra quando “a gente for mais velho” – então foi um choque aquela realização de que na verdade, o futuro é agora!

Afinal, já estamos “mais velhos”, já temos conforto financeiro, já temos uma família montada. Isso tudo somado a uma proposta irrecusável profissional, pulamos de cabeça na oportunidade.

Então, ainda de férias nos EUA em Dezembro de 2016, começamos a estudar sobre Green Card pra mim, fomos ver casas nos EUA, pesquisar sobre escolas no Colorado. Foi uma loucura!

A timelines que nos deram na epoca era para uma mudança em Março ou Abril de 2017!

Foi muito corrido, e na nossa cabeça, não conseguíamos fazer a conta do calendario fechar: só pra conseguir um visto de residência pra mim (Green card) demoraria quase 1 ano, eu ainda estava de licença maternidade, a Isabella começando escola nova, etc.

Mas então muitos meses se passaram, e acabou não dando em nada.

Por um lado sentimos um grande alívio! Foi tudo tão de supetão, que não deu tempo pra processar a magnitude da mudança, e simplesmente não estávamos prontos. AInda não era a hora de sair de Londres.

Mas por outro lado, apesar do alivio, nós dois nos sentimos inacrediavelmente decepcionados!

Foi uma época de muito conflito inerno. Ao mesmo tempo que sentiamos aquele alivio de poder ficar em Londres mais um tempo, a prespectiva da mudança tambem abriu todo um novo universo de uma vida nova, e com isso, acabou nos trazendo muitas frustrações em relação à vida em Londres.

Coisas que ate então nunca me incomodaram (o clima, as casas, a lotação das coisas, e o polêmico “FOMO” Londrino – o “fear of missing out” que aflige todo mundo que mora aqui!), começaram a incomodar demais!

De repente, eu comecei a enxergar vários pequenos defeitos na minha cidade preferida do mundo, e aos poucos isso foi gerando uma vontade de mudança. Não sabiamos exatamente o que, nem pra onde, nem pra quando. Mas como num passe de magica, Londres passou a não ser mais nosso lugar “pra sempre”.

E ao longo do ano, outro evento da nossa familia contribuiu pra esse desejo de mudança: a Isabella começou na escola de verdade, e entrou no sistema de ensino Inglês.

Por um lado, correu tudo MUITO bem. Ela entrou numa escola pública de excelente qualidade, se daptou super bem, fez muitos amigos novos muito rápido. Mas por outro lado, ao passarmos a entender melhor o sistema educacional Inglês, nos demos conta da fragilidade de nossa situação.

Ela esta crescendo, e cada vez mais se apegando ao dia a dia em Londres, aos seus amigos, atividades e aos costumes. Porém, como nunca quisemos comprar uma casa em Londres, isso nos colocou numa situação muito vulnerável, pois sabiamos que mais cedo ou mais tarde poderiamos ter que mudar toda nosa vida de novo, o que teria um grande impacto nas crianças, e principalmente na Isabella.

Entao começamos a pensar nas alternativas. Outros bairros de Londres, procurando casas e apartamentos no nosso proprio bairro que nos permitiria ainda ficar dentro do destrito escolar onde moramos. E traçamos um plano de mais 1 ou 2 anos no máximo.

Até que, exatamente 1 ano depois de que todo esse processo começou, em Dezembro de 2017 – eu já estava de férias no Brasil com as crianças e o Aaron ainda estava em Londres trabalhando mais uns dias. Então ele me liga de novo, do nada: “você nao vai acreditar… recebi mais uma proposta de promocao, e mais uma vez também é para um cargo nos EUA”.

Então dessa vez não tivemos dúvidas , e pulamos de cabeça e de olhos fechados! Poderia não dar certo de novo, mas pelo menos nos sentimos “experientes” no processo, o que tinhamos que fazer para nos preparar para uma possível mudança.

Incrível a diferenca que um ano faz!

Em 2016 foi uma situação de tanta insegurança , medos e incertezas! Nao sou muito religiosa, mas sei que Deus tem um plano maior, e tudo acontece no tempo certo, por um propósito certo.

Foram duas semanas intensas no Brasil, onde o Aaron teve que passar por incontáveis entrevistas, painéis, provas, reuniões.

Assim que voltamos pra Londres, eu já comecei a conversar com a minha empresa – que tem varios escritórios nos EUA – sobre uma transferência pra mim, e tudo começou a se encaixar.

Umas semanas depois, eu cheguei em casa um dia a noite, e o Aaron estava dando jantar para as crianças , mas deixou eles sozinhos na cozinha e estava falando no telefone na sala. Achei estranho, mas pelo tom de voz dele, percebi que era alguma coisa séria , e provavelmente alguma emergência de trabalho.

Mas assim que ele voltou pra cozinha, na mesma hora eu soube o motivo do telefonema! Ele tinha sido promovido, e nossa mudança estava confirmada!

Ainda tivemos um outro mini-susto: ele teria que começar seu novo cargo nos EUA em Março , cerca de 6 semanas depois!

Então como vocês devem imaginar, as últimas semanas tem sido pura correria. TANTA coisa pra organizar, planejar, se preocupar!

Meu visto já esta quase finalizado, mas também foi um processo muuuuuuito estressante nas últimas semanas (também estou gravando um video sobre o processo do Green Card, e depois falo sobre isso com mais calma!).

Minha transferência tambem esta (quase) finalizada, e a empresa (nos dois lados: UK e EUA) foram extremamente solícitos em me ajudar a achar um novo cargo, a entrevistar com as pessoas certas, entender as diferenças entre as duas empresas, conectar com futuros colegas, futuros clientes, etc. Já me sinto em casa com minha nova equipe! Eu sei que vai ser um tremendo choque cultural depois de tantos anos trabalhando na Europa – mas ao mesmo tempo, eu sempre trabalhei para empresas Americanas, e conheço bem a cultura e ética de trabalho deles, então pra mim, essa “mudança” não é uma coisa negativa não.

Ufa! Como vocês podem imaginar, são muitos detalhes, e muitas coisas pra pensar!

Eu também gravei esse vidoe aqui la pro canal do YouTube contando um pouco mais! E daqui pra frente, pretendo fazer vários outros posts e videos contando um pouco mais sobre todo esse processo de mudança e da nossa nova vida!

Obrigada por me acompanharem ha tantos anos! E podem puxar uma cadeira e pegar um cafe, porque ainda tem muito mais por vir!!

 

 

Adriana Miller
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24 Jul 2017
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Harry Potter & The Cursed Child: A peca de teatro em Londres!

Dicas de Londres, Dicas de Viagens, Europa, Londres com Criancas, Teatro / Musicais

Para os fans de Harry Potter, Londres – e o Reino Unido como um todo – por si so ja sinonimo do filme, afinal a historia eh tao “Britanica”, e tantos cenarios do filme se passam por aqui!

Enta quando JK Rowling anunciou ha uns anos atras que estava escrevendo o oitavo livro da serie, que ele viraria uma peca de teatro em Londres, a cidade ja ficou em rebolico!

O resutado, como ja era se esperar em Londres, foi que os ingressos da peca esgotaram em questao de segundos, para todos os 365 dias disponiveis que forom colocados a venda!

E desde entao essa tem sido a rotina dos fans de Harry Potter, dia apos dia, mes apos mes: entrar no site, verificar que todas as datas continuam esgotadas, e desistir…

O Palace Theatre, onde a peca eh encenada em Londres recomenda dois sites oficiais: Nimax e AGT Tickets. Em ambos os sites eh possivel comprar ingressos para a parte 1 e 2, juntas ou individualmente, em dias separados.

Mas ambos os sites oficiais tem o mesmo problema: sessoes sempre lotadas e ingressos esgotados…

A producao da peca nao divulga sites “nao oficiais”, mas aqui na Inglaterra existem dois sites bem conhecidos que fazem as vezes de “cambistas virtuais”, onde eh possivel recomprar ingressos de alguem que queira revender, e sao: StubHub e o Viagogo.

Ambos os sites sao confiaveis e muito conhecidos por aqui (otima dica pra quem quer tentar achar ingressos para shows ou jogos de futebol esgotados por exemplo), mas nao deixa de ser um servico de “cambista”, ne? Se por acaso der algum problema, voce nao tem nenhum meio oficial para reclamar.

Ou seja, voce sempre vai achar ingressos disponiveis, desde que esteja disposto a pagar varias vezes o preco oficial.

Entao por exemplo, quando minha irma veio a Londres uns meses atras, queriamos muito ver a peca, mas os valores das datas disponiveis beiravam o absurdo, entao deixamos pra la e fomos passar o dia em Oxford (700£ cada uma, por ingressos que sao vendidos por 30£?!?! Obrigada, mas nao obrigada!).

Mas entao, umas semanas atras, quando estavamos conversando sobre o que fazer para comemorar nosso aniversario de casamento, resolvemos dar uma olhada nas datas disponiveis para assistir Harry Potter, e como sabia que a peca esta sempre super esgotada, fui direto para o StubHub. Os precos sao meio absurdos (mais as taxas de servico do site, mais o frete, etc), mas como queriamos muito assistir a peca, e seria uma boa comemoracao do aniversario de casamento, resolvemos gastar mais mesmo.

Mas por azar (sorte!), eu nao estava conseguindo completar a compra pelo PayPal, e quando ja estava quase desistindo de tudo, resolvi entrar no site oficial da peca, e acabei vendo que eles tinham soltado varios novos ingressos para as semanas seguintes!

Alguns dias so tinha 1 ingresso disponivel, outros dias so tinham ingressos sentados separados, e em duas tentativas diferentes, alguem completou a compra mais rapido que eu, e os ingressos desapareceram e esgotaram em questao de segundos!!

Mas conseguimos! Nao foi no dia que queriamos originalmente, mas foi no fim de semana anterior, entao ja foi otimo!

Entao comprei nossos ingressos no site oficial, Nimax,  e oque uma colega de trabalho me falou depois, foi que eles vao liberando novas levas de ingressos toda semana, entao tem que ficar sempre de olho! Nos demos sorte de ter conseguido ingressos oficiais relativamente em cima da hora (3 semanas antes), e eu ja vi que hoje de manha tinham varios ingressos disponiveis para proximo mes! #corre

Alem disso, toda semana eles liberam 40 ingressos a precos promocionais, que sao os “The Friday Forty” – sao 40 ingressos espalhados ao longo da semana seguinte, em sessoes, dias e horarios aleatorios (entao nao pode ser muito exigente em relacao a sua disponibilidade. O que cair na rede eh peixe!), vendidos a modicos 40 Libras (20 libras cada sessao), disponiveis apenas nesse site aqui.

Essa pagina eh uma contagem regressiva, e pontualmente a 13:00 toda sexta feira, o contador vira uma pagina de venda on line! As primeiras 40 pessoas a serem rapidas no gatilho, levam a barganha! Se voce perdeu pra essa semana, eh so voltar sexta que vem!

Outra dica, eh ficar na fila da “devolucao de ingressos” no dia da peca. A entrada fica na lateral do teatro, bem ao lado da bilheteria mesmo, e se voce tiver tempo e paciencia, eh uma opcao!

Como a compra dos ingressos nao eh reembolsavel, e o Palace Theater nao se responsabiliza por compras nos sites de cambistas, eles dao a opcao de revenda imediata – entao se voce comprou seu ingresso da peca e acabou nao conseguindo ir, pode tentar revender la na porta. Logo, se voce nao consegui comprar on line e quer tentar a sorte no dia da peca, nao custa nada ficar la fila pra ver se vai dar sorte!

 

Mas vamos a peca propriamente dita!

Nao, obviamente nao vou dar nenhum #spoiler nem estragar a surpresa pra ninguem! Aliais, achei bem legal que o teatro todo estava decorado com a hashtag #KeepTheSecret, para lembrar que todos deveriamos “guardar segredo” sobre o enredo da peca! (me lembrou bastante a peca da Agatha Christie).

Na verdade nem eh tao segredo assim ne? Ja que voce tambem pode ler o livro da peca, mas na verdade o livro “Harry Potter e a crianca amaldicoada” nao eh um livro de historica como os outros, e sim o script da peca – entao realmente nao me admira o tanto de fans da franquia HP que nao gostaram do oitavo livro! Pois ele nao foi feito para ser um livro, e sim uma producao teatral!

E a JK Rowling foi bem especifica em relacao a producao da peca – e justamente para evitar que a “magia” e os detalhes dos livros e dos filmes se percam pelo fator “ao vivo” de um teatro, a producao acabou sendo lancada em 2 partes, e assim, nenhum detalhe foi poupado!

Como eu comentei la em cima, voce pode comprar os ingressos para a parte 1 e 2 separadamente, se nao quiser encarar uma maratona, mas vai por mim que o melhor eh ja comprar tudo de uma vez so e assistir tudo de um vez so!

No total, a peca comecou a 1 da tarde, e so saimos de la as 9:30 da noite! Mas sao “apenas” umas 6 horas e pouco de peca, pois cada uma das duas partes tem um recesso de 20 minutos, e entre a parte 1 e a parte 2, tem um intervalo de umas 2 horas, que da pra sair do teatro, comer ou passear por Soho, etc.

Entao sim, sao quase 7 horas de peca, mas que passam VOANDO!

Alem da historia em si ser muito boa, a producao eh literalmente, MAGICA! Serio, nos dois ficmaos igual crianca de boca aberta nao acreditando nos efeitos especiais que eles conseguiram criar no palco, bem na nossa cara, e mesmo assim ficamos chocados nos entreolhando, tipo, “como conseguiram fazer isso…?!?!?”!

Enfim, foi um dia incrivel, e que passou voando! So ficamos ainda mais fans da franquia Harry Potter!

 

Outras sugestoes de pecas e musicais em Londres

 

Como comprar ingressos para teatro e musicais em Londres

Como comprar ingresso pra Shows, Musicais e Teatro em Londres?

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Planejando uma viagem para Londres?

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E não perca as dicas de Pubs e Restaurantes, o Calendário de Eventos para saber o que rola de mais interessante ao longo do ano e todas as demais dicas úteis para curtir Londres como um Londrino!

 

Adriana Miller
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05 Jul 2017
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Vistos, caos e o tal do Trump…

Pessoal, Pittsburgh, USA, Washington DC

Esse blog já existe ha mais de 13 anos, e uma coisa nunca mudou: esse é meu diário digital onde registro os principais causos da vida.

Muita coisa mudou na vida inernetica nos últimos anos, e a realidade é que as mídias sociais hoje em dia ganham maior foco nos acontecimentos e interações do dia a dia.

Mas umas semanas atras eu passei por um sufoco, e apesar de ter relatado os acontecimentos nas mídias sociais (me acompanhe no Instagram e InstaStories), uma leitora das antigas me lembrou: “Não esqueça de escrever sobre isso no blog! mais uma historia de perrengue para ser registrada para a posteridade!“.

E não é que ela tem toda razão! Então lá vai!

Bem, pra começar pelo principio, como muitos de vocês sabem eu tenho dupla nacionalidade (Portuguesa), e como Europeia, não preciso de visto para viajar aos EUA – basta se registar no programa ESTA a cada dois anos, pagar a taxa (14 dólares), e tudo certo. Venho seguindo esse processo desde 2002, e nunca tive problemas.

Meu ultimo ESTA foi feito em Junho de 2015, uns dias antes de viajarmos para Las Vegas, então no fim de semana que estava em Paris, recebi uma mensagem automática avisando que meu ESTA tinha expirado – e ate ai tudo bem. Ainda faltavam mais duas semanas ate a próxima viagem aos EUA, então assim que cheguei em casa, logo na segunda feira de manha, entrei no site para renovar meu registro.

Porem, logo na última seção do ESTA reparei umas perguntas novas – e uma delas incluía a pergunta de se que já tinha visitado certos países do Oriente Médio (que coincidem com a lista do “Muslim Ban” do Trump), incluindo a Síria.

Bateu um certo panico, pois sim, eu já fui a Síria. Passei apenas 1 dia por la – mas tenho carimbos no passaporte, posts e fotos nas redes sociais e o escambau.

A parir dai foi aquela correria! Estava em casa com o Oliver e ligando e mandando mensagens freneticamente pro Aaron!

E a pergunta era bem especifica: Você já esteve na Síria depois de Março de 2011? Corre pra catar os posts no blog. Mas sera que eu postei na época da viagem? Ou só postei sobre a Síria bem depois?! E as fotos? E meu passaporte antigo? Ainda tenho ou tive que deixar no consulado?!

Acabou que sim. Estive na Síria no começo de março de 2011, então tive que ticar a caixinha da pergunta… Imediatamente apareceu uma mensagem de “ATENÇÃO” na tela, e aquilo não me soou a boa coisa.

Mas mesmo assim completei o formulário, paguei a taxa, e sabia que tinha ate 72 horas para saber se meu ESTA tinha sido aprovado ou nao.

Mas eu sabia que tinha caído na malha fina, e naquela altura, não tinha tempo útil suficiente para esperar o prazo inteiro… Então uma meia hora depois voltei ao site do ESTA para conferir o status, e la estava: ESTA negado. Sem mais nem menos.

Então imaginem a situação! Com marido e 2 filhos Americanos, com a família toda morando la, se eu não pudesse mais entrar nos EUA seria uma pequena tragedia para nossa família!

E toca a catar informações no Google, Aaron ligando para o suporte a Americanos da embaixada de Londres, e os dois desesperadamente tentando descobrir se eu realmente estava sendo banida do pais, ou se teria alguma outra solução. Ate que descobri que sim, eu perdi meu direito a isenção de visto do programa ESTA, mas poderia aplicar para um visto normal (tipo B).

Então preenchi o formulário on line, paguei a dolorosa taxa de 160 dólares e descobri que teria que ir a uma entrevista presencial na embaixada, antes que eles pudessem aprovar ou não meu pedido de visto.

Mas ai apareceu um outro problema: nossa viagem era no dia 13 de Junho, e a primeira entrevista disponível na Embaixada de Londres era no dia 20 de Junho!

E da-lha a clicar num link aqui, outro link acola, ligar pra embaixada Americana, Google, foruns e tudo mais que apareceu na minha frente. Ate que descobri que por ser residente do Reino Unido, poderia fazer a entrevista no consulado de Belfast, na Irlanda do Norte (que faz parte do reino).

Ótimo nê? O único problema é que o único horário disponível era no dia seguinte, as 8 e pouco da manha. Se perdesse aquele, ai só no final de Junho de novo (e perderia a viagem).

Para complicar mais ainda, o Aaron estava indisponível, numa reunião. Mas no reflexo, marquei assim mesmo e dane-se! A gente se vira!

Comprei um voo para Belfast e marquei um hotel em Belfast – mas ai começou a segunda maratona contra o tempo: com o Aaron trabalhando o dia todo, quem ficaria com o Oliver durante o dia?! (eu ainda estava de licença maternidade, e portanto ele ainda não estava indo a escolinha). A baba só podia num dia pela manha, a babysitter de backup não podia, a outra também não, e outra só podia na parte da tarde.

Eu sei que parece que eu estou fazendo uma tempestade em copo d’agua, mas gente, foi muita coisa pra fazer, pensar, planejar e coordenar em questões de minutos!

Mas ok, conseguimos organizar a logística das crianças, o Aaron cancelou umas coisas de trabalho para conseguir coordenar tudo em casa, e la fui eu pra Irlanda, assim, no susto!

Pedi ajuda no instagram e vários leitores me deram dicas sobre o que levar, quais documentações a embaixada costuma pedir, e quais perguntas geralmente fazem nas entrevistas de visto. Então cheguei no consulado Irlandês com bastante antecedência e levei minha pastinha recheada de coisas e documentos para provar que eu passei apenas 1 dia na Síria, não tenho nada a ver com a guerra, e estava na região a trabalho, que por acaso era para um empresa Americana com escritórios em todo Oriente Médio.

E olha, confesso que estava bem nervosa viu! Nunca tive problemas antes, mas sei la nê? Sempre acho que as autoridades Americanas são muito intimidantes, e no fundo, por mais que não quisesse perder a viagem que íamos fazer dai a alguns dias, meu medo maior era mesmo de cair numa malha fina qualquer, não conseguir provar que fuçinho de porco não é tomada, e não conseguir mais entrar no pais do meu marido e filhos!

Mas…. UFA!

A entrevista foi relativamente simples, mas me perguntaram MUITO sobre a Síria e o Oriente Médio, o que eu fazia, porque gerenciava aquela região do mundo, pediram pra ver e-mails corporativos que provassem as reuniões que eu disse que tinha ido participar (gracas a Deus consegui achar isso tudo, imprimi e levei!), e me perguntaram a mesma coisa varias vezes, de maneiras diferentes – bem para testar se eu estava mesmo dizendo a verdade ou não.

Mas correu tudo bem, e na mesma hora a atendente do consulado me disse que o visto tinha sido aprovado e que seria estampado no meu passaporte no dia seguinte.

Mas isso já era quarta feira, o visto ficaria pronto na quinta feira. Me deram a opção de pagar um upgrade na entrega (não em relação as datas de entrega, mas para ser entregue em casa, em vez de ter que ir buscar na embaixada em Londres).

Voltei pra casa e foi aquela tensão esperando o momento que iria receber a mensagem do frete avisando que meu passaporte tinha sido enviado – o que não aconteceu ate sexta feira a tarde! E nossa viagem era na terça feira seguinte as 9 da manha (ou seja, eu estava com menos de 2 dias uteis para receber o passaporte!).

Foi uma tal de dar refresh no site do frete para ver se tinha alguma atualização, e nada. Sábado de manha não me aguentei e liguei pra eles.

Mas ainda assim, meu tracking estava aparecendo no sistema, mas sem nenhum status nem update. Ou seja, já estava despachado com a empresa de entrega, mas o sistema ainda não estava indicando onde estaria meu passaporte.

Domingo acordei e primeira cosia que fiz foi ligar de novo – novo status no sistema: esta no depósito central, com entrega prevista para terça feira!

NÃAAAAOOOO Meu voo era na terça de manhã!!

Ligamos pro seguro, ligamos pra cia aérea, e não tínhamos como mudar o voo sem pagar uma bela multa e levar um belo prejuízo (basicamente teria que comprar um novo voo). Mas mesmo assim eu liguei para outro numero que achei no site da empresa do frete e consegui falar com uma menina muito prestativa: na verdade ela não tinha como me ajudar, mas disse que ia colocar um aviso no código de rastreamento do meu passaporte, e me deu o numero direto do deposito da região de Londres, e me aconselhou a ligar as 7 da manha na segunda feira, assim que eles abrem. Se meu passaporte tivesse sido transferido para o deposito de Londres durante a tarde de domingo, eu poderia ir la buscar, em vez de esperar pela entrega na terça feira.

Então na segunda feira as 7:01 da manha, eu já estava ouvindo a musiquinha de espera do call center da empresa!

E tcha-ram! Meu passaporte já estava com o motorista e a previsão de entrega era naquele mesmo dia (segunda feira!).

Ainda assim liguei para mais dois números diferentes da mesma empresa (obrigada Google!), só pra conferir que tinham me dado a informação certa, até que finalmente consegui convencer uma atendente a ligar para o motorista e confirmar que ele vinha entregar mesmo naquele dia (pois eu tinha um prazo para conseguir minimizar a multa do voo).

E olha, vou te dizer viu?! Quando eu quero ser chata e insistente, sai da minha frente! E não é que consegui falar com o motorista e ele confirmou que estaria na minha casa entre as 4 e 5 da tarde!

MARAVILHA!!!!!

O único problema é que eu tinha que levar a Isabella numa reunião na sua escolinha nova as 3:30 da tarde (não tinha como cancelar), e como moro numa casa, e não tenho mais porteiro, ele precisaria de alguém em casa para assinar o recebimento do pacote!

Então o Aaron cancelou suas reuniões na parte da tarde e veio pra casa mais cedo pra ficar no plantão passaporte, enquanto levei a Isabella na escola.

E finalmente as 4:30 da tarde meu passaporte chegou!! O Aaron tirou ate um selfie com o motorista e lhe deu uma bela gorjeta!! Hahahahaha

Geeeeente que estresse!!!

E ai corre pra fazer minha mala, ligar pra locadora do carro e trocar por um carro maior (pois a principio o Aaron ia viajar sozinho com as crianças, minha sogra ia encontrar com ele em Washington, e eles iam dirigir ate Pittsburgh; então ao adicionar mais um adulto, precisamos de um carro maior), e resolvemos reinstaurar um parte do plano original e passar duas noites em Washington DC, para minimizar as horas de viagem das criancas.

Mas quando começou essa confusão toda, na semana anterior, nos cancelamos as reservas de AirBnB que tínhamos feito, e claro que os mesmos apartamentos que pesquisei, não estavam mais disponíveis!

Mas o Booking.com nos salvou e consegui um outro apartamento de ultima hora!

Quando finalmente tudo ficou pronto, reservado, malas feitas etc e fomos dormir, ja passavam das 2 da manha! E as 5:30 tocou meu despertador, e as 6 o taxi chegou para nos legar ao aeroporto!!

Heim? Heim? Se essa não é a definição exata de “47 do segundo tempo”, então eu nem sei mais o que seria!!

E afinal, o que seria da vida sem um pouco de emoção, né?!

Mas ainda assim rolou o estresse da entrada no pais – afinal conseguir um visto na te da a garantia de que vao te deixar entrar em lugar nenhum!

Levei toooooooda documentação que me pediram na entrevista da embaixada separados numa pastinha, e ate tínhamos um “plano B” sobre o que o Aaron e minha sogra iam fazer com as crianças caso eu fosse levada para a salinha dos deportados para ser entrevistada separada deles!

Nunca se sabe, nê?!

E eu ainda fiz uma cena dramática na fila da imigração quando o pre-screening eletrônico deu negativo no meu passaporte e tivemos que entrar na fila especial (apesar de ser estrangeira e não ter green card nem nada disso pra entrar nos EUA, por ser casada com um Americano e mãe de dois Americanos, nós sempre entramos na fila de cidadãos mesmo, como “família” mesmo não sendo Americana, então geralmente passar na imigração na entrada dos EUA é super fácil e rápido pra mim).

Mas quando passamos na maquininha dos cidadãos e o meu passaporte não foi aprovado automaticamente, como sempre, o guardinha nos direcionou pra outra fila, e me bateu um pânico! Tirei o Oliver do carrinho e coloquei no canguru e entrei na fila de mão dada com a Isabella! Hhahahaha

Tá, foi uma dramalhão Mexicano (eu ficava falando pro Aaron que precisava estar “fisicamente” anexada a dois cidadãos! Que iam ter que arrancar meus filhos Americanos de mim! hahahah! E ele morria de rir da minha cara!), mas pelo menos a gente se divertiu na hora da tensão!

Mas foi tudo bem! O guardinha da policia federal/imigração só perguntou porque eu tinha um visto de turistas em vez de um ESTA, e quando eu respondi que meu ESTA foi negado por causa de uma viagem a Síria, ele só perguntou em que eu trabalhava e quanto tempo eu passei na Síria (mas isso tudo enquanto ele já estava tirando minhas impressões digitais e carimbando meu passaporte), e pronto. Mais nenhuma pergunta, nem nenhum estresse!

Eu ainda acho que se tivesse entrado sem eles, sem o resto da família, eu teria levado uma dura – mas sei la né? Por via das duvidas a “pastinha da Síria” já esta separada com meus documentos e pretendo levar em todas as viagens aos EUA!

Então agora tenho um visto de turista de 10 anos, então pelo menos não preciso me preocupar mais com isso por um bom tempo!

Se um dia poderei tirar o ESTA de novo?! Bem, não sei? Só se eles mudarem as regras novamente né?

Algumas perguntas que recebi no Instagram e InstaStories durante o processo:

  • Se você é casada com Americano, porque não tem o Green card?

Green Card é apenas o “apelido” do visto de residência. Como não sou nem nunca fui residente dos EUA, não pedi, nem quis, nem precisei de um Green Card. Casamento não me da acesso automático nenhum a visto nenhum.

  • Vocês são casados ha tanto tempo, porque não tem o passaporte Americano ainda?

Idem da resposta acima. Casamento não da acesso automático a visto nenhum e muito menos cidadania. Se um dia quisermos morar nos EUA, eu poderia pedir um visto de residencia (green card), e depois de (muitos) anos morando nos EUA poderia pedir a cidadania. É um processo longo e caro, e apenas ser casada não me da direito a nada automaticamente.

 

Obrigada pelo apoio moral e dicas que vocês me deram no Instagram durante esse sufoco!

E aqui está: mais um perrengue pra posteridade do blog!

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