Esse passeio da “Norway in a Nutshell” pode ser feito em um unico dia, pra quem estiver com pressa (imagino que fica bem corrido), mas como era fim de semana prolongado, preferimos passar a noite em alguma cidadezinha perdida e seguir a viagem no dia seguinte.
Entao no domingo, antes de pegar o barco no inicio da tarde, tinhamos a manha toda pra explorar a regiao, e resolvemos fazer umas trilhas. O tempo estava otimo, a paisagem deslumbrante, e o ar puro estava tao puro, que tava ateh dando uma onda…
Seguimos a estradinha que vai beirando o mar e liga Aurland a Volda. A trilha completa, ida e volta duraria umas 2 horas, as resolvemos fazer com bastante calma, tirando muitas fotos, etc, alem de que nao estavamos preparados pra fazer trilha (sabiamos que essa era parte da programacao, mas por algum motivo cosmico nenhum dos dois lembrou de levar nada… sapatos, roupas, etc. Nada!).
Entao lah fomos nos, com jah algumas dezenas de fotos na maquina. A medida que iamos nos afastando de Aurland, tinhamos uma visao diferente do Fjorde, que ia dando forma a “rachadura”. Uma outra coisa muito caracteristica dessa regiao sao as cachoeiras. Alem de varios rios e nascentes, tem tambem as cachoeiras que sao causadas pelo desgelo dos galciares e da neve no periodo de primavera e verao. E entao sao ‘riachos’ que vao secando a medida que o verao vai avancando, ateh que a neve derrete toda, o rio seca, e soh renasce outra vez na primavera seguinte.
Entao nossa ‘dica’ da trilha era isso, achar a cachoeira de Volda, que talvez ainda estivesse lah. Mas talvez nao. Achamos um riachinho beeeem fraquinho, jah nas ultimas do verao e subimos a floresta. Um cheiro de pinheiro delicioso no ar! E as frutas?! Eu tinha lido no guia que essa regiao tem um solo especialmente propicio para frutas e ‘berries’, mas nao imaginava que era tanto! me segurei pra nao sair catando umas macas, peras e morangos ‘organicos’ pelo caminho… mas sei lah se aquilo ali era de alguem, certo? E vimos tambem muitos cogumelos, daqueles enooooormes que eu achava que soh existiam em desenho animado de fadas! Vermelhos com bolinhas amarelas, que voce podia jurar que um Smurf ou um duende iam sair dali a qualquer momento!
E de repente a trilha acaba! Num portao! E uma familia inteira almocando no jardim… Uma senhora veio abria o portao pra gente, e nos deixou passar por dentro de sua casa, nos indicando o caminho certo pra voltar pra Aurland.
Almocamos no unico restaurante aberto da cidade e comemos o hamburger mais caro do planeta terra, e ateh que enfim o barco chegou!
Demos mole de ter deixado pra pegar o barco em Aurland, e nao Flam, pois quando entramos, jah estava lotado! mas demos sorte de comecar a conversar com dois casais de Ingleses que nos ‘encaixaram’ na frente do barco, com vista privilegiada!
O passeio de barco em si durou apenas 2 horas, mas foi simplesmente fenomenal. Tanto eu quanto o Aaron somos nerds assumidos e adoramos assistir aqueles programas sobre o ‘planeta terra’ no National Geographic ou na BBC e ficamos viajando imaginando o Dr Iain Stewart narrando e explicando o ‘fenomeno’ da crosta terrestre rachando e formando os Fjordes! The Power of the Earth!!! Com um mega sotaque escoces…
Pelo caminho, cada curva era um cenario completamente diferente. Por um lado, vc jura que esta navegando um rio (me lembrou muito o passeio no Rio Rhine na Alemanha), mas nao rola aquela ‘erosao’ tipica de leitos de rio, e sim uns precipicios mega dramaticos, uma agua cristalina, e uma profundidade assustadora! Cada vez que chegavamos perto do ‘leito’ dava pra ver o quanto aquilo lah eh fundo!
E muitas, muitas cachoeiras pelo caminho. E as cidades perdida no meio do nada? Sem estradas, sem conexao com o mundo. Ficamos pensando: como aquelas pessoas foram parar lah? Algumas delas existem desde 1200 e pouco, e literalmente algum viking estava remando pelo Fjorde, viu um pedaco de terra dando mole e se assentou por lah. E ali sua familia permanece ha 800 anos. Em algumas dessas ‘cidades’ contamos 5 casas, 3 casas, 6 casas… Completamente isolados do mundo!
O passeio terminou em Gudvangen, onde um onibus nos esperava para nos levar de volta a Voss. A estradinha que liga essas duas cidades tem apenas 20 Km, mas eh TAO ingreme e tem TANTAS curvas que demorou mais de 1 hora! E alem disso, so esta aberta durente os meses de verao, pois eh muito perigosa durante o inverno.
Em Voss, pegamos o trem de volta para Bergen!
Ah! As fotos estao AQUI!