Tecnicamente, Capri é um lugar super fácil de ser visitado…
Afinal, eh apenas uma pequena ilha na costa da Itália, a menos de 1 hora de barco de Nápoles, ou meros 20 minutos de Sorrento…
Na pratica, chegar (e sair!) foi muito mais complicado do que imaginei (atrapalhadas e “jeitinhos”, cortesia dos Italianos, inclusive!) e ate mesmo a ilha propriamente dita, uma vez lá, acabou sendo mais mão de obra do que imaginei.
Então foi o próprio Aaron que sugeriu: você tem que dar as dicas no blog, para ninguém mais ter que passar por essa confusão toda! :-)
– Como chegar a Capri saindo de Napoles
A única maneira de chegar ate Capri é de barco, e caso você não esteja a bordo de seu iate particular, então provavelmente a melhor opção são os muitos ferries e balsas disponíveis no porto de Napoles o una Marina de Sorrento.
Nós chegamos no aeroporto de Napoles, vindos de Londres, e entramos numa táxi rumo ao Porto da cidade!
Existe a opção de um ônibus, tipo “frescão” que conecta o aeroporto diretamente com o porto, mas os horários eram restritos, e como estávamos com a Isabella e já atrasados (nosso voo atrasou 3 horas!) preferimos um táxi.
Os táxis em Nápoles operam com uma tabela fixa, e todas as corridas custam 20€. Mas claro, sendo a capital do golpe e da máfia, ainda tivemos que bater boca com o taxista quando chegamos no porto que queria nos cobrar quase 10€ a mais, só pelas malas, carrinho de bebe e afins…
E para completar, ele ainda nos deixou no porto errado!
Me explico:
O porto de Napoles tem dois “cais” distintos, que servem a diferentes empresas de ferry ou cruzeiros.
O ferry tradicional que conecta Napoles a Capri, que faz o serviço lento (e também leva cargas, carros, etc) Caremar demora cerca de 2 horas e zarpa no porto normal.
Já o “hidrofoil” que é a lancha rápida, da empresa Snav (e demora entre 40 a 50 minutos, depende das condições do mar) parte do oooooutro lado do cais do porto, no “Napoli Beverello”, que oficialmente eh de onde docam e saem os cruzeios que param na cidade – mas também não é lá de onde saem os hidrofolis, e sim de uma plataforma lateral.. sem sinalização, nem explicações, nem nada para nos orientar.
Resultado: como nada disso estava explicito em nenhum site onde pesquisei sobre a viagem, nem me explicaram no posto de informações do aeroporto, e muito menos me explicaram no balcão de vendas da Snav, ficamos numa vai-e-vem de um lado pro outro no porto, debaixo do sol de Agosto em Napoles, e acabamos perdendo nosso ferry!
Nossa sorte foi que o capitão do ferry seguinte nos viu correndo cais afora e conseguiu entender minha explicação num Italiano esbaforido, e como estávamos com a Isabella, ele nos deixou embarcar no ferry seguinte assim mesmo!
Eu insisti em pagar uma nova passagem de ferry, mas aparentemente a confusão é comum, devido a falta de informação, ele se recusou a nos cobrar em dobro (cada passagem de adulto entre Napoles e Capri custa 21 Euros. Crianças não pagam).
– Desembarcando em Capri & como escolher sua hospedagem
Como comentei no post sobre nosso hotel, a ilha foi bem mais complexa do que imaginávamos, devido a sua geografía montanhosa, entao saber bem a localizacao de seu hotel ajuda bastante na hora do desembarque!
Muitos hoteis e resorts enviam transfers a marina da cidade para esperar por seus clientes, e caso nao seja uma opcao, o mais recomendavel que voce utilize os sevicos dos “Porters” que sao os carregadores de malas da ilha, e que possuem uns carrinhos, que sao os únicos meios de transporte permitidos n centro das ciudades (mas so carregam malas, nao passageiros).
Cada mala custa 5 Euros, entre a marina e a porta do seu hotel – e caso voce nao tenha um transfer com seu hotel, podera pegar um taxi ou onibus ate la.
Eh possivel encontrar otimos hoteis espalhados pela ilha toda, mas a grande maioria ficam entre a marina Grande e a Marina Piccola (com Capri no meio), ou nos arredores de AnaCapri.
Nao existe uma opcao “ideal”, pois de uma certa maneira voce sempre vai acabar ficando longe ou contra mao de um lado ou outro da ilha. No entanto minha recomendacao sao as hospedagens que fiquem no eixo entre as duas Marinas, de preferencia nas vicinidades da Marina Grande ou no centro de Capri.
Pois assim vc fica mais perto de transportes (os ferries que vao e vem da ilha, os onibus, os taxis, etc), e com facil acesso a restaurantes, lojinhas, mercados e o que mais voce precisar durante sua estadia!
Nos ficamos hospedados no hotel Capri Inn, que ja recomendei com mais detalhes, aqui:
– Transporte interno na ilha
Tirando os centrinhos de Capri e Anacapri, eh praticmente impossivel andar a peh pela ilha. Nao so pelas escadarias monumentais, mas tambem porque as estradas sao super estreitas e perigosas! E para completar, lotadas de motoristas Italianos, que desafiam as leis da física (e do bom senso!) a cada curva!
A estrada nao tem calcada, nem acostamento, e muito menos eh larga o suficiente para comodar 2 veiculos de uma vez, mas ainda assim os motoristas de taxi, onibus e os carregadores de malasdisputam cada centímetro – e isso tudo enquanto gesticulam, gritam uns com os outros, falam no celular ou fumam. Ou tudo ao-mesmo-tempo-agora.
Eh praticamente uma cena de um filme de Woody Allen!
Entao abusamos dos onibus, taxis e o funicular, todos muito eficientes, principalmente pra quem ficar hospedado no eixo Marina Grande – Capri, ou pra quem for apenas passar o dia na ilha.
Os onibus que circulam pela ilha sao bem pequenos, mas acessiveis a cadeirantes e tambem a carrinhos de bebe. Eles operam um horario regular e de maneira geral, foram bem pontuais – o único problema eh que os onibus nao sao circulares, entao dependendo de onde voce estiver na ilha e onde quiser chegar, pode precisar de 2 ou 3 onibus numa mesma viagem. Nos tinhamos planejado assitir um por no sol no farol de Ponta Carena, mas ao calcular que a viagem de 3 onibus poderia levar mais de 1 hora e meia, ou uma corrida de taxi poderia sair na casa dos 70€ (cada perna da viagem!) acabamos desistindo e deixando pra la…
Por um lado o custo eh otimo – com apenas 1,80 Euros voce circula a ilha toda – mas em contrapartida, pode acabar gastando 1 ou 2 horas para fazer um trajeto que demoraría 15 minutos de taxi.
Os taxis sao sem duvida o melhor e mais eficiente meio de transporte da ilha – porem bem caros. Qualquer corridinha de 10 minutos (por exemplo, entra a Marina Grande e Capri) nao saem por menos de 20 Euros.
Mas sao uma experiencia a parte, pois os taxis Capresi sao únicos!
Todos sao conversiveis, com um toldinho de tecido par ate proteger so sol, e tem seu interior modificado, conseguindo transportar ate 5 ou 6 adultos de cada vez. Um diversao por si so!
E por fim, uma outra opcao eh o funicular, um bondinho que liga a marina grande ao centro de Capri em apenas 10 minutos, e demora apenas uns 10 ou 15 minutinhos, custando a mesma coisa que um onibus, 1,80 Euros.
O único problema do funicular eh nao ser muito flexivel, ja que seu único trajeto eh entre a marina Grande e Capri, e uma outra opcao em Anacapri, e so.
– Praias e atracoes na ilha
Como comentei no post sobre os beach clubs, Capri nao eh extamente um destino de “Praia” – sim, eh uma ilha cercada de mar por todos os lados, mas como diriam os Italianos, em Capri voce esta “al mare”: “no mar”, mas nao na Praia.
Entao foi bem importante saber disso, e entender que a costa Amalfitna nao eh exatamente o destino ideal para quem quer curtir aquela Praia, muito pelo contrario!
Eh um destino muito mais cultural e de compras, do que de qualquer outra coisa.
Entao seus días serao divididos entre passeios pelas cidades de Capri e Anacapri, restaurantes fofos, a piscina do hotel, possivelmente um beach club, e claro, muito gelatto!
Tambem eh possivel fazer alguns passeios de barco ao redor da ilha, pasar pelos Fariglioni ou na gruta azul – mas o mar estaba bem movimentado quando estivemos por la, entao optamos por ficar em terra firme com a Isabella, mesmo, pois naoa chei que seria seguro leva-la num barquinho dentro de grutas escuras.
Minhas dicas de Restaurantes e Beach clubs em Capri estao aqui.
– Capri com criancas
Tambem me perguntaram no Instagram se eu tinha achado Capri um bom lugar para ir com criancas… E assim como comentei no post de Santorini, cabe aos pais de cada crianca decidir se aquele destino eh viavel ou nao para o estilo de sua familia.
Capri definitivamente nao eh o lugar estereotipo de “ferias em familia”: rola sim bastante pose, a maioria dos restaurantes eh bem bacanudo, e as praias nao sao seguras nem apropriadas para criancas pequenas.
Claro, existem opcoes de alguns beach clube que aceitam criancas numa boa (ja dei a dica do beach club que fomos aqui), mas ainda assim eh diferente de uma praia “de verdade” com muita areia, espaco pra correr e tals.
Mas no nosso caso encaramos a cidade como um “city break”, ou uma passeio pela cidade, como se fosse outro lugar qualquer, meio que ignorando o fator “praia e verao” da equacao.
Entao passamos boa parte de nossos dias na ilha passenado pelo centrinho da cidade, tirando fotos, tomando sorvete, parando pra almocar e visitando alguns pontos turisticos.
E na mesma viagem ainda fomos para Sorrent e Pompeia, e todos foram mais ou menos no mesmo esquema. Entao ao longo do dia planejamos nossos passeios com o intuito de manter uma rotina pra ela, de brincadeiras, soneca, almoco e tal. Como a geografia e locomocao pela ilha nao eh das mais faceis, acabamos nao conseguindo voltar pro hotel durante o dia, entao a Isabella dormia no carrinho ou num colchonetezinho no dia que fomos ao beach club.
Em relacao a comida, foi facilimo, pois qual crianca nao gosto de macarrao? A Isabella se fartou de comer masa, paes, frutas fresquissimas, iogurtes, limonada feita na hora, e claro, muito gelatto!
A unica mudanca que fizemos na rotina dela foi tentar empurar a soneca da tarde para um pouquinho mais tarde tambem, para que ela aguentasse acordada a noite ate um pouquinho mais tarde que o normal – e assim conseguimos sair pra jantar com ela todos os dias!
E por fim, nossa otima tecnica de reservar hoteis com varanda + lindas vistas, e assim pudemos curtir um pouco mais da noite, mesmo depois que ela ia dormir!
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver.
Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai.
Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
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