24 Oct 2016
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Chá da Tarde em Londres: Sketch

Cha da tarde, Dicas de Londres

Se tem um programa típico Inglês que eu não me canso nunca de fazer e estou sempre procurando um desculpa pra fazer de novo, é o chá da tarde.

E geralmente receber visitas em Londres é a desculpa perfeita para conhecer mais um chá da tarde pela cidade!

Então logo que minha mãe chegou a Londres, uns dias antes do Oliver nascer, nós aproveitamos os últimos dias de “folga” pré bebê para ir no chá da tarde do Sketch, que é um restaurante super bacana nos arredores da Regent’s Street e Soho, que inclusive já aparece aqui no blog outras vezes.

O Sketch é conhecido por seu restaurante e bares, e muitos ambientes diferentes, sendo que um dele é o “pink room”, onde servem o chá da tarde, todo os dias.

Apesar do nome “da tarde”, os chás geralmente começam a ser servidos na hora do almoço, então foi isso que fizemos: almoçamos no Sketch um dia que estávamos batendo perna e fazendo compras em Oxford Street e foi a escolha perfeita!

Chá da Tarde em Londres

Apesar de não serem “comida de verdade”, os chás tradicionais são super bem servidos, com muitas opções de sanduíches quentes e frios (e se você achar pouco, eles repõem e continuam servindo mais), scones (tipo um pão doce típico britânico), e mini bolinhos e tortinhas.

Então marcar um chá da tarde pra horo do almoço é uma boa dica pra quem quer ter a experiência do Afternoon Tea, mas não tem muito tempo na cidade, ou não quer perder uma tarde inteira com o programa. E o Sketch é super central, então você nem precisa sair do seu roteiro pela cidade pra dar uma passadinha por lá!

Chá da Tarde em Londres

Eu achei a comida deliciosa! Os sanduíches realmente estavam muito gostosos, e com a minha barrigona de 9 meses (foi 2 dias antes do Oliver nascer!) eu devia mesmo estar com cara de esfomeada, e o garçon continuava trazendo mais opções!

E claro, não poderia falta uma passadinha no banheiro do Sketch, que é sem dúvida o banheiro mais divertido e inusitado de Londres!!

O banheiro são umas “cápsulas”, que parecem um ovo meio espacial… tocando música e luzes coloridas… Impossível não querer tirar fotos!

O Sketch é um restaurante que está sempre lotado, então é necessário sempre fazer reservas (pelo site deles mesmo, no link abaixo).

Para mais sugestões de chás da tarde, veja AQUI.

Sketch

9 conduit street
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Adriana Miller
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Planejando uma viagem para Londres?

Além de todas as dicas para aproveitar o máximo de Londres que você encontra aqui no Blog, planeje também sua viagem com serviços e recomendações testadas e aprovadas:

E não perca as dicas de Pubs e Restaurantes, o Calendário de Eventos para saber o que rola de mais interessante ao longo do ano e todas as demais dicas úteis para curtir Londres como um Londrino!

 

Adriana Miller
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05 Oct 2016
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Bem vindo ao mundo, Oliver!

Baby Everywhere, Gravidez, Oliver

Acho que já não é mais novidade pra ninguém que me acompanha por aqui e nas redes sociais, que o novo integrante da nossa família já chegou, com seu grande debut no dia 14 de Setembro de 2016.

Nem dá pra acreditar que ele já está completando 3 semanas de vida! Realmente é difícil de lembrar como era a vida antes dele, e já é assustador pensar no quanto o tempo esta passando rápido!

Eu não escondi de ninguém que as últimas semanas da gravidez foram bem difíceis: estava fazendo muito calor, eu estava super cansada, cheias de dores e afins e não via a hora de tudo acabar. Mas as últimas semanas da gravidez se arrastaaaaaram! Parecia que não ia acabar nunca, e eu ia ficar grávida pra sempre!

A comparação de “tempo-espaço” entre as últimas semanas da gravidez e as primeiras semanas do Oliver são dignas de pesquisa astrofísica!

Mas vamos ao que interessa, o relato do parto e como tudo aconteceu!

Mas primeiro, vamos voltar uns dias: a última semana de gravidez, a semana 39 foi quando minha mãe chegou aqui em Londres, e eu dei uma bela relaxada; estava super tensa em pensar como íamos administrar a Isabella na hora do parto. Tínhamos vários planos A, B, C e o alfabeto inteiro com amigos, babá, vizinhos e muita gente que poderia ajudar na hora H, mas ainda assim eu estava com medo de alguma coisa dar errado, ter um parto rápido e fulminante (Rá!) e não dar tempo de organizar tudo… enfim. Tensa.

Mas como vocês viram no vlog da semana 39, depois que ela chegou eu dormi praticamente o dia todo, todos os dias, até que na segunda feira, dia 12 nós passamos horas e mais horas (umas 4 ou 5) andando sem parar por Londres. Começamos cedo pra levar a Isabella pra escola (andando), depois fomos pra Oxford Street, com direito a Primark, Selfridges, John Lewis, algumas outras lojas aleatórias e terminamos nossa maratona com um chá da tarde.

Eu voltei pra casa morta com farofa e mal consegui subir as escadas pra chegar no meu quarto e dormir a tarde toda.

Então na terça feira, eu decidi não sair de casa e apenas descansar… No máximo editei alguns vídeo pro canal do YouTube entre uma soneca e outra, mas sentia que meu corpo precisava de um trégua.

Então no fim do dia 13, depois do jantar e colocar a Isabella pra dormir, eu comecei a sentir umas cólicas. Nada muito forte nem consistente, mas que ia e voltava a cada 20 ou 30 minutos, mas não estava contando o tempo certinho ainda não.

Tomei banho, relaxei e fomos assistir alguns episódios de Homeland no Netflix – eu ainda não tinha falado nem pra minha mãe nem pro Aaron que estava com cólica; estava com medo de ser alarme falso e não queria que eles ficassem ansiosos nem nervosos.

Ao longo do episódio que estávamos assistindo as cólicas foram ficando mais contantes, e com algumas contrações Braxton-Hicks (contrações de treinamento) ao mesmo tempo, e foi então que avisei ao Aaron que estava sentido alguma coisa.

Então resolvemos assistir outro episódio, só pra ver se a cólica ia passar ou se alguma outra coisa ia acontecer.

Deu 11, meia noite, 1 e 2 da manhã e continuamos assistindo Homeland e contando o tempo entre as contrações, que estavam super irregulares, variando entre 30 minutos e 5 minutos entre cada uma. Mas umas 2 da manha resolvemos ir dormir mesmo assim, descansar um pouco e ver o que ia acontecer.

Pra falar a verdade eu não estava acreditando que realmente estava em trabalho de parto. Estava sentindo cólicas e contrações, mas nada que não fosse comparável com uma cólica menstrual normal, e dessa vez minha bolsa não estourou, e nem foi nada super rápido e repentino, como tanta gente (inclusive meu obstetra) me falava que costumava ser o segundo parto.

Resultado? Não consegui dormir. Estava com a cabeça a mil, e cada vez que demorava um pouco mais entre uma contração e outra, eu já ficava desolada achando que era alarme falso e que não seria dessa vez que entraria em trabalho de parto.

Umas 4 da manha eu acordei o Aaron e ligamos pro hospital e conversei com uma das midwives (enfermeira parteira), que me tranquilizou e disse que eu poderia ir até o hospital ser examinada, mas que seria melhor ficar em casa mais um pouco e descansar.

Mas é claro que não conseguia descansar nada, pois estava muito ansiosa! Então comecei a me arrumar, tomei banho, sequei o cabelo, finalizei minha mala, tomei café da manha e tentei me manter ocupada.

Quando deu umas 6 e pouco da manha, resolvi que era hora de ir pro hospital. Me dei conta que daí a pouco tempo a Isabella ia acordar pra ir pra creche, e não queria estar em casa – não queria atrapalhar a rotina dela (por não estar me sentindo 100%), e não queria correr o risco de que alguma coisa mais “forte” começasse a acontecer enquanto eu estivesse em casa com ela.

E assim como fizemos no parto com a Isabella, resolvemos ir andando pro hospital – a manha estava linda e ensolarada, o ventinho fresco, e eu sabia que uma boa caminhada ajudaria a acelerar as contrações. Acho que nunca andei tão devagar na minha vida! As contrações realmente se aproximaram bastante com a caminhada (a cada 3 ou 4 minutos), e pressão ia ficando cada vez mais baixa na minha barriga, o que também dificultava minha caminhada!

Assim que chegamos no hospital, fizemos checkin on quarto e comecei a ser monitorada para ver se realmente estava tendo contrações de verdade e qual a frequência exata. As contrações ainda estava muito irregulares, mas depois de ser examinada, a midwife confirmou que já estava com 4 pra 4 centimetros de dilatação e com o cervix completamente afinado e amolecido – então já estava definitivamente em trabalho de parto e já acabando a “fase 1” (são 3 “fases” no total”).

Daí pra frente foi um jogo de espera… não tínhamos muito o que fazer além de esperar o trabalho de parto avançar e progredir. E já tinham se passado 12 horas desde que tive os primeiros sinais, então já era minha esperança de um segundo parto mais rápido! (com a Isabella foram quase 22 horas).

Quando deu quase meio dia meu obstetra veio me examinar de novo e ainda estava nos 3 centímetros, então foi hora de avaliar as opções: continuar esperando, ir dar uma voltinha, ou tomar anestesia. Eu estava tentada a esperar e ir dar uma volta, mas estava exausta, acordada a quase 36 horas e com contrações intensas o suficiente que não me deixavam dormir…

Então resolvi tomar anestesia para conseguir descansar. Fomos transferidos para a sala de parto e começaram os exames pré epidural. o processo ainda leva cerca de 1 hora, mas logo que tudo foi feito, o alívio é praticamente imediato!

Dormi um pouco e quando vieram me examinar de novo, já estava com 6 centímetros e contrações consistentes a cada 3 ou 4 minutos. No caminho certo! Meu médico estourou a bolsa para que a cabeça do bebe  fique em contato direto com o cérvix fazendo mais pressão.

O resto da tarde foi mais do mesmo: dormir, acordar e esperar. O trabalho de parto estava progredindo como deveria estar, e estava dilatando 1 centimetro por hora. A estimativa era que estaria pronta pra começar a empurrar lá pelas 8 da noite.

A peridural que eu tomei, assim como no parto da Isabella, é o que aqui chamam de “walking epidural”, ou seja, é uma dose “analgésica”, onde se elimina a dor da contração, mas não a sensação do corpo. Então eu podia andar, ir ao banheiro, e sentia a “contraçã0” do útero durante as contrações, e principalmente, sentia a pressão da cabeça do Oliver descendo! Muito incrível e fascinante!!

Mas a pressão foi aumentando, aumentando e a sensação era que ele ia cair pelas minhas pernas!

Então meu médico voltou para me examinar (eram 5:45) e eu já estava com o cérvix totalmente dilatado (10 centímetros) e a cabeça do Oliver já estava na “estação 1”, ou seja, já praticamente coroando e nascendo!!

Então começaram a preparar a sala, e me deram um pequena dose de hormônio para aproximar as contrações (que estavam a cada 4 minutos, e precisavam estar a cada 2 minutos para a fase de empurre, para que o bebe não fique preso no canal vaginal).

O momento que fica tudo pronto, e o médico avisa que você pode começar a empurrar é tão surreal!!! O Oliver ainda nem tem 3 semanas e só de lembrar já dá vontade de passar por isso tudo de novo!!

Comecei a empurrar as 18:00 horas, e logo no primeiro “push” já senti a cabeça (quase) saindo! Mas eu estava TAO cansada! Nao estava conseguindo me concentrar e concentrar a força nos músculos certos! Mas umas 2 ou 3 contrações depois a cabeça saiu, o médico me orientou a parar de empurrar (nesse momento eles verificam a posição dos ombros e se o cordão umbilical esta no pescoço do bebê – afinal isso não é impedimento para parto!).

Quando estava tudo ok, dei mais um empurrão e pronto!! Ele nasceu e veio direto pros meus braços!! “Apenas” 22 horas depois que comecei a sentir as primeiras contrações.

Não existe momento igual!!! Ficamos ali nos examinando, nos olhando… enquanto esperávamos o cordão umbilical acabar de pulsar, então o Aaron cortou o cordão umbilical, e eu já comecei a amamentar enquanto o médico e enfermeiras terminavam de me limpar e arrumar (dessa vez não quis fazer episiotomia, mas tive uma pequena laceração interna e tive que levar alguns pontos – opinião pessoal: a recuperação da laceração é bem mais tranquila do que da episiotomia!).

Nem sei quanto tempo passou até que a enfermeira viesse pegar o Oliver do meu colo para medir, pesar e fazer os testes iniciais. Foi tudo bem rápido e ele já voltou pro meu colo, por dentro do roupão, e ali ficamos, fazendo “pele com pele” e amamentando durante o período de recuperação.

Ainda ficamos por lá mais umas 2 horas em observação, e umas 8 e pouco voltamos para o nosso quarto.

O Aaron foi rapidinho em casa para ficar com a Isabella, enquanto minha mãe veio me ver e conhecer o netinho!

Jantei, e continuei com o Oliver na pele. Que delicia!! Estava exausta, mas ao mesmo tempo, a adrenalina era tanta, que eu não queria que aquele momento passasse nunca!!

Umas 11 da noite o Aaron voltou, e finalmente resolvemos (tentar) dormir.

O Oliver deu uma choramingada umas 3 e pouco da manha, e mamou de novo… fiquei de olho no “relógio” (que na verdade era nada mais nada menos que o Big Ben bem ali na minha janela!), para ter uma ideia de quanto tempo ele mamou, e quando deu umas 4, chamei a enfermeira para me ajudar a trocar a roupa dele (que até então ainda estava peladinho dentro da minha roupa), e ele dormiu no meu lado.

Não lembro que horas acordamos, mas era cerca de 6 ou 7 da manhã. Comemos o café da manhã e tomei o melhor banho da vida!! Hahahha Estava precisando daquele banho! (como ele ficou essas horas todas fazendo pele com pele dentro da minha roupa, sem nem fralda, eu fui “batizada” algumas vezes, só com umas toalhas pra colher os acidentes! hahahaha).

Recebemos alta logo cedo de manhã, mas tivemos que esperar o resultado de uns exames de sangue, o que acabou demorando horas, e eu já estava louca pra ir pra casa!

Mas claro, o momento mais esperado da manhã foi a chegada da Isabella!!

Como eu sonhei com esse momento!! Meus filhos se conhecendo pela primeira vez!! O sorrisão dela quando me viu e viu seu irmãozinho foram inesquecíveis!!

Então a Isabella subiu na cama comigo e ficamos os 3 ali, de chamego, ela admirada com o irmão (ficou impressionada que ele não tem dentes, e como o cabelo dele é pequenininho! Fofa!), e algumas horas depois, a Isabella não queria ir embora de jeito nenhum!

Já tínhamos recebido alta a algumas horas, mas não podia ir embora sem o resultado do exame de sangue do Oliver (meu sangue é fator negativo, então precisávamos saber o tipo sanguíneo dele, caso eu precisasse ser vacinada com a anti D), então o Aaron voltou pra casa com minha mãe e a Isabella para almoçarem juntos, enquanto eu fiquei esperando no hospital.

E assim que ele voltou e tudo já estava resolvido com os exames do Oliver, voltamos pra casa!

Foi surreal estar em casa como uma família de 4!

Quando chegamos em casa também aproveitamos pra dar o presente da Bella, que dissemos pra ela que foi o Oliver que trouxe, para agradece-la por ser tão boa irmã! Ela amou o presente e isso foi a atração do resto da tarde!

E pronto, dá pra frente, nas últimas 3 semanas temos nos adaptado ao “novo normal” da família, e já nem dá mais pra lembrar como era a vida antes dele!

O Oliver nasceu dia 14 de Setembro de 2016, pesando 3 quilos e meio e medindo 59 centímetros!

 

Adriana Miller
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18 Aug 2016
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Machu Picchu – A cidade dos Incas (Ingressos, como chegar, onde comer, como planejar seu dia, o que levar)

Américas, Dicas de Viagens, Machu PIcchu, Peru

Nem dá pra negar que Machu Picchu foi a principal motivo que nos levou ao Peru; Sim, o país tem vários outros encantos, e com tempo e orçamento ilimitado, poderíamos passar bastante tempo por lá.

Dicas de Viagem Machu Picchu

Mas não era nosso caso. Como descrevi no roteiro de 1 semana no Peru que montamos, o tempo disponível era contadinho, e queríamos aproveitar ao máximo tudo que desse. Mas a verdade verdadeira é que nada mais importava, apenas chegar e conhecer Machu Picchu!

Eu deveria ter escrito esse post logo depois da viagem, com as emoções à flor da pele… mas no fundo, a experiência de ver Machu Picchu lá do alto, assim ao vivo, não é uma sensação fácil de se esquecer.

Macchu PIcchu

E muito menos de descrever – nem com todos os adjetivos e eufemismos e exageros da nossa língua, ainda assim, não seria comparável.

E o engraçado é que demorou pra cair a ficha… Nós chegamos no parque bem cedo, o sol tinha acabado de nascer, e ainda éramos poucos turistas subindo as escadarias sem fim. Mas quando chegamos lá em cima, nos deparamos com apenas… nuvens e neblinas!

Cadê a entrada triunfante?! A vista impactante e inesquecível?

Ela apareceu, e aconteceu, mas foi aos poucos… tivemos tempo de recuperar o fôlego, sentar e absorver o que estava acontecendo à nossa volta.

Sim, porque tem todo aquele momento “me belisca porque não to acreditando”, e longas conversas entre nós dois sobre “o que fizemos de tão bom na vida para merecer estar aqui?! Assim, de verdade, ao vivo?!” – Isso é uma coisa que mesmo ao longo de muitos anos de viagem, e muitos países e lugares incríveis no currículo, eu nunca perdi essa sensação de agradecimento e embasbaca-mento que cada nova viagem me proporciona.

Seja um simples passar em frente ao Big Ben em Londres, ou o Pão de Açúcar no Rio (ambos feitos corriqueiros na minha vida, mas que nunca perderam o impacto que merecem!), ou entrar no Taj Mahal, visitar as Pirâmides do Egito, os templos de Kioto… e agora, Machu Picchu!

Mas a neblina ainda não tinha se dissipado… aos poucos começamos a ver as primeira ruínas da cidade lá em baixo, e para controlar a ansiedade, fomos passear e explorar a parte de cima do parque – longe dos turistas, longe da “vista”. Merecíamos o impacto de Machu Picchu à primeira vista… não queria apenas sentar e esperar o tempo passar.

Mas ao mesmo tempo, era época de chuvas…. E se a neblina nunca passasse? E se o tempo virasse e começasse a chover? E se Machu Picchu não me impressionar? Impactar? Se revelar de verdade? Se eu não sair daqui marcada pela experiência, ela vai valer?!

Montamos o equipamento para fazer um time-lapse das nuvens se movendo e fomos explorar (aliás, vocês já viram o vídeo da viagem??), mas sem se afastar nem demorar muito… E quando voltamos….

Ali estava ela, a magnifica citadela sagrada do Incas, Machu Picchu!

Foi impactante, foi marcante… foi tudo que eu sempre imaginei e sonhei! Respirei fundo e pensei. Pronto. Sou outra pessoa. Machu Picchu conseguiu me surpreender, ao mesmo tempo que atendeu à todas minhas expectativas, e depois dessa visão eu nunca mais serei a mesma!

Piegas? Exagerado? Brega? Frase de traseira de caminhão? Talvez, pode ser…

Mas dados, fatos, estatísticas e dicas hoje se encontram em qualquer quia turístico, e qualquer blog. Mas eu nunca quero perder o frio na barriga de realizar mais um sonho, de ver ao vivo e com meus próprios olhos tudo que o mundo tem a nos oferecer!

Então colete toda as dicas posíveis. Esteja preparado para o previsível e os imprevistos também… mas não deixe que eles dominem sua viagem, suas emoções, e de absorver o que cada lugar acrescentará em nossas vidas!

Mas não se preocupem, afinal isso ainda é um blog de viagens, e como tenho recebido muitas perguntas e pedidos de dicas sobre a viagem nos últimos meses, pra fechar o post, ficam aqui nossas dicas práticas que nos ajudaram a aproveitar ao máximo nosso tempo por lá.

Dicas Práticas:

  • Ingresso

Compre seu ingresso on line e com antecedência! Tecnicamente, eu duvido que as entradas ao parque de fato se esgotem, mas parando pra pensar, são apenas 2.500 sortudos que entram por lá por dia.

Hoje em dia não é mais possível comprar ingressos na entrada do parque, mas existem agências e pontos de venda/informação espalhados pelo país afora. Mas sinceramente? Compre on line, com bastante antecedência, só pra garantir. É fácil, simples. Você imprime em casa e não se estressa mais com isso.

Basta acessar o site oficial de Machu Picchu, selecionar sua data, escolher se você escalar alguma das outras montanhas ao redor (essas sim tem entrada limitadíssima, e esgotam rápido), e pronto.

Você vai precisar apresentar seu ingresso para comprar a passagemd e ônibus que conecta Aguas Calientes à Machu Picchu, e depois novamente para embarcar no dia da visita, e claro, para entrar no parque.

Cada ingresso é válido por um dia inteiro, e você pode ir e vir do parque quantas vezes quiser e precisar (pois lá dentro não tem NADA, mas já já falo disso).

 

  • Como chegar até o parque arqueológico de Machu Picchu

Essa parte é fácil.

Como mencionei acima, e também no post sobre Aguas Calientes, você tem duas maneiras de chegar lá em cima: caminhando e escalando a montanha (que demora cerca de 2 horas, mas é bem marcado e identificado, e a preferência de muita gente). Ou de ônibus oficial que faz o trajeto em 20 minutos.

(Caso você esteja numa excursão fechada, o transporte provavelmente será em ônibus maiores de turismo organizados pela sua agência.)

Esse ônibus oficial não é barato (custa $24 USD a ida e volta), mas é eficiente e funciona. Você compra sua passagem na bilheteria bem em frente à estação de ônibus no centro de Àguas Calientes (não tem como errar), e eles só aceitam dinheiro (dólares Americanos ou Soles Peruano), e também verificam seu ingresso à Machu Picchu e seu passaporte.

Se você passar a noite em Águas Calientes e quiser subir pra Machu Picchu pela manhã, chegue cedo na estação! A fila é gigantesca, e só aumenta à medida que a manhã vai passando. Eles tem muitos ônibus que vão e vem o tempo todo, mas são “micro” ônibus que levam poucas pessoas de cada vez, então pode demorar bastante!

  • O que levar com você

A resposta é: Tudo!

Tudo que você achar que vai precisar, leve com você. Lá dentro do parque não tem absolutamente nada além das ruínas. Não tem banheiro, não tem lojinhas, não tem barraquinhas vendendo água, nem lanchinhos, nem protetor solar, nem nada, nada, nada. Achei ótimo, mas não estava esperando isso.

Mas como tínhamos nos planejado em chegar lá bem cedo mesmo, e passar o dia todo, ainda assim fomos super preparados: cada um de nós levou uma mochila com várias garrafas de água, barrinhas, frutas e biscoitos (você pode deixar pra comprar isso tudo até mesmo nas lojinhas que ficam bem em frente à estação de ônibus, enquanto espera na fila), bandaids e primeiros socorros, capa de chuva, e várias camadas de roupas (era verão, porém época de chuvas, e lá em cima dentro do parque pode fazer um friozinho, principalmente pela manhã).

Acabamos dando MUITA sorte com o clima (aparentemente choveu todos os dias no mês de Dezembro, menos no dia que subimos até Machu Picchu!), tanta sorte que a única coisa que não levamos em nossas mochilas foram bonés/chapéus e filtro solar, e torramos horrivelmente no sol lá em cima! O Aaron não aguentou e pediu pra usar o filtro solar de um outro turista!

Caso você precise sair do parque por qualquer motivo (ir ao banheiro, beber água, comer etc), seu ingresso é válido pelo dia todo, então você pode entrar e sair quantas vezes quiser. Mas não é uma coisa exatamente prática de se fazer… Um vez que você começa a se embrenhar pelas ruínas, você tem que seguir um caminho demarcado (e fiscalizado) e dar a volta em tudo até conseguir chegar na saída novamente.

Ou seja, não dependa disso e esteja preparado.

Nós até saímos do parque pra comer mais ou menos na hora do almoço, e comemos no restaurante do hotel Belmont Sanctuary Lodge, mas também tem uma lanchonete e guarda volumes bem do outro lado da rua, ao lado da entrada do parque. Depois de comer, beber, usar o banheiro e descansar, voltamos pro parque!

 

  • Quanto tempo ficar lá dentro

Quanto tempo você tem disponível?!

Tem gente que sai de Cusco bem cedinho, chega em Aguas Calientes no fim da manha, sonre pra Machu Picchu, da um rolê no parque, tira fotos e tals, e desce pra pegar os últimos trens do dia. Dá pra ver o que importa, tirar fotos da paisagem, um ou dois templos e só. É bem possível, mas diria que esse seria um dia extremamente caro e cansativo!

Outros roteiros recomendam um pernoite em Aguas Calientes, subir pra Machu Picchu cedo, passar a manhã por lá com (um pouco mais) calma, e descer de volta a Aguas Calientes pra almoçar e pegar um trem de volta.

Já nós dois, priorizamos Machu Picchu acima de qualquer outra coisa na nossa viagem. Sabíamos que numa viagem tão pingada com transportes não conectados (se pararmos pra pensar, muita coisa pode dar errado né? Entre voos, transfer, trem, ônibus e afins, foi um milagre ter dado tudo certo!), alguma coisa podia não acontecer como planejado, e não queríamos arriscar.

Além disso, por ser época de chuvas, sabíamos também que as chances de simplesmente não conseguir chegar à Machu Picchu, ou ver a paisagem completa por causa das nuvens era uma possibilidade, então queríamos ter tempo de sobra para imprevistos.

Por isso chegamos na véspera, dormimos em Aguas Calientes, subimos pra Machu Picchu cedíssimo e ficamos por lá até não aguentar mais meeeeeesmo.

Bem de manhã cedinho o parque estava super tranquilo, só nosso praticamente. Já lá pro fim da manha, e hora do almoço o parque lotou – todos os grupos de excursão e trens bate-volta chegam mais ou menos ao mesmo tempo e fica aquele caos. E lá pro fim da tarde as coisas se acalmam de novo…

Então conseguimos vários momentos “parece que só tem a gente aqui”, mesmo na alta temporada. Escapamos quando o sol ficou forte demais e as ruínas lotadas, e depois ainda voltamos pra dar mais um voltinha antes de voltar pra hotel no fim do dia.

Jantamos e pernoitamos mais uma vez em Aguas Calientes, e marcamos nosso trem de volta a Ollataytambo e Cusco só lá pra hora do almoço do dia seguinte – então se alguma coisa tivesse dado errado no nosso planejamento (principalmente por causa das chuvas) teríamos uma segunda chance de subir rapidinho em Machu Picchu.

  • Precisa de guia?

Isso foi uma cosia que ficamos meio na dúvida… muita gente nos recomendou contratar um guia oficial – eles estão disponíveis direto na entrada do parque, são identificados por crachás e uniformes, e muita gente já ia direto neles antes de entrar no parque!

Mas acabou que decidimos não pegar um guia. Talvez tivesse sido melhor e nos ajudado a “estrtuturar” melhor a visita e entender um pouco mais sobre o lugar. mas ao mesmo tempo não queríamos uma programação, roteiro e muito menos ter que seguir o “relógio” de outra pessoa. Queríamos flanar e explorar com calma, e não sentimos a menor falta de ter um guia conosco.

Então é uma questão pessoal.

Mas se seu tempo lá dentro de machu Picchu for corrido, acho que um guia seria uma ótima opção, pois eles podem te ajudar a navegar melhor pelas ruínas sem muito lenga-lenga, e principalmente, te levar de volta pra saída do parque sem se perder!

 

  • Mal de altitude

Isso é uma cosia que nos perguntaram muito, e eu fiquei meio sem saber o que fazer, pois simplesmente não nos afetou em nada!

Apesar de morarmos no nível do mar, já viajamos incontáveis vezes para lugares de altitude elevada (muito mais que o Peru), e nenhum de nós dois tivemos problemas. Inclusive, o Aaron morou muitos anos de sua vida no Colorado, que tem altitude mais alta que o Peru.

Além disso, nosso roteiro, por acaso, seguiu a ordem correta recomendada em altitudes elevadas: chegamos pelo ponto de maior altitude (Cusco) e aos poucos, ao longo de um dia, fomos descendo até Aguas Calientes. Passamos uma noite por lá antes de subir para Machu Picchu. E no total tivemos 2 noites numa elevação intermediária antes de voltar pra Cusco (que é mais elevado). (nosso roteiro completo está aqui:)

Então, ainda que por acaso, demos tempo ao tempo para nosso corpo se adaptar, e não sentimos absolutamente nada.

Mas pra não dar bobeira, tínhamos sempre muita água e remédio para dor de cabeça à postos!

Caso você se sinta mal, e seu roteiro siga uma ordem diferente , quase todos os hotéis e restaurantes tem um abundância de chá de folha de coca pra oferecer aos turistas, e esse realmente é a melhor cura para o mal de altitude.

Eu já vi alguns roteiros sugerindo que os turistas deveriam ir primeiro para Cusco, para se “acostumar” com a altitude, antes de seguir para o resto do país, e isso é uma dica furadíssima, errada e até perigosa! O corpo precisa ir se acostumando aos poucos, justamente para seu organismo não entrar em choque por falta de oxigênio (falta de ar, cansaço, dor de cabeça, enjoo, diarréia, etc…), e na verdade o ideal é deixar Cusco por último, depois de visitar lugares como o Valle Sagrado e Machu Picchu, que tem altitude elevada, porém intermediárias, que ajudam o corpo a se adaptar, mas não chegam a ser extremas a ponto de te fazer passar mal. Quanto mais gradual a elevação, melhor.

Por exemplo, quando nós escalamos o Kilimanjaro (6 mil metros de altitude e a montanha mais alta da Africa) e o Annapurna no Nepal (onde chagamos a quase 5 mil metros de altitude), foi justamente isso que aprendemos, e essa sempre foi a técnica de nossas escaladas – sempre começar de baixo, subir o máximo possível, e pernoitar num nível mais baixo. Ou seja, quanto mais “vai e vem” e “sobe e desce” na altitude você fizer, mais seu corpo se adaptará sem consequências nem sofrimento.

Só para efeito de comparação, Cusco tem um pouco mais de 3 mil metros de altitude, e foi nosso ponto de desembarque no Peru. De lá, descemos pela Valle Sagrado, que leva algumas horas, até Aguas Calientes, que tem menos de 2 mil metros de altitude. E só no dia seguinte subimos pra Machu Picchu, que esta a cerca de 2,5 mil metros de de altitude.

Então depois de 2 noites a cerca de 2 mil metros, quando voltamos a Cusco, a diferença de altitude foi de apenas mil metros, e portanto não nos afetou em nada. Provavelmente teria sido bem diferente se tivéssemos saído de Londres e Rio de Janeiro e ido direto pra Cusco…

 

  • Quando ir

A melhor época do ano pra visitar Machu Picchu, e toda essa região do Valle do Peru, é de Maio a Setembro, que é o período de Outono e Inverno no hemisfério sul, e portanto mais seco.

A pior época para visitar o país é entre Novembro e Março, que é o período de verão. Apesar de não fazer um calor muito extremo, é uma época que chove muito nas regiões de montanhas, e que pode estragar qualquer viagem.

Nós tínhamos pleno conhecimento disso, mas era nossa única disponibilidade para a viagem (pois estávamos no Brasil para as férias de natal e Ano Novo, e foi a oportunidade perfeita para a viagem), então resolvemos arriscar.

Planejamos cuidadosamente para dar tempo ao tempo e aos imprevistos, e levamos sapatos, roupas e capas apropriados para muita, muita chuva.

Acabamos dando uma sorte cósmica de ter pego os únicos 3 ou 4 dias que não choveu torrencialmente durante Dezembro, e ganhamos inclusive belas queimaduras de sol no dia da nossa visita a Machu Picchu!

Outra época de feriados e popular entre turistas Brasileiros é Fevereiro/Março que geralmente coincide com os feriados do Carnaval, e é uma das época de chuva mais intensa, e portanto não recomendado por muita gente.

Se for sua única oportunidade, vá. Mas esteja preparado para o clima e os imprevistos. Mas se puder planejar para uma época mais certeira, melhor!

 

  • Dá pra levar crianças para Machu Picchu?

Bem, isso é uma coisa que comentei num outro post, e quem me acompanha ha uns anos, sabe que eu não tenho esse tipo de frescura e até hoje não deixamos de viajar pra lugar nenhum no mundo, por ser um Lugar “de crianças” ou que “não é lugar de crianças”.

Ou seja, dependendo do seu nível de desprendimento parental, claro que dá pra viajar com crianças pequenas para Machu Picchu.

Ou seja, se você tem mais tempo para evitar a correria inerente à essa viagem (muito transporte pingadinho, esperas, conexões e baldeações que nem todo mundo tem saco de encarar com crianças), não se importa em eliminar ou limitar certos programas e encara perrengues em geral numa boa, vá sem medo.

O Peru é seguro, as pessoas são extremamente simpáticas e solícitas, e você não terá dificuldade de achar comida, fraldas e bla bla blas.

Mas confesso: dei graças a Deus de não ter levado a Isabella nessa viagem! (na época ela estava com quase 3 anos).

Principalmente porque nosso foco realmente foi Machu Picchu, a experiência teria sido bem diferente, e beeeeem mais difícil com ela.

Lá dentro do parque não tem nada. Nada mesmo. Numa emergência, não tem lugar pra comprar água, nem comida, nem banheiro. Trocar fraldas então, nem pensar. Carrinhos de bebê são simplesmente impossível e eu duvido que sequer sejam permitidos (vimos algumas crianças, mas todas “mais velhas” e muitas locais, mas não vimos bebês e muito menos carrinhos). São muitos precipícios, escadas de pedras e trilhas/caminhos de solo desnivelado que seriam bem difícil para crianças (ou adultos com crianças no colo, ou mochila ou canguru). E sem falar na multidão. Não só os caminhos são estreitos e perigosos (para crianças pequenas), como ainda são lotados de pessoas o tempo todo.

Mas por outro lado, nós já passamos por uma situação parecida com a Isabella (quando visitamos Pompeia, na Itália) e nos viramos numa boa. Sabíamos que seria uma viagem bem mais limitada do que o normal, e já chegamos sabendo que não íamos conseguir ver tudo, não íamos curtir tudo, e íamos ralar bastante carregando o carrinho dela no muque pra cima e pra baixo. Valeu à pena? Pra gente sim, apesar dos pesares. Mas entendo perfeitamente quem discorda e diz que não iria a Pompéia com crianças pequenas de jeito nenhum.

Então no nosso caso, acabou que foi a decisão ideal viajar para o Peru sem ela, e foi sem dúvidas a melhor decisão. Mas por outro lado, se simplesmente não tivéssemos outra opção se não leva-lá, eu com certeza não teria deixado de visitar o Peru e Machu Picchu por causa disso! Teria sido beeeem diferente, e talvez até menos “especial”, mas ainda assim teria sido uma viagem ótima por outros motivos!

Mas é claro qeu se seus filhos são mais velhos, acostumados a viajar e a andar pra cima e pra baixo sem problemas, então isso nem se discute! Pode ir sem medo!

 

Adriana Miller
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