14 Oct 2013
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Liechtenstein – Um dos menores principados da Europa!

Dicas de Viagens, Liechtenstein

Eu tive que me segurar pra não escrever um titulo de traseira de caminhão do tipo “É nas menores embalagens que estão os melhores países!” para falar sobre Liechtenstein, essa mini principalidade escondidinha entre a Suíça e a Áustria que é tão pequena, que geralmente seu nome (semi-impronunciável) não cabe nos mapas da Europa!

Se a Suíça já é um pais pequeno (para padrões continentais dos Brasileiros), então imagine Liechtenstein como um pais de bolso: a principalidade tem apenas 40 mil residentes e eh o terceiro menor pais da Europa (só fica na frente do Vaticano e Mônaco), com suas cidadezinhas ponteando um pedacinho dos Alpes no vale do rio Reno.

Culturalmente, não da pra negar que Liechtenstein é praticamente uma Suíça de bolso: o pais usa o Franco Suíço como sua moeda oficial, eh representado pelo governo da Suíça no exterior e na ONU além de também tirarem proveito de sua defesa das forcas armadas (apesar de que os cidadãos de Liechtentein não tem que passar pelos 2 anos obrigatórios do serviço militar Suíço – ate porque eles tem seu próprio exercito, composto por – pasmem! – 80 homens!).

E eles não parecem se incomodar por viver a sombra de seu vizinho, muito pelo contrario! Liechtenstein vive uma vida pacata, na sua e fazendo as coisas de seu jeito – afinal o que eles não tem em tamanho, eles tem em poder econômico, tendo a maior renda per capita e poder aquisitivo do mundo, além de terem a menor divida externa do planeta (proporcional ao PIB) e também a menor taxa de desemprego (apenas 1% da população não tem emprego formal). E como se isso tudo não bastasse, o soberano do pais, o Príncipe Hans-Adam II eh um dos monarcas mais ricos do planeta, apesar de oficialmente não ser “rei”.

E nem precisa, pois como chefe monárquico de estado ele tem poder absoluto – o ultimo na Europa a seguir esse modelo – podendo fechar o parlamento a qualquer momento, podendo vetar qualquer lei e criar novas leis! Não é exatamente uma ditadura, já que o pais se identifica como uma “Monarquia Constitucional Democrática” e seus membros do parlamento são votados e escolhidos pela população, mas sem duvida Hans-Adam ainda eh o monarca mais poderoso da Europa.

Mas apesar de seu tamanho diminuto, a geografia Alpina do pais ajuda bastante em sua “grandiosidade”, fazendo com que as diferentes cidades (são 11 municipalidades no total) sejam afastadas umas das outras e nao é possivel “ver” o pais todo de ponta a ponta!

Mas para surpresa de nossos amigos Suíços (que nao entendiam porque uma Brasileira e um Americano queriam gastar tempo conhecendo um pais como Liechtentein!) queríamos dar o devido credito ao pais, e evitar a visita típica que a maioria das pessoas faz, só “pra constar” mais um pais na lista – afinal eh facílimo “somar” mais um pais, ja que Liechtenstein fica a cerca de 1 hora e meia de Zurique (de carro).

Afinal tudo que achei on line sobre o pais relatava exatamente isso, numa vibe de “já que estava por lá, porque não?!”, e todos com a mesma conclusão: eh possivel visitar Vaduz – a capital do pais – em menos de 1 hora e pronto.

Mas aproveitamos que podíamos passar mais tempo por lá e resolvemos ir ficando, passamos uma noite no pais e exploramos alem da ruazinha principal de Vaduz.

E assim fomos descobrindo novas cidadezinhas charmosérrimas pelas estradas, e ate mesmo áreas históricas nos arredores da cidade que não constam nos guias.

Infelizmente não nos planejamos o suficiente pra fazer duas coisas que amamos e sao excelentes no pais:

Em primeiro lugar as trilhas e caminhadas! Liechtenstein tem centenas de quilômetros de trilhas excepcionais pelas montanhas, com vistas maravilhosas e uma infra estrutura de tirar o chapéu!

Como as cidades e vilarejos estão bem pertinho um do outro, somado a trilhas bem demarcadas, eh possivel explorar a região independentemente e ir caminhando (ou pedalando) de cidade em cidade por vários dias a fio (me lembrou bastante a escalada que fizemos no Nepal, onde a cada meia hora a 1 hora passávamos por um novo vilarejo, com lugares pra comer, dormir, descansar, etc so que com a infra estrutura dos Alpes!).

E em segundo lugar eh o esqui!

Com uma qualidade de neve igual a Suíça e Áustria (que tem algumas das melhores pistas e resorts do mundo), porem em escalas menores o que fazem com que seja o lugar perfeito para iniciantes (como eu!) ou para quem esquia por puro prazer, sem levar muito a serio.

E o melhor: como eles nao querem (nem tentam) competir com as estações baladas de seus vizinhos, os preços para esquiar em Liechtenstein sao uma fração do custo dos passes de esqui na Suíça ou Áustria, mas mantendo aquela charme Alpino autentico da região!

Então ao contrario do que muita gente pensa, vale demais a pena dedicar um tempinho a Liechtenstein e tirar proveito do que o pais tem de melhor – por mais que seja uma versão miniatura de seus vizinhos famosos!

E pra chegar lá também eh facílimo!

Voamos de Londres diretamente pra Zurique e alugamos um carro ainda no aeroporto mesmo (nao existe transporte publico direto entre Zurique e Vaduz, e como o transporte interno seria precário e queríamos poder explorar a região livremente (além de todas as tralhas de um bebe…), um carro alugado foi a melhor opção) – eh importante atentar para o tipo de carro alugado e a epoca do ano da visita, pois durante o inverno a regiao recebe muita neve o que faz com que seja mais difícil dirigir (pra quem nao tem o costume de dirigir na neve…).

Zurique e Vaduz sao basicamente conectadas por uma auto-estrada, excelente, rápida e com vistas espetaculares! Daquelas situações onde a jornada ja vale pela viagem em si! E em cerca de 1 hora e meia já estávamos em Liechtenstein.

Os preços no pais sao proporcionais a sua “riqueza” e tudo eh muito, muito caro (fazendo a Suíça ate parecer baratinha…), e como as opções de hospedagem, restaurantes, bares etc nao sao muito variados, invariavelmente qualquer viagem pra lá acaba saindo caro.

A moeda é o Franco Suíço, mas o Euro é aceito em quase todos os lugares (quer dizer, o Euro foi aceito em todos os lugares que fomos), e muitas vezes os preços são expostos nas duas moedas.

E por isso mesmo optamos nao nos hospedar em Vaduz, a capital, e que concentra a maioria dos hoteis do pais. Mas como as distancias sao tao curtinhas, ficamos na cidade vizinha Trisenberg (menos de 10 minutos de distancia), que alem de muito mais bonita que Vaduz, ainda oferece melhores vistas do vale e das montanhas e melhores precos!

Nos alugamos um chalet bem tipico Alpino em Trisenberg, o Appartement Fernsicht Triesenberg, gerenciado por uma dupla de mae e filha simpaticissimas e que fizeram de tudo pra nos acomodar muito bem!

E elas também sao donas do cafe/restaurante “Guflina” tao aconchegante e com uma vista tao espetacular que acabamos cancelando nossa reserva pra jantar em Vaduz e ficamos por la mesmo, onde jantamos no sábado a noite e ainda voltamos pro cafe da manha no domingo!

 

 

Adriana Miller
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07 Oct 2013
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London Restaurant Festival 2013

Dicas de Londres, Dicas de Viagens, Dicas Uteis, Eventos, Inglaterra, Pub & Restaurantes, Restaurantes

Que Londres nao para nunca, todo mundo ja sabe – e todos os meses sao varios eventos imperdiveis pra quem esta na cidade!

E outubro eh a vez do London Restaurant Festival, um “festival” gastronomico que reune os melhores restaurantes e chefs da cidade com eventos e menus especiais e precos especialissimos!

Os precos variam de 10 libras a 40 libras (geralmente incluem 2 ou 3 pratos e ate mesmo opcoes de bebidas ou menu degustacao) espalhados por toda cidade e com o mais variado gosto culinario!

O festival desse ano comecou esse fim de semana e vai ate o final de Outubro, entao corre que ainda da tempo de fazer suas reservas e curtir os melhores restaurantes de Londres – as minhas ja estao feitas e essas sao algumas de minhas recomendacoes de restaurantes que fazem parte do festival esse ano!

Hakkasan

Sketch

The Ritz

L’Atelier de Joel Rebuchon

Spice Market

Kensington Roof Gardens

Oxo Tower

The Palm

Asia de Cuba

Blue Door

Bom apetite!

Adriana Miller
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03 Oct 2013
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O fim da licença maternidade!

Baby Everywhere, Dicas de Maternindade, Gravidez, Isabella, Pessoal, Trabalho, Vida na Inglaterra

Ano passado, no auge da gravidez e me preparando pra sair de licença maternidade,  escrevi um post enorme explicando como a parte legal/corporativa funciona aqui na Gra Bretanha, e como funciona na empresa onde trabalho e meus planos pessoais.

Na época eu tinha muitas duvidas e incertezas de como a “vida real” de ter um bebe em casa iria me mudar, e como eu passaria a encarar meu trabalho e carreira depois do nascimeto da Isabella.

Quase 10 meses se passaram e essa semana minha licença chegou ao fim e eu voltei ao batente!

E antes de mais nada, vou confessar: estou muito feliz de estar de volta!

Ao mesmo tempo que sou extremamente grata por ter tido a oportunidade de passar os primeiros 9 meses e vida da Isabella cuidando dela pessoalmente (e com a segurança de saber que caso fosse necessário ou se eu quisse, poderia ter estendido esse período por mais 6 meses!), eu sempre soube que no fundo no fundo sentiria falta do meu dia a dia e de minha carreira.

Por mais clichê e piegas que possa soar (principalmente pra quem ainda não tem filhos), ser mãe é a coisa mais maravilhosa do mundo! A Isabella me transformou em maneiras inimagináveis e volta e meia me peguei pensando: se eu soubesse que era tão bom assim, teria começado bem antes!! :-)

Mas ao mesmo tempo, ser mãe é uma das coisas mais difíceis que ja fiz. E não estou falando de coisas “práticas” como acordar no meio da noite pra amamentar, trocar fraldas ou  lidar com choros e cólicas, nem nada não (porque quando é o nosso bebezinho essas coisas – por mais difíceis que sejam – acabam virando prazer).

Estou falando do lado mais “filosófico” da coisa: aquele eterno conflito de “ser mãe” e ao mesmo tempo “ser eu mesma” e como a sociedade enxerga (e julga!!) essa dupla personalidade e nossas decisões.

Porque convenhamos, ser mãe é uma carreira por si só!

Não reconhecida, não remunerada e na maioria das vezes não aprecidada pela propria família e filhos – nada mais revoltante do que quando ouço alguém falando que fulana “é só mãe”, como se isso não fosse bom o suficiente!

Mas como qualquer outra escolha de carreira na vida, ser mãe em tempo integral demanda um talento especial, e sempre soube que assim como nunca quiser advogada ou publicitaria, também não queria ser mãe em tempo integral.

Tive meus momentos de pânico, imaginando como seria difícil não ve-la durante o dia todo, ter que viajar e passar vários dias longe dela e coisas do tipo; mas ao mesmo tempo, a alternativa era largar todo o resto e me dedicar a ela 100%, o que também não era uma ideia que me agradava.

Então decidi voltar mais ou menos quando eu sabia que queria voltar.

Tivemos um ano delicioso, o verão em Londres foi incrível, muitas viagens e curtimos demais nosso tempo mae-filha!

Mas ai rolaram umas mudanças organizacionais na empresa, e isso foi uma boa oportunidade pra negociar minha volta: optei por não tirar minha licença ate o final do período a que tenho direito, mas por outro lado estou voltando aos poucos, trabalhando apenas 4 dias por semana, viajando menos e com alguns dias no home office – e assim ir pegando o ritmo aos poucos, em vez de ficar tanto tempo longe do escritório e de minha equipe e acabar voltando de sopetão e desatualizada demais!

Assim tenho tempo de ir me acostumando a nova rotina aos poucos, sem sentir que estou abrindo mão de uma coisa ou outra na minha vida pessoal e profissional.

Ao longo desses meses, e principalmente daqui pra frente, eu e o Aaron formamos uma ótima equipe pra cuidar da Isabella; apesar de uma licença paterniadade curta, ele pode coincilar muitas viagens de trabalho com viagens em familia, pode ficar em casa com a gente durante muitos dias todas as semanas, e principalmente sempre fez questão absoluta de participar de tudo e contribuir igualmente nos cuidados com ela.

Então conseguimos nos organizar bem nas reponsabilidades de casa-creche-baba, quem da banho e quem da a janta, quem arruma ela de manha e quem cuida dela na hora de dormir!

Claro que tenho certeza absoluta que esse “sistema” tera muitas excesões e contra tempos (logo no meu primeiro dia de volta ao escritório já tive que planejar viagens para os proximos 2 meses!), mas pelo menos voltei a minha rotina de trabalho 100% confiante de que tudo acabará bem e a Isabella esta em boas mãos!

Então pelo menos até o final do ano, enquanto ainda estarei trabalhando meio periodo, nossa semana será dividida entre 2 dias na creche, 2 dias com uma baba (Brasileira) e 1 dia na semana comigo em casa.

A Isabella já esta nesse ritmo a algumas semanas e se dando muito bem na creche e amando a baba – então nos proximos 3 meses vamos avaliar como as coisas ficarão ano que vem quando eu voltar a trabalhar todos os dias.

Por enquanto foram apenas 4 dias, e estou me sentindo revigorada por ter voltado a trabalhar! E principalmente estou mesmo me sentindo uma mãe “melhor” agora que nosso tempo juntas está muito mais focado na qualidade do que na quantidade do tempo que passamos juntas!

Claro que eu sei que terei muitos dias estressantes no escritório e que tudo que mais vou querer era estar em casa brincando e cuidando da Isabella, assim como tive muitos dias em que a folha de pagamento Russa me pareceu tão mais fácil de entender do que um bebe chorando na madrugada!

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Adriana Miller
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