11 May 2011
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Mahal. Taj Mahal.

Agra, Dicas de Viagens, India

Nao sei por onde comecar a escrever sobre o Taj Mahal. Nao consegui pensar em nada criativo para usar no titulo do post.

Afinal, como uma pobre mortal pode tentar descrever na tela de um computador um monumento tao monumental? Uma das 7 maravilhas do mundo. O maior ato de amor do planeta. Um icone tao reconhecivel e suntuoso que virou adjetivo.

Eu as vezes fico indignada quando leio sobre pessoas que viajam pelo mundo e fazem de tudo pra evitar pontos turisticos cliches. Serio mesmo?? Pra quem minha gente?! Alguem me explica qual o objetivo de ir ao Rio de Janeiro e nao ver o Cristo? Ou Paris e evitar a Torre Eiffel? India sem Taj Mahal???? Nao entendo…

E por isso mesmo que digo sem pudor que minha unica e exclusiva intencao ao marcar uma viagem para a India era ver de perto o Taj. Todo o resto, por mais incrivel que tenha sido, foram bonus.

Sim, a India tem muito mais a oferecer…. Eh um pais enorme, cheio de cultura, historia, religiao e tudo mais.

Nao importa. Sabe porque? Porque ir a India sem ver o Taj eh como nao ter ido a India.

Eu sei que eu ja repeti esse bla bla bla aqui no blog outras vezes, mas eu serei uma eterna deslumbrada pelo mundo. Eh verdade que viajo muito, sempre viajei. Cresci assim, meus pais sao assim, e nos mostrar o mundo sempre foi uma parte integral da minha (muito bem feita por sinal!) criacao. Mas nao adianta, eu nao consigo encarar uma viagem, seja ela qual for como uma coisa blase.

A cada novo voo, cada novo carimbo no passaporte eu me sinto pequena diante de um mundo tao grande e com tanta coisa legal pra oferecer!

Entao quando chegamos a Agra e comecei a ver as placas na rua indicando a direcao para o Taj eu senti um pouco de receio… Sera que o Taj eh isso tudo mesmo? Afinal quantas vezes na vida voce ja nao viu uma foto do Taj Mahal, ou alguem falando o quanto ele eh incrivel? Quantas fotos identicas?? Sera que ao vivo ele eh pequeno? Sujo? Mal cuidado?

Sera que me tornei uma dessas pessoas blase que encaram “dar uma passadinha no Taj Mahal” uma coisa corriqueira da vida?

Porque eu nao quero ser assim. Eu quero sentir meu coracao palpitando cada vez que eu vir meu passaporte sendo carimbado, e ficar sem palavras cada vez que me deparar com uma coisa nova, seja ela uma simples e desconhecida porta colorida em Tallin, ou as iconicas Piramides do Egito.

Entao enquanto o guia nos direcionava pelas ruas caoticas de Agra eu tentei apagar tudo que ja vi e ja li sobre o Taja Mahal da minha mente. Queria conseguir enxergar aquele monumento pela primeira vez, como se fosse a primeira vez….

Chegamos em Agra no fim da tarde, e a confusao na entrada era impressionantemente caotica, e me surpreendi com a desproporcao de turistas – os Indianos eram mais de 90% da massa de pessoas tentando furar fila pra nao perder o sol se pondo no marmore branco do Taj.

Ate que finalmente entramos. Passamos pela seguranca rigida na porta e confiscaram meu tripe. Entao me surpreendi que na verdade o Taj nao foi a primeira coisa que vimos. Nem a segunda.

E o guia falando sobre a muralha, e explicando sobre a cor vermelha do marmore. E isso, e aquilo.

Cade o Taj? Cadeeeeeee o Taaaaaaj?!??!?!! A ansiedade e antecipacao iam aumentando cada vez mais, e aquele mundo de gente se aglomerando em cada misero cetimetro do jardim, e o calor abafado, e o empurra empurra. (O jardim do Taj comprovou duas teorias cientificas interessantes: que os Indianos se multiplcam em progressao geometrica e desafiam as leis da fisica onde dois corpos nao ocupam o mesmo espaco!)

Entao o guia (aliais, pegamos um otimo guia!) nos mandou andar olhando pra baixo, e nos posicionou exatamente no meio dos arcos da entrada sul, e deu o comando: agora olhem!

E la estava ele: O TAJ MAHAL!

Bocas abertas, olhos esbugalhados, coracao palpitante e um suspiro profundo!

Por um mili segundo meus neuronios esqueceram todas as fotos, todos os livros, todos os videos que ja vi sobre o Taj e consegui ver aquele monumento pela primeirissima vez com meus proprios olhos. Como se fosse a primeira vez.  Porque foi a primeira vez que eu de fato VI o Taj Mahal!

As fotos sao lindas e os relatos fascinantes, mas existe um motivo porque o Taj Mahal eh o Taj Mahal. Ora, porque ele eh o TAJ MAHAL!

A simetria perfeita, o marmore branco, as pedras preciosas brilhando na luz do por do sol. A fonte que reflete sua imagem, o jardim imaculado e os 379.234.076 turistas com cameras em punho se estapeando pra tirar as exatas mesmas fotos.

E a historia de pano de fundo, uma historia de amor e um conto de fadas de fazer Walt Disney se revirar no tumulo!

O Maraja que se apaixona pela menina mais bonita do vilarejo. Ela se torna sua terceira esposa, e o Maraja abdica de ter outras mulheres e dedica sua viada a amar apenas o amor de sua vida. Quatorze filhos e uma tragica morte durante o parto.

O Maraja com coracao destrocado, que jurou ama-la ate o fim da vida, e resolve passar o resto de sua vida e gastar cada centavo de sua fortuna construindo um mausoleo que fosse a altura de sua amada e que mostrasse ao mundo o tamanho do amor que ele sentia por ela.

O nome dado a tal monumento? O nome de sua amada, claro! Taj.

Rainha Taj. Taj Mahal (Mahal = Rainha). Simples e direto ao ponto.

Eu nao sei voces, mas acho que ele conseguiu alcancar seus objetivos!

A medida que fomos chegando perto, os detalhes da construcao vao ficando mais aparentes. A simetria eh tanta que chega a irritar (pois nao adianta de qual angulo voce olha, suas fotos – e de todas as outras 30.000 pessoas disputando espaco com voce! – ficarao exatamente iguais), o marmore branco se mostra meio cinzendo, com fissuras e ranhuras e relevos que contam a historia do alcorao em Arabe. Os minateres que se perdem no ceu azul e as pedras preciosas que bordam as beiradas e molduras de portas e janelas e refletem a luz do sol e os flashes das cameras.

Depois de duas horas andando e ouvindo, e tocando e admirando resolvemos ir embora e escolhemos um restaurante no topo de um predio, onde assistimos a noite cair mais uma vez sob o Taj, como acontece todas as noites ha quase 500 anos.

E decidimos: impossivel ir embora! Apesar das centenas de fotos que milagrosamente se parecem todas identicas, nao conseguiamos para de olhar a silueta do Taj no escuro. O garcon confirmou que o nascer do sol era as 5:30 da manha, entao no dia seguinte, as 5:20 ja estavamos na fila pra voltar ao Taj por uma ultima vez, e aproveitar nossas ultimas horas em Agra, antes do motorista chegar pra nos buscar as 8:30 da manha!

Entao ver o Taj Mahal pela segunda vez teve exatamente a mesma emocao doque ve-lo pela primeira vez, soh que ainda melhor! Os jardins estavam vazios, a agua do chafariz estava calma e a brisa ainda estava fresca.

Eramos apenas nos e mais algumas centenas de turistas, mas em comparacao com o dia anterior, eu jurava que estava ali sozinha, com exclusividade sobre a imagem!

Repetimos as mesmas fotos, repetimos as mesmas palavras de deslumbramento e o sentimento de nao-acredito-que-estou-aqui-de-verdade nunca foi embora.

Quando conseguimos nos convencer a ir embora e voltar pro hotel, foi ate engracado ver as fotos que tiramos, pois foram mais de 500 fotos que se parecem todas exatamente identicas! Mas eh impossivel resistir, e cada vez que eu olhava pro Taj, cada novo detalhe que eu descobria, cada novo angulo, era impossivel nao dar um clique que conseguisse capturar um pouco daquele momento!

Se todas as lendas e historias sobre o Taj são verdadeiras e acuradas mesmo, isso é dificil de saber, mas para um lugar que habita tantos sonhos, realiza sonhos e parece ter saido de um sonho, a quem importa qual é a realidade?

Adriana Miller
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11 May 2011
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Palacios reais e muito cor de rosa: Seria Jaipur um conto de fadas?

Dicas de Viagens, India, Jaipur

Jaipur eh geralmente referenciada com a cidade Rosa pelo simples motivo de que… é cor de rosa! Em 1853, o então Principe de Gales Britanico visitou a cidade, e o entao Maraja Sawai Ram Singh resolveu mandar a populacao pintar suas paredes de cor de rosa.

O efeito ficou tão bom, e a uniformidade agradou tanto o Principe, que a ideia colou, e ate hoje, mais de 250 anos depois, periodicamente a cidade é toda repintada de cor de rosa.

Na verdade a Jaipur de hoje em dia se expandiu muito alem do seu centro historico cor de rosa, mas assim que se cruza os portões da antiga citadela o impacto é imediato, e voce jura que a India faz parte dos sonhos de uma menina de 7 anos…

Mas muito mais impressionante que as paredes cor de rosa eh a quantidade de palacios espalhados pela cidade!

Nao é a toa que Jaipur criou o termo Maraja, e a cidade é a propria definição desse estilo de vida extravagante! E isso claro, sem esquecer que a cidade sobreviveu a varios novos marajas, que por sua vez teve suas novas – inumeras – esposas e filhos, e a cada novo homem poderoso no poder, o importante mesmo é mostrar que ele é ainda mais poderoso que seu antecessor.

E qual a melhor maneira de fazer isso se nao construir um palacio?

Pra mim o mais bonito eh o Palacio dos Ventos – bem no centro historico da cidade e tambem pintado de cor de rosa, cuja arquitetura foi inspirada na coroa da Deusa Hindu Krishna. Eu nao conseguia enxergar a tal coroa e cada vez que olhava pra faxada do palacio, me minha a cabeca a imagem de um orgam gigantesco!

Mas na verdade o Palacio dos ventos, apesar do nome, nao eh exatamente um palacio, e sim um anexo ao Palacio Real.

Seu nome oficial eh “Hawa Mahal” e suas 953 micro janelas foram construidas como parte do Palacio Real para entreter as Rainhas e as mulheres da familia real, e eh diretamente conectado aos aposentos das rainhas e do harem do Maraja.

A mulheres reais da epoca eram submetidas ao ritual que se chamava “purdah”, que significa que alem de cobrir o rosto com veus, elas ainda nao poderiam ser vistas de maneira alguma. Entao elas passavem seus dias escondidas atras das janelinhas do palacio, vendo a vida passar em Jaipur.

O Palacio Rel (City Palace em Ingles e Chandra Mahal ou Mubarak Mahal em Hindu) eh ate hoje a residencia da familia Real de jaipur.

O Maraja ja nao governa nem manda em nada desde a independencia da India em 1947, mas a familia ainda eh considerada “real” e ainda habita parte do Palacio.

Por azar (ou sorte, neh?) nos estivemos em Jaipur uns dias depois que o ultimo Maraja faleceu, entao a cidade estava em alvoroco e nao se falava em outra coisa!

Foi bem interessante ver como a ex familia real ainda eh poderosa na regiao, e ainda muito respeitada pela populacao local. Turisticamente falando isso significou que algumas areas do palacio estavam fechadas a visitantes, pois o palacio estava sendo limpo e organizado para receber cerca de 200 outros (ex) reis e Marajas de toda a India, politicos e personalidades que participariam do funeral e das cerimonias funebres de Sawai Bhawani Singh.

Mas foi interessante ver que na India, e principalmente na fe Hindu, o branco eh a cor que representa a morte e o luto (por isso noivas Indianas nunca, JAMAIS usam branco no dia do casamento – a cor tradicional eh na verdade o vermelho), e os saris, tunicas e turbantes coloridos dos funcionarios dos Palacios foram todos substituidos por branco.

Mas as partes que conseguimos ver no palacio foram interessantissimas, como por exemplo o hall de audiencias e seus famosos vasos de prata – cada um dos vasos foram feitos usando 1400 moedas de prata derretida, e tinham como unico objetivo transportar agua do Rio Ganjes entre Jaipur e Londres, quando o Maraja viajou a Inglaterra em 1901 para assistir a coroacao de Edward III. O Maraja era extremamente religioso e considerava um pecado beber a agua Inglesa. Os tais dos vasos estao invenciveis na lista do livro dos recordes como os maiores vasos de prata do mundo (??)!

Infelizmente, a parte que eu mais gostei do palacio nao permitia fotografias, e foi justamente o salao de audiencia particulares, e eh um salao recoberto de obras de arte, tapecarias e pinturas/retratos de todos os Marajas de Jaipur e da dinastia Singh, que nos deu uma aula de historia sobre as divisoes de castas na India e ainda as divisoes e classificacoes de grandiosidade e “superhumano” dos Marajas – Alguns deles, alem do titulo de Maraja (que por definicao ja eh um degrau acima de um Rei “comum” – Maha = Superior; Raja = Rei) ainda tinham classificacoes above and beyond dos poderes de seres humanos, e entao eu aprendi que que quando um Maraja tinha numeros em seu nome (como por exemplo o Maharaja Sawai Madho Singh II), nao significa que ele era o segundo em sua dinastia a ter esse nome, e sim que ele era ¼ a de homem a mais que um Rei normal. E essa classificacao era dada de acordo com seus feitos ao longo da vida, como aptitude para ciencia, astronomia, esportes, arquitetura e medicina.

E finalmente o Jal Mahal, ou o Palacio das Aguas, que fica bem no meio do Lago Man Sagar, bem na entrada de Jaipur.

O lago artificial foi construido no final do seculo 16 por ordem do Maraja, em meio a uma crise de seca que assolou a regiao. A depressao ja existia (na epoca Jaipur ainda nao existia, mas era proxima o suficiente de Amber) e entao construiram uma represa, delimitanto o espaco, e assim permitindo que a agua das chuvas das moncoes fosse capturada, assim servindo de reservatorio para a cidade ao longo do ano.

Logo depois o Palacio foi construido, mas como soh era acessivel de barco por boa parte do ano, nunca foi muito usado.

Hoje em dia, o Palacio nao eh aberto a visitacao e esta completamente abandonado, oque eh uma pena. O governo local e a iniciativa privada tem alguns projetos de transformar o palacio em um hotel de luxo ou algum tipo de complexo turistico, mas os projetos estao empacados por enquanto – em parte por causa da corrupcao, e principalmente por causa dos altos niveis de poluico da agua do lago Man Sagar!

Mas independento do que eh, doque foi ou doque possivelmente sera, o Palacio das Guas eh uma das imagens mais marcantes da cidade!

Adriana Miller
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10 May 2011
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Forte Amber: A antiga capital do Rajastão e o epicentro do Reino dos Marajás

Dicas de Viagens, India, Jaipur

O Rajastão, cuja capital é a cidade de Jaipur, é o maior e uma dos mais diversificados estados da India – Inclui de montanhas a deserto, rios, lagos e vales, mas é uma região que ficou conhecida principalmente pela opulencia de sua realeza: os Marajás.

Antes da independencia da India (em 1947, quando a região se dividiu em India, Paquistão e Bangladesh), o pais tinha cerca de 600 reis (basicamente cada cidade/estado tinha o seu), mas foi no Rajastão que o termo Marajá, que na lingua Sanskrit, significa “Rei Superior”, se originou, e Jaipur é a cidade ideal pra ter uma ideia do poder e da vida que essas familias reais tinham.

Jaipur nos foi descrita por nosso guia como uma cidade “pequena” e provinciana, pois afinal tem apenas 6 milhões de habitantes  e tem alguns dos palacios, monumentos e templos mais bem conservados das dinastias dos Marajás, desde que foi fundada pelo Marajá Sawai Jai Singh II em 1727.

Na verdade, a Jaipur moderna nada mais é que a continuação da cidade e dinastia de Amber, que foi fundada em 1037 e fica a cerca de 11 km de Jaipur. Cerca de 700 anos mais tarde o Marajá decidiu transferir a “capital” de Amber pra Jaipur, por causa da seca e da dificuldade de fornecer agua para a cidade que não parava de crescer.

E é justamente o Forte Amber a primeira cosia que se avista de longe ao chegar em Jaipur, e foi logo nossa primeira parada na India!

O Forte Amber, apesar dos tons terrosos e amarelados, não se chama “Ambar” por causa da cor, e sim por causa do nome da cidade onde foi construido – e é impossivel ignorar sua grandiosidade e seus muros que se estendem pela paisagem da cidade.

O forte na verdade é uma coleção de templos e palacios confinados entre as paredes de seus 6 quiometros de muralhas, e impossivel não se perder entre seus jardins, fontes, templos e salões majestosos.

Lá de cima, logo na entrada, a vista de todo o vale de Amber e Jaipur não nega que aqui ali foi consruido por e para alguem muito poderoso!

Hoje o Forte funciona apenas como um museu, mas nos seus tempos aureos, as entradas e portoões eram definidas de acordo com sua casta e seus escalão social e cheio de passagen secretas e salões excusivos.

Além disso, o Amber forte também é conectado com o Forte Jaigargh, construido em 1726 para defesa dos Palacios de Amber e da familia real.

O interior do forte é incrivel, e passamos horas e mais horas analisando cada detalhe e cada entalhe de suas paredes – com relevos em marmore maciço, pedras semi-preciosas e e cores de origens naturais (as principais materias primas na “decoração” do forte foram frutas, vegetais e oleo de coco, que criavam pigmentos e fixadores que resistem até hoje!

Uma das areas principais do forte é o salão dos espelhos (nome oficial Sheesh Mahal), onde o Raja (Rei) recebia seus suditos especiais para audiencias privadas ou para impressionar outros cefes de estado.

O slão demoru cerca de 6 anos pra ser construido e é inteiramente decorado com mini espelhos, todos importados da Belgica em meados dos 1600 e pedras semi-reciosas.

Uma cosia que eu achei bem interessante no interior do Forte é que todo detalhe tem uma historia pra contar, e cada canto revela sua influencia e inspiração, com motivos de origens Hindu, Budista e Islamica.

E como os Marajás não eram bobos nem nada, uma das maiores areas do forte é a Zenana, ou o palacio onde vivam as mulheres reais – o marajá tinha cerca de 12 rainhas e centenas de concubinas, todas com seus aposentos individuais, e com passagens secretas que conectavam diretamente ao quarto do Rei.

Então ele podia visitar qual esposa/cuncubina ele queria, mas sem que as outras soubessem de suas preferencias, e assim mantendo a hamonia entre suas mulheres!

Adriana Miller
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