10 May 2011
9 comentários

India – O Triangulo Dourado

Agra, Delhi, India, Jaipur

Planejar uma viagem pra India foi uma das tarefas mais dificeis que já fiz.

Pra começar que o pais é gigantesco e incrivelmente diversificado, e então é impossivel definir qual é a “melhor” area pra conhecer.

Segundo que eu nunca tive grandes vontades de explorar a India a fundo – não me perguntem porque, mas a India é um pais que sempre me fascinou e me assustou em proporções iguais! Sempre me pareceu uma daqueles lugares magicos que todo ser humano deveria conhecer na vida, mas ao memso tempo não tinha uma ideia formada na cabeça.

Mas acabou que a decisão foi tomada pelas circunstancias: a India foi apenas uma perna da viagem ao Nepal, então sabiamos que nosso tempo e esforço teria que ser concentrado nos arredores de Delhi. Oimo, pois afinal, o unico “icone” que eu realmente queria muito conhecer na India ficava ali pertinho – o Taj Mahal!

E então a medida que comecei a pesquisar sobre opções de passeios e coisas a fazer na região, descobri o tal do “Triangulo Dourado”, que acho que é o mesmo roteiro que 99% dos turistas de massa fazem na India e inclui Delhi, Jaipur e Agra. Pronto, a solução do nosso dilema!

Ai veio outro problema, pois por causa das enrrolações que tivemos com o visto pra India! Então quando finalmente confirmamos que seriamos aceitos no pais, me sobrou apenas 3 dias pra pesquisar, organizar e reservar tudo!

Resultado,  nossos planos A e B já não seriam possiveis. A India é um pais ultra mega populoso, e aprendi que tudo por lá deveria ter sido reservado com antecedencia de meses e meses!

Então a ideia original era passar os dois primeiros dias em Delhi e depois seguir de trem pra Agra. Mas lendo historias de horror sobre como “navegar” sozinha pelas ruas de Delhi, acabamos desistindo de fazer quaquer coisa independente, e muitos dos tours já estavam esgotados. E pra completar, os trens turisticos que ligam Delhi a Agra nos horarios que queriamos já estavam lotados.

Então a solução foi apelas pra uma agencia, coisa que acabou sendo nossa solução! Por acaso encontrei na Internet o Garhwal Himalayan Expedition que foram super prestativos e me responderam centenas de perguntas por e-mail. Então acabamos mudando de ideia, e em vez de passar 2 dias em Delhi, resolvemos encarar o pacotão do Triangulo Dourado e incluir Jaipur no roteiro!

O roteiro foi punk, pois depois de 8 horas de voo noturno entre LOndres e Delhi, nosso motorista já estava nos esperando no portão de desembarque do aeroporto e de lá já caimos direto na estrada!

Oque me decepcionou um pouco no roteiro que acabamos escolhendo, foi que apensar de que as distancia não são tão grandes assim (para padrão India né?), e as estradas nem são tão ruins, tudo na INdia é tão caótico que uma simples viagem de 200km, durava facil 6 horas dentro do carro!

Tudo bem que estavamos num carro super confortavel e com ar condicionado no maximo, e aproveitamos pra ir colocando o fuso horario em dia, mas ainda assim não sei se reperitia a dose – xonseguimos cobrir uma região bem grande em poucos dias, e acabamos conhecendo mais da India doque teriamos conseguido no plano original, mas ao mesmo tempo ficamos o tempo todo com aquela impressão de que não conseguimos “experenciar” a India, sabe?

Mas nosso roteiro foi o seguinte:

Delhi – Jaipur no primeiro dia, com uma noite em Jaipur.

Jaipur – Agra, com uma noite em Agra

Agra – Delhi com uma noite em Delhi.

Que serão os proximos posts!

Acho que seria impraticavel passar menos que nossos miseros 3 dias na India, e tenho minhas duvidas se sequer gostaria de ter passado mais tempo por lá – então achei que o roteiro do Triangulo foi uma otima opção e introdução ao pais!

 

Adriana Miller
9 comentários
09 May 2011
40 comentários

Filosofias baratas no portao de embarque

Dia a dia

Eh engracado quando uma viagem tao esperada e planejada chega ao fim. Sair de ferias da trabalho: sao tantos passos, planos, meses, custos e antecipacao do sonhado dia que voce liga o “out of office” no escritorio e embarca rumo ao lugar com oqual voce sonhou por tanto tempo.

Ai um dia, do nada, isso acaba.

Vida injusta essa neh? Essa ultima viagem a India, Nepal e Sri Lanka nos custou 5 meses de pesquisas e planejamentos, mas em miseros 18 dias tinhamos dado um volta de 360 graus e voltado ao mesmo lugar de onde saimos.

Pra muita gente (presente!) voltar pra casa desencadeia um processo de DPF – Depressao Pos Ferias, onde o universo faz um complo contra voce e tudo parece ser do contra. Voce abre a porta de casa e encontra uma pilha de correio cheias de contas emperrando a porta, a geladeira meio fedida, o tempo ruim, a pilha de roupa pra lavar, o fuso horario, os e-mails acumulados, a vida, a rotina.

Geralmente eu digo que a semana antes de sair de ferias eh a pior semana do ano – tudo acontece de ultima hora, tudo eh urgente, e parece que o mundo vai implodir simplesmente porque vc nao estara na frente do seu computador de 9 as 5 por uns dias. Mas ai voce volta de ferias e descobre que estava enganado – a pior semana eh sempre a semana da volta: os pepinos por resolver, a lista interminavel de e-mails, mensagens, relatorios, reunioes. Voce parou, mas o mundo nao.

Mas dessa vez foi diferente.

Sabado a noite, em meio a viagem Colombo – Mumbai – Londres eu me senti como nunca me senti antes. Queria, precisava voltar pra casa.

Sabe aquele cliche, “viajar eh bom, mas voltar pra casa eh melhor”? Clichesao, neh? Nao deixa de ser verdade, mas nunca na minha vida eu dispensaria emendar uma viagem na outra.

Menos dessa vez.

Talvez seja a idade, talvez seja o destino “exotico” escolhido dessa vez (fator isolamento do mundo em carga maxima), ou talvez seja a vida boa de Londres que eu tanto gosto, mas pela primeira vez na vida me dei conta que o cliche eh verdade, e o bom mesmo eh voltar pra casa.

A viagem foi sensacionalmente maravilhosa, nao me levem a mal, e foi otimo “desligar” completamente por tanto tempo do mundo “real” (principalmente no Nepal, onde mal tivemos sequer energia eletrica, quando mais amenidades de civilizacao), e acho que justamente por isso, chegou uma hora de bateu um “chega”.

Eu acho que ja comentei aqui que meu sonho sempre foi (e acho que ainda eh) fazer uma viagem longa. Mas longa mesmo, dessas volta ao mundo por 6 meses, 1 ano, 18 meses… sei la. Eu ja dei algumas voltas ao mundo, mas nunca dei A volta ao mundo, saca? E essa sempre foi uma das minhas frustracoes viajandisticas. Ja tentei convercer o Aaron outras vezes, e ja nos surgiram oportunidades que teriam sido perfeitas pra largar tudo e se jogar no mundo, mas nunca rolou, e isso sempre ficou la no fundo. A cada nova viagem eu pensava “ja pensou que maximo sar daqui e ir pra acola?”.

Mas ao mesmo tempo eu meio que desencanava. Muita gente que eu conheco que fez viagens volta ao mundo, embarcou achando que seria a viagem da vida, e depois do sonho realizado, as coisas voltariam ao normal, e a vida seguiria em frente.

Mas viajar eh um vicio gente, e quando mais voce viaja, mas descobre lugares que precisa conhecer. Mesmo quem viaja sem parar por 12 meses (ou mais) a fio, ja volta pra casa planejando as viagens seguintes. Entao de certa forma sempre soube que teoricamente nao preciso de uma viagem dessas na minha vida. Tenho o privilegio de ter uma vida e uma carreira que me permite viajar muito, o tempo todo, e dependendo da fase, as vezes tenho mesmo a impressao/sensacao que tudo se mescla numa viagem continua – oque eu acho otimo!

Entao acho que a diferenca dessa vez foi o quao longa e isolada essa viagem foi. Eh verdade que eu viajo muito, mas 99% das vezes sao viagens de fim de semanas ou de uns 4 ou 5 dias no maximo. Mal da pra entrar no clima. Minhas ultimas ferias longas de verdade foi na Lua de Mel, em Dezembro de 2008! Fiz outras viagens de 1 semana ou 10 dias aqui e acola, mas sempre foram daquelas que mal deu pra se acostumar com o fuso horario e ja tinhamos que voltar pra casa.

Entao com esse estilo de vida mantive a sensacao de estar viajando (e ou planejando alguma viagem) de certa forma constante, mas sem ter a chance de sentir falta de tudo que temos que abrir mao pra viajar.

Entao enquanto estava esperando o embarque no aeroporto de Colombo, me dei conta pela primeira vez de como eh dificil ficar longe de casa por tanto tempo seguido, e nao sei se estaria feliz se de la estivesse enfrenteando um voo pra outro destino “exotico” e comecar tudo de novo. E me surpreendi de como sentia falta de coisas bobas, como o cafe da cafeteira la de casa (inexplicavelmente o unico cafe que eu consigo gostar), ler meu livro no trem de manha, usar sapato alto e sacador de cabelo.

Eu gosto e sinto muita falta de rotina! Apesar de nao ter exatamente uma rotina normal, eu gosto de repetir mais ou menos as mesmas coisas todos os dias e ter meus pequenos rituais.

Senti falta de ter mais que 2 pares de sapato pra usar, senti falta de poder variar o shampoo na hora do banho, e de repetir pra mim mesma todas a manhas que eu nao tenho nada pra vestir (problema nao existente quando vc tem menos de 10 pecas de roupas infurnadas numa mochila).

Sei lah. Nesse voo de volta pra casa, senti que parte daquela vontade de largar tudo e rodar o mundo com uma mochila nas costas ja nao existe mais (pelo menos nao com tanta forca!), e voltar pra casa foi muito melhor doque eu esperava.

Entao dessa vez, nao tive nenhum sintoma da Depressao Pos Ferias!

Nem o voo mal dormido, nem o fuso horario nem a chuva de Londres me desanimou. Desfiz as malas ontem mesmo (as vezes emendo uma viagem na outra sem desfazer completamente as malas!), lavei uma cacetada de roupa suja, e reorganizei meu armario (coisa que to enrrolando pra fazer desde que nos mudamos em Agosto do ano passado!), editei e baixei as fotos da viagem e ainda passei horas no Skype falando com meus pais e minha irma!

Sao 10 da manha em Londres, e ja consegui limpar uns 100 dos 500 e-mails que me esperavam na caixa de entrada, ja tive reuniao com minha equipe pra me atulizar sobre tudo que aconteceu nesses dias e logo mais tenho reuniao com o chefe e ja tenho que comecar a planejar as viagens (a trabalho) das proximas semanas.

E ja que esse post esta mesmo cheio de cliches e filosofia barata, me dei conta que realmente a gente soh aprende a dar valor a uma coisa quando ja nao a temos. A diferenca eh que nesse caso eu senti falta mesmo foi da minha rotina e minha vidinha do dia a dia!

Adriana Miller
40 comentários
05 May 2011
27 comentários

Enquanto eu estou de ferias, vamos falar de trabalho!

Blog, Midia, Recursos Humanos, Trabalho

Ha umas semanas atras a Paula começou uma serie de posts sobre carreira. Aquela coisa que todo mundo já passou na vida (voce não? Sortudo!) de não saber oque fazer quando crescer…. ou ainda, crescer e descobrir que não fez a escolha certa.

Então ela convidou leitoras e blogueiras pra darem depoimento sobre carreiras interessantes e diferentes. A minha, de diferente e interessante não tem nada (teve post sobre Oceonografia, Paleontologia, etc, então meu job 9-to-5 ficou sonolentamente normal), mas nunca fiu timida ao admitir que até me encontrar numa carreira que amo e que e satisfaz, eu troquei de rumo e quebrei a cara não 1, não duas, mas 3 vezes nessa vida.

Então foi sobre isso que contei no post sobre dar uma guinada na carreira.

Eu já falei muito sobre isso por aqui, mas nunca ficou assim, tão conciso e resumido… então quem tá pensando sobre oque quer ser quando crescer, dá uma passadinha !

Adriana Miller
27 comentários